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Julia Rabello
Marcos Veras
Rafael Studart
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Vitor Brandt
Copa de Elite
Copa de Elite
Quanto vi o trailer de Copa de Elite tive uma certa esperança. Já que a comédia, aparentemente, virou o gênero preferido dos brasileiros, porque não investir em uma sátira? Quem sabe a gente teria nosso próprio clássico ao estilo Top Secret e Apertem os Cintos: o Piloto Sumiu. Doce ilusão, o filme acaba se perdendo em piadas bobas que vão do nada a lugar nenhum.
Estamos em um futuro próximo, em plena Copa do Mundo no Brasil. Jorge Capitão, o policial incorruptível do BOP (sim, eles perderam o E) tem sua imagem manchada perante a opinião pública quando salva de um sequestro o camisa 10 da Argentina. A partir daí sua vida entra em uma maré de azar, enquanto tenta decifrar o aviso que Bruno De Luca lhe deu: alguém está planejando assassinar o Papa. Tudo que ele sabe é que o assassino se fantasia de palhaço e o crime deve acontecer na final do Mundial.
Pegando o gancho da Copa do Mundo, o roteiro de Pedro Aguilera e Vitor Brandt tem como filme base, o Tropa de Elite, mas recheia a trama com diversas citações dos maiores sucessos de bilheteria dos últimos anos. Tem Bruna Surfistinha, Meu Nome Não é Johnny, Dois Filhos de Francisco, Se Eu Fosse Você, De Pernas pro Ar, Minha Mãe é Uma Peça, Chico Xavier e Nosso Lar. Além de brincar com os próprios atores, ao colocar Bruno De Luca interpretando a si mesmo, com direito a recado para "Mocotó".
Tudo isso seria ótimo se o roteiro não pecasse no óbvio. Não vemos construções inteligentes, articulações críticas, ou mesmo jogos de trocadilhos bem colocados, como é característica de uma boa sátira. Tudo se resume ao besteirol, com piadas físicas, escatológicas e sexuais. Nada surpreende em sua construção, nem mesmo a identidade do palhaço assassino ou mesmo a resolução da confusão.
Algumas piadas funcionam, como a sequência inicial no sexshop, ou algumas referências como a questão do Oscar e do Kikito. Mas, nesse ponto é quase uma piada interna, já que o roteiro tem razão, o público em geral não dá a mínima para "Kikitos". A situação do "Fuleco"e o Cristo Redentor é absurda, mas até que tem uma brincadeira interessante e tentativa de crítica. Porém, é pouco para salvar a produção.
Nem mesmo as cenas pós-créditos com os erros de gravação conseguem fazer gargalhar como prometia. Tudo fica em um terreno morno, vazio, do óbvio mesmo. Se tem um ponto positivo é que não cai no mau gosto extremo, apelando para o baixo nível. E, claro, a presença do Grupo Molejo que cria um ciclo sem fim de canções, gerando uma piada divertida que relembra canções de sucesso, brincando com elas e com a situação do grupo.
A ideia era até boa. Sair da mesmice, criando uma paródia. Ainda mais juntando no elenco nomes de destaque do humor atual, olhando inclusive para a internet, onde Porta dos Fundos se tornou um fenômeno de massas e nomes como o de Rafinha Bastos encontram espaço fértil para ir além do que podem na televisão. Mas, a mistura não deu os frutos esperados. Talvez porque parodiar a própria comédia seja mais difícil que os outros gêneros, e tem muita comédia ali. Mas, mesmo a brincadeira com Tropa de Elite ou Chico Xavier não funciona tão bem quanto prometia. Quem sabe da próxima vez.
Copa de Elite (2014 / Brasil)
Direção: Vitor Brandt
Roteiro: Pedro Aguilera, Vitor Brandt
Com: Julia Rabello, Rafael Studart, Marcos Veras, Alexandre Frota, Rafinha Bastos, Anitta, Bruno de Luca, Bento Ribeiro, Antonio Pedro, Thammy Miranda, Babu Santana
Duração: 88 min.
Estamos em um futuro próximo, em plena Copa do Mundo no Brasil. Jorge Capitão, o policial incorruptível do BOP (sim, eles perderam o E) tem sua imagem manchada perante a opinião pública quando salva de um sequestro o camisa 10 da Argentina. A partir daí sua vida entra em uma maré de azar, enquanto tenta decifrar o aviso que Bruno De Luca lhe deu: alguém está planejando assassinar o Papa. Tudo que ele sabe é que o assassino se fantasia de palhaço e o crime deve acontecer na final do Mundial.
Pegando o gancho da Copa do Mundo, o roteiro de Pedro Aguilera e Vitor Brandt tem como filme base, o Tropa de Elite, mas recheia a trama com diversas citações dos maiores sucessos de bilheteria dos últimos anos. Tem Bruna Surfistinha, Meu Nome Não é Johnny, Dois Filhos de Francisco, Se Eu Fosse Você, De Pernas pro Ar, Minha Mãe é Uma Peça, Chico Xavier e Nosso Lar. Além de brincar com os próprios atores, ao colocar Bruno De Luca interpretando a si mesmo, com direito a recado para "Mocotó".
Tudo isso seria ótimo se o roteiro não pecasse no óbvio. Não vemos construções inteligentes, articulações críticas, ou mesmo jogos de trocadilhos bem colocados, como é característica de uma boa sátira. Tudo se resume ao besteirol, com piadas físicas, escatológicas e sexuais. Nada surpreende em sua construção, nem mesmo a identidade do palhaço assassino ou mesmo a resolução da confusão.
Algumas piadas funcionam, como a sequência inicial no sexshop, ou algumas referências como a questão do Oscar e do Kikito. Mas, nesse ponto é quase uma piada interna, já que o roteiro tem razão, o público em geral não dá a mínima para "Kikitos". A situação do "Fuleco"e o Cristo Redentor é absurda, mas até que tem uma brincadeira interessante e tentativa de crítica. Porém, é pouco para salvar a produção.
Nem mesmo as cenas pós-créditos com os erros de gravação conseguem fazer gargalhar como prometia. Tudo fica em um terreno morno, vazio, do óbvio mesmo. Se tem um ponto positivo é que não cai no mau gosto extremo, apelando para o baixo nível. E, claro, a presença do Grupo Molejo que cria um ciclo sem fim de canções, gerando uma piada divertida que relembra canções de sucesso, brincando com elas e com a situação do grupo.
A ideia era até boa. Sair da mesmice, criando uma paródia. Ainda mais juntando no elenco nomes de destaque do humor atual, olhando inclusive para a internet, onde Porta dos Fundos se tornou um fenômeno de massas e nomes como o de Rafinha Bastos encontram espaço fértil para ir além do que podem na televisão. Mas, a mistura não deu os frutos esperados. Talvez porque parodiar a própria comédia seja mais difícil que os outros gêneros, e tem muita comédia ali. Mas, mesmo a brincadeira com Tropa de Elite ou Chico Xavier não funciona tão bem quanto prometia. Quem sabe da próxima vez.
Copa de Elite (2014 / Brasil)
Direção: Vitor Brandt
Roteiro: Pedro Aguilera, Vitor Brandt
Com: Julia Rabello, Rafael Studart, Marcos Veras, Alexandre Frota, Rafinha Bastos, Anitta, Bruno de Luca, Bento Ribeiro, Antonio Pedro, Thammy Miranda, Babu Santana
Duração: 88 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Copa de Elite
2014-04-19T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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