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O Poderoso Chefão 3
O Poderoso Chefão 3
Mais frágil da trilogia, a O Poderoso Chefão 3 falta unidade. Necessitando fechar a saga, muitas questões são abertas e fechadas com certa pressa e alguns acontecimentos não ficam tão bem resolvidos, ainda assim, é um filme acima da média.
A terceira parte da trilogia é o momento de resgate para Michael. Após terminar o segundo filme só, quebrando laços familiares, aqui ele vai buscar resgatá-los de diversas maneiras. Ao mesmo tempo em que busca entrar completamente na legalidade, com direito a benção papal, confissão de pecados e rompimento com a máfia. Mas, surge um inimigo que não aceita essa posição e novas disputas são traçadas.
Porém, ainda que disputas nos Estados Unidos ou Sicília levem a mortes, traições e novas formações de quadrilha, a questão familiar ainda é o cerne da trajetória de Michael que aqui tem três sucessores bem distintos. Seu filho Anthony é uma espécie de versão jovem de si mesmo, negando a família em busca de seus próprios sonhos e jurando não se envolver jamais nos negócios familiares. Anthony quer ser cantor e se recusa a participar dos planos do pai. Já Mary idolatra a figura paterna e quer seguir seus passos, ou pelo menos os passos que acredita que ele tenha dado, já que não sabe a verdade sobre seus negócios. Mas, ao se apaixonar, vai entrar em conflito com ele.
E neste homem está a chave do resgate. Vincent Corleone, o filho de Sonny é aquele que está destinado a tomar o bastão do tio no momento certo, se tornando o novo Don Corleone. É interessante como ele começa meio de penetra na festa e vai ganhando espaço e confiança. O momento em que Michael o chama para a foto familiar, por exemplo, é um excelente símbolo de sua inserção. Ao assumir a disputa contra Zasa, Vincent se torna o alvo e, ao mesmo tempo, o trunfo de Michael, mas também torna-se quase impossível para Mary, criando outra questão familiar.
Velho, doente e com alguns arrependimentos, Michael consegue também fazer as pazes com as duas mulheres que rompeu relações no segundo filme. Sua irmã Connie e sua ex-mulher Kay. Duas cenas extremante delicadas e emocionantes construídas em direção, trilha e atuações precisas. A forma como Connie encerra o assunto Fredo e declara seu amor ao irmão é belo. Assim como o pedido de desculpas de Michael a Kay, dizendo que sempre vai amá-la.
Mas, o jogo familiar fica claro na Sicília, quando Kay e Michael assistem a uma apresentação de rua, onde um teatro de fantoches mostra um pai matando uma filha adúltera. "Por honra?", pergunta Kay em uma quase resposta irônica. Essa é a base dos valores que aquela família conhece. Os acontecimentos vão sendo levados por essa necessidade de "olho por olho, dente por dente", a não superação de trauma, a necessidade de sempre lavar a honra com sangue. Mas, no fundo, tanto Vito, quanto Michael só queriam ter uma família ao seu redor.
Os jogos de poder e as disputas no Vaticano acabam dispersando um pouco o filme, que poderia se concentrar mais na parte final da trajetória de Michael. Mas, tudo acaba interligado e nos proporciona a sequência final, guiada pela ópera onde Anthony se apresenta em uma montagem ainda mais bela e impactante que a do primeiro filme.
Aqui temos também novos atores, com destaque para Andy Garcia como o charmoso Vincent. E Sofia Coppola em um de seus raros papéis como atriz, demonstrando que é mesmo melhor diretora, ainda que tenha boa participação. No geral, a boa técnica se mantém. E na trilha, destaque para a cena em que ouvimos a versão cantada do tema do filme, Parla Piu Piano.
O Poderoso Chefão 3 é um bom fecho para uma saga primorosa que marcou o cinema e até hoje é um prazer assistir.
O Poderoso Chefão 3 (The Godfather: Part III, 1990 / EUA)
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: Mario Puzo, Francis Ford Coppola
Com: Al Pacino, Diane Keaton, Andy Garcia, Talia Shire, Eli Wallach, Joe Mantegna, Sofia Coppola, Franc D'Ambrosio
Duração: 162 min.
A terceira parte da trilogia é o momento de resgate para Michael. Após terminar o segundo filme só, quebrando laços familiares, aqui ele vai buscar resgatá-los de diversas maneiras. Ao mesmo tempo em que busca entrar completamente na legalidade, com direito a benção papal, confissão de pecados e rompimento com a máfia. Mas, surge um inimigo que não aceita essa posição e novas disputas são traçadas.
Porém, ainda que disputas nos Estados Unidos ou Sicília levem a mortes, traições e novas formações de quadrilha, a questão familiar ainda é o cerne da trajetória de Michael que aqui tem três sucessores bem distintos. Seu filho Anthony é uma espécie de versão jovem de si mesmo, negando a família em busca de seus próprios sonhos e jurando não se envolver jamais nos negócios familiares. Anthony quer ser cantor e se recusa a participar dos planos do pai. Já Mary idolatra a figura paterna e quer seguir seus passos, ou pelo menos os passos que acredita que ele tenha dado, já que não sabe a verdade sobre seus negócios. Mas, ao se apaixonar, vai entrar em conflito com ele.
E neste homem está a chave do resgate. Vincent Corleone, o filho de Sonny é aquele que está destinado a tomar o bastão do tio no momento certo, se tornando o novo Don Corleone. É interessante como ele começa meio de penetra na festa e vai ganhando espaço e confiança. O momento em que Michael o chama para a foto familiar, por exemplo, é um excelente símbolo de sua inserção. Ao assumir a disputa contra Zasa, Vincent se torna o alvo e, ao mesmo tempo, o trunfo de Michael, mas também torna-se quase impossível para Mary, criando outra questão familiar.
Velho, doente e com alguns arrependimentos, Michael consegue também fazer as pazes com as duas mulheres que rompeu relações no segundo filme. Sua irmã Connie e sua ex-mulher Kay. Duas cenas extremante delicadas e emocionantes construídas em direção, trilha e atuações precisas. A forma como Connie encerra o assunto Fredo e declara seu amor ao irmão é belo. Assim como o pedido de desculpas de Michael a Kay, dizendo que sempre vai amá-la.
Mas, o jogo familiar fica claro na Sicília, quando Kay e Michael assistem a uma apresentação de rua, onde um teatro de fantoches mostra um pai matando uma filha adúltera. "Por honra?", pergunta Kay em uma quase resposta irônica. Essa é a base dos valores que aquela família conhece. Os acontecimentos vão sendo levados por essa necessidade de "olho por olho, dente por dente", a não superação de trauma, a necessidade de sempre lavar a honra com sangue. Mas, no fundo, tanto Vito, quanto Michael só queriam ter uma família ao seu redor.
Os jogos de poder e as disputas no Vaticano acabam dispersando um pouco o filme, que poderia se concentrar mais na parte final da trajetória de Michael. Mas, tudo acaba interligado e nos proporciona a sequência final, guiada pela ópera onde Anthony se apresenta em uma montagem ainda mais bela e impactante que a do primeiro filme.
Aqui temos também novos atores, com destaque para Andy Garcia como o charmoso Vincent. E Sofia Coppola em um de seus raros papéis como atriz, demonstrando que é mesmo melhor diretora, ainda que tenha boa participação. No geral, a boa técnica se mantém. E na trilha, destaque para a cena em que ouvimos a versão cantada do tema do filme, Parla Piu Piano.
O Poderoso Chefão 3 é um bom fecho para uma saga primorosa que marcou o cinema e até hoje é um prazer assistir.
O Poderoso Chefão 3 (The Godfather: Part III, 1990 / EUA)
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: Mario Puzo, Francis Ford Coppola
Com: Al Pacino, Diane Keaton, Andy Garcia, Talia Shire, Eli Wallach, Joe Mantegna, Sofia Coppola, Franc D'Ambrosio
Duração: 162 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
O Poderoso Chefão 3
2014-08-01T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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