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Gremlins
Gremlins
Ainda no clima do Natal, resgato aqui um clássico trash, memória afetiva, ou o que preferirem, dos anos 80. Gremlins é daqueles filmes que se tornam inesquecíveis, quem nunca ficou com vontade de ter um Gizmo em casa? Pelo menos até ele se molhar ou ter seus "irmãozinhos" alimentados após a meia-noite.
O filme produzido por Steven Spielberg tem um tom farsesco, por vezes infantil e outras com um humor bastante ácido. Além, claro, do toque nonsense de um bichinho tão estranho como um Mogwai. Ele ser sensível a luz forte e morrer com a luz do sol pode ter alguma base, mas se multiplicar daquele jeito com algumas gotas d´água é estranho. E o fato de se metamorfosear com qualquer alimento após a meia-noite, faz menos sentido ainda. E o fuso horário, como fica no relógio biológico do bicho?
Mas, afinal, quem se importa. O roteiro de Chris Columbus acaba nos convencendo e nos fazendo comprar aquela história estranha. Colamos em Billy e em Gizmo torcendo por eles, independente daqueles monstrinhos verdes estranhos que resolvem atrapalhar a noite de Natal da pacata cidadezinha. É trash, é divertido e bastante irônico em diversos momentos em que faz referências a filmes ou mesmo dá pistas dentro do cenário sobre o que está para acontecer.
No colégio onde um dos Gremlins irá atacar, vemos a faixa convidativa "tenha um Natal feliz e seguro". Já na televisão da casa de Billy, o personagem avisa: "Vocês serão os próximos". Isso sem falar na brincadeira no cinema com os sete anões cantando "eu vou pra casa agora, eu vou". Outras piadas são mais sutis como na convenção de inventores que em uma cena atrás do pai de Billy, um homem está sentado em uma máquina do tempo igual ao do filme de 1960 e no take seguinte, ele simplesmente sumiu.
A direção de Joe Dante dosa bem o suspense com o humor. Há sempre uma expectativa em relação aos bichos. Demora até vermos o Gizmo pela primeira vez. Da mesma forma que demora para vermos um Gremlin. Claro que isso acaba sendo uma estratégia para baratear os efeitos especiais, mas cria uma boa tensão em torno do que está por vir, assim como alguns sustos a exemplo da criatura que sai de um armário quando Billy procura no colégio. Ou quando uns olhos aparecem no meio da árvore de natal da casa.
Mas, o tom pende mesmo para o humor irônico. Os Gremlins são bichos asquerosos, mas também atrapalhados e até divertidos em determinados pontos de vista. E Gizmo também apronta várias, sem falar no cão Barney, de quem tiram expressões ótimas que acabam criando um efeito divertido nas cenas. Ele "entendendo" tudo o que a senhora fala no banco é um belo exemplo.
No final das contas, Gremlins é um filme divertido, com humor inteligente e irônico para uma história mágica. Traz temas como responsabilidade, seguir regras e trabalho em equipe. Um filme melhor resolvido que sua continuação em 1990, onde eles acabam abusando do humor bobo.
Gremlins (Gremlins, 1984 / EUA)
Direção: Joe Dante
Roteiro: Chris Columbus
Com: Zach Galligan, Phoebe Cates, Hoyt Axton
Duração: 106 min.
O filme produzido por Steven Spielberg tem um tom farsesco, por vezes infantil e outras com um humor bastante ácido. Além, claro, do toque nonsense de um bichinho tão estranho como um Mogwai. Ele ser sensível a luz forte e morrer com a luz do sol pode ter alguma base, mas se multiplicar daquele jeito com algumas gotas d´água é estranho. E o fato de se metamorfosear com qualquer alimento após a meia-noite, faz menos sentido ainda. E o fuso horário, como fica no relógio biológico do bicho?
Mas, afinal, quem se importa. O roteiro de Chris Columbus acaba nos convencendo e nos fazendo comprar aquela história estranha. Colamos em Billy e em Gizmo torcendo por eles, independente daqueles monstrinhos verdes estranhos que resolvem atrapalhar a noite de Natal da pacata cidadezinha. É trash, é divertido e bastante irônico em diversos momentos em que faz referências a filmes ou mesmo dá pistas dentro do cenário sobre o que está para acontecer.
No colégio onde um dos Gremlins irá atacar, vemos a faixa convidativa "tenha um Natal feliz e seguro". Já na televisão da casa de Billy, o personagem avisa: "Vocês serão os próximos". Isso sem falar na brincadeira no cinema com os sete anões cantando "eu vou pra casa agora, eu vou". Outras piadas são mais sutis como na convenção de inventores que em uma cena atrás do pai de Billy, um homem está sentado em uma máquina do tempo igual ao do filme de 1960 e no take seguinte, ele simplesmente sumiu.
A direção de Joe Dante dosa bem o suspense com o humor. Há sempre uma expectativa em relação aos bichos. Demora até vermos o Gizmo pela primeira vez. Da mesma forma que demora para vermos um Gremlin. Claro que isso acaba sendo uma estratégia para baratear os efeitos especiais, mas cria uma boa tensão em torno do que está por vir, assim como alguns sustos a exemplo da criatura que sai de um armário quando Billy procura no colégio. Ou quando uns olhos aparecem no meio da árvore de natal da casa.
Mas, o tom pende mesmo para o humor irônico. Os Gremlins são bichos asquerosos, mas também atrapalhados e até divertidos em determinados pontos de vista. E Gizmo também apronta várias, sem falar no cão Barney, de quem tiram expressões ótimas que acabam criando um efeito divertido nas cenas. Ele "entendendo" tudo o que a senhora fala no banco é um belo exemplo.
No final das contas, Gremlins é um filme divertido, com humor inteligente e irônico para uma história mágica. Traz temas como responsabilidade, seguir regras e trabalho em equipe. Um filme melhor resolvido que sua continuação em 1990, onde eles acabam abusando do humor bobo.
Gremlins (Gremlins, 1984 / EUA)
Direção: Joe Dante
Roteiro: Chris Columbus
Com: Zach Galligan, Phoebe Cates, Hoyt Axton
Duração: 106 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Gremlins
2014-12-26T10:41:00-03:00
Amanda Aouad
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