Home
Cobie Smulders
critica
David Lyons
drama
Josh Duhamel
Julianne Hough
Lasse Hallström
romance
Um Porto Seguro
Um Porto Seguro
Já virou clichê dizer isso, mas das obras de Nicholas Sparks adaptadas para o cinema parece que só Diário de uma Paixão parece uma obra realmente boa. Os demais são apenas repetições de clichês em busca de emoção fácil. E Um Porto Seguro, abusa de todos eles.
A trama começa de maneira instigante, vemos Katie correndo no meio da noite, ensanguentada, com uma faca na mão. Sua jornada de fuga e obsessão de um policial por encontrá-la deixa a plateia presa a tela e curiosa em relação ao sentido e resultado de tudo aquilo. Mas, depois tudo parece se acalmar em um falso porto seguro. E a história se torna mais do mesmo.
Katie vai parar em uma cidadezinha litorânea e lá conhece Alex, um jovem viúvo com dois filhos, o emburrado Josh e a doce Lexie. A moça começa a se envolver com a família ao mesmo tempo que faz amizade com a solitária Jo, sua vizinha que está sempre lhe dando conselhos sobre como agir nessa nova vida.
Paralelo à nova vida de Katie, acompanhamos a obsessão do policial que procura pistas de sua fugitiva, inclusive espalhando cartazes de "procurada" por todo o país. E esse acaba sendo um dos primeiros pontos fracos do roteiro. Mais do que medo por ela ser pega, as cenas nos dão a certeza de que algo não está normal naquela caçada já matando uma das surpresas da trama. A outra surpresa é tão óbvia que nem chega a ser uma revelação, quando finalmente fica explícita.
Maquiada de reviravoltas surpreendentes, a trama de Porto Seguro não passa do uso de estratégias melosas para emocionar a todo custo. É bobo e não esconde que é assim. Seu objetivo enquanto filme é muito claro e nem mesmo nos dá subsídios para analisar algo mais profundamente.
Mesmo suas estratégias de suspense são over. E acabam nos tirando da história para observar o quão exagerado é tudo aquilo, tanto que o clímax da trama nos parece uma sucessão de absurdos pouco críveis. A ameaça nunca chega a parecer real a ponto de nos importarmos com os personagens.
Os personagens também parecem todos rasos demais, não há camadas em suas personalidades. Quem é bom é bom, quem é mau é mau e louco. Mesmo Jo, que poderia ter mais nuanças, acaba sendo quase irreal em todo o seu planejamento e desprendimento.
Um Porto Seguro é daqueles filmes que só funcionam com um tipo específico de público. Foi feito para eles, sem tanto cuidado com uma riqueza maior em sua trama ou mesmo construção da obra. É feito para emoções fáceis de quem quer se emocionar a todo custo.
Um Porto Seguro (Safe Haven, 2013 / EUA)
Direção: Lasse Hallström
Roteiro: Dana Stevens, Gage Lansky
Com: Julianne Hough, Josh Duhamel, Cobie Smulders, David Lyons
Duração: 115 min.
A trama começa de maneira instigante, vemos Katie correndo no meio da noite, ensanguentada, com uma faca na mão. Sua jornada de fuga e obsessão de um policial por encontrá-la deixa a plateia presa a tela e curiosa em relação ao sentido e resultado de tudo aquilo. Mas, depois tudo parece se acalmar em um falso porto seguro. E a história se torna mais do mesmo.
Katie vai parar em uma cidadezinha litorânea e lá conhece Alex, um jovem viúvo com dois filhos, o emburrado Josh e a doce Lexie. A moça começa a se envolver com a família ao mesmo tempo que faz amizade com a solitária Jo, sua vizinha que está sempre lhe dando conselhos sobre como agir nessa nova vida.
Paralelo à nova vida de Katie, acompanhamos a obsessão do policial que procura pistas de sua fugitiva, inclusive espalhando cartazes de "procurada" por todo o país. E esse acaba sendo um dos primeiros pontos fracos do roteiro. Mais do que medo por ela ser pega, as cenas nos dão a certeza de que algo não está normal naquela caçada já matando uma das surpresas da trama. A outra surpresa é tão óbvia que nem chega a ser uma revelação, quando finalmente fica explícita.
Maquiada de reviravoltas surpreendentes, a trama de Porto Seguro não passa do uso de estratégias melosas para emocionar a todo custo. É bobo e não esconde que é assim. Seu objetivo enquanto filme é muito claro e nem mesmo nos dá subsídios para analisar algo mais profundamente.
Mesmo suas estratégias de suspense são over. E acabam nos tirando da história para observar o quão exagerado é tudo aquilo, tanto que o clímax da trama nos parece uma sucessão de absurdos pouco críveis. A ameaça nunca chega a parecer real a ponto de nos importarmos com os personagens.
Os personagens também parecem todos rasos demais, não há camadas em suas personalidades. Quem é bom é bom, quem é mau é mau e louco. Mesmo Jo, que poderia ter mais nuanças, acaba sendo quase irreal em todo o seu planejamento e desprendimento.
Um Porto Seguro é daqueles filmes que só funcionam com um tipo específico de público. Foi feito para eles, sem tanto cuidado com uma riqueza maior em sua trama ou mesmo construção da obra. É feito para emoções fáceis de quem quer se emocionar a todo custo.
Um Porto Seguro (Safe Haven, 2013 / EUA)
Direção: Lasse Hallström
Roteiro: Dana Stevens, Gage Lansky
Com: Julianne Hough, Josh Duhamel, Cobie Smulders, David Lyons
Duração: 115 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Um Porto Seguro
2015-05-18T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
Cobie Smulders|critica|David Lyons|drama|Josh Duhamel|Julianne Hough|Lasse Hallström|romance|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
mais populares do blog
-
Em seu quarto longa-metragem, Damien Chazelle , conhecido por suas incursões musicais de sucesso, surpreende ao abandonar o território da me...
-
Os Batutinhas , lançado em 1994, é uma obra cinematográfica que evoca nostalgia e diversão para aqueles que cresceram assistindo às aventura...
-
Cinco pessoas em uma sala precisam decidir sobre uma obra com questões raciais . Três dessas pessoas são brancas e duas negras. As três prim...
-
Garfield , a icônica criação de Jim Davis , ganhou vida nas telonas em 2004, sob a direção de Peter Hewitt . O filme , baseado nas tirinhas ...
-
Ruben Östlund , o provocador diretor sueco, nos guia por um cruzeiro inusitado em Triângulo da Tristeza (2022), uma obra cinematográfica qu...