Minions
Eles roubaram a cena em Meu Malvado Favorito e Meu Malvado Favorito 2. Era natural que viesse um spin off, mas as fofas e esquisitas criaturas amarelas mereciam um roteiro melhor trabalhado para funcionarem sozinhas.
O filme narra a história dos Minions desde a antiguidade até a década de 60, onde se passa a aventura. Estes seres contagiantes sempre tiveram uma missão: servir ao maior vilão da humanidade. Porém, algo sempre saía errado e seus mestres acabavam morrendo de maneira trágica. Deprimidos, os Minions se escondem em uma caverna, mas o visionário Kevin não vai deixar a história deles acabar assim. Organiza uma expedição junto a Bob e Stuart para encontrar o chefe ideal. E tudo os leva ao encontro da famosa Scarlet Overkill, vilã que deseja conquistar o mundo.
O filme possui três momentos muito bem definidos. O início, quando conhecemos a história dos Minions em uma espécie de mockumentary com direito a um narrador nos guiando em todos os séculos, até a decisão de sair da caverna em expedição. A segunda parte é a da busca, com os três Minions procurando o novo vilão para chamar de seu. E a terceira parte, após encontrar e serem aceitos como capangas de Scarlet Overkill, que lhes dá uma missão nem um pouco fácil.
A primeira parte é curiosa e divertida. A segunda é hilária. Na terceira, algo desanda e não é culpa das pobres criaturas amarelas que já vi serem acusadas de não "funcionar" como protagonistas, mas da estrutura do roteiro nesse momento, que não consegue encontrar um arco satisfatório, tal qual foi com Gru, para essas criaturinhas serem ajudantes atrapalhadas de uma vilã. A personagem de Scarlet é que é mal construída, assim como o seu plano mirabolante de "dominar" o mundo.
Nem entrando no mérito da causa feminista, mas citando-a. Scarlet é uma vilã poderosa, temida e admirada por todos, mas que vive em função de um marido bocó e em realizar um sonho de infância que soa como um capricho de uma menina mimada que não ganhou a boneca que pediu. Nada nela faz sentido quando a conhecemos de perto. E nisso, inclui-se a missão que dá aos Minions e sua atitude para com eles após isso. A única coisa interessante na personagem é a dublagem, não pude conferir a performance original de Sandra Bullock, mas, por aqui, Adriana Esteves consegue cumprir bem o seu papel.
Com isso, a trama fica tola, cansativa, repetitiva e desestimulante. Toda a construção de piadas anteriores vai se perdendo em uma correria sem sentido. Mais do que isso, os próprios Minions perdem sua essência, transformados em apenas joguetes de escracho. Mas, que, ainda assim, trazem momentos engraçados por referências divertidas ao mundo adulto dos anos 60, como a chegada do homem à Lua, os Beatles, Jimi Hendrix, The Doors e Rolling Stones. Isso sem falar em um número musical com a música Hair.
Ainda que o roteiro se perca na parte final, há de se elogiar, no entanto a capacidade de fazer com que os Minions se comuniquem conosco apesar de tudo. Em um dialeto que mistura grunhidos com palavras soltas de diversas línguas, é de se impressionar a quantidade de diálogos sem pé nem cabeça, mas que consegue nos passar exatamente o sentido seja pela composição da cena, expressões dos personagens ou mesmo pela fonética e impostação de voz. E isso torna tudo ainda mais divertido, pois brincamos junto com eles de nos comunicar como crianças.
No final das contas, o filme dos Minions é menos do que poderia, ou pelo menos do que esperávamos diante de tudo que já vimos com eles. Ainda assim, traz bons momentos, piadas e referências que não tornam a jornada um desperdício.
Minions (Minions, 2015 / EUA)
Direção: Kyle Balda, Pierre Coffin
Roteiro: Brian Lynch
Duração: 91 min.
O filme narra a história dos Minions desde a antiguidade até a década de 60, onde se passa a aventura. Estes seres contagiantes sempre tiveram uma missão: servir ao maior vilão da humanidade. Porém, algo sempre saía errado e seus mestres acabavam morrendo de maneira trágica. Deprimidos, os Minions se escondem em uma caverna, mas o visionário Kevin não vai deixar a história deles acabar assim. Organiza uma expedição junto a Bob e Stuart para encontrar o chefe ideal. E tudo os leva ao encontro da famosa Scarlet Overkill, vilã que deseja conquistar o mundo.
O filme possui três momentos muito bem definidos. O início, quando conhecemos a história dos Minions em uma espécie de mockumentary com direito a um narrador nos guiando em todos os séculos, até a decisão de sair da caverna em expedição. A segunda parte é a da busca, com os três Minions procurando o novo vilão para chamar de seu. E a terceira parte, após encontrar e serem aceitos como capangas de Scarlet Overkill, que lhes dá uma missão nem um pouco fácil.
A primeira parte é curiosa e divertida. A segunda é hilária. Na terceira, algo desanda e não é culpa das pobres criaturas amarelas que já vi serem acusadas de não "funcionar" como protagonistas, mas da estrutura do roteiro nesse momento, que não consegue encontrar um arco satisfatório, tal qual foi com Gru, para essas criaturinhas serem ajudantes atrapalhadas de uma vilã. A personagem de Scarlet é que é mal construída, assim como o seu plano mirabolante de "dominar" o mundo.
Nem entrando no mérito da causa feminista, mas citando-a. Scarlet é uma vilã poderosa, temida e admirada por todos, mas que vive em função de um marido bocó e em realizar um sonho de infância que soa como um capricho de uma menina mimada que não ganhou a boneca que pediu. Nada nela faz sentido quando a conhecemos de perto. E nisso, inclui-se a missão que dá aos Minions e sua atitude para com eles após isso. A única coisa interessante na personagem é a dublagem, não pude conferir a performance original de Sandra Bullock, mas, por aqui, Adriana Esteves consegue cumprir bem o seu papel.
Com isso, a trama fica tola, cansativa, repetitiva e desestimulante. Toda a construção de piadas anteriores vai se perdendo em uma correria sem sentido. Mais do que isso, os próprios Minions perdem sua essência, transformados em apenas joguetes de escracho. Mas, que, ainda assim, trazem momentos engraçados por referências divertidas ao mundo adulto dos anos 60, como a chegada do homem à Lua, os Beatles, Jimi Hendrix, The Doors e Rolling Stones. Isso sem falar em um número musical com a música Hair.
Ainda que o roteiro se perca na parte final, há de se elogiar, no entanto a capacidade de fazer com que os Minions se comuniquem conosco apesar de tudo. Em um dialeto que mistura grunhidos com palavras soltas de diversas línguas, é de se impressionar a quantidade de diálogos sem pé nem cabeça, mas que consegue nos passar exatamente o sentido seja pela composição da cena, expressões dos personagens ou mesmo pela fonética e impostação de voz. E isso torna tudo ainda mais divertido, pois brincamos junto com eles de nos comunicar como crianças.
No final das contas, o filme dos Minions é menos do que poderia, ou pelo menos do que esperávamos diante de tudo que já vimos com eles. Ainda assim, traz bons momentos, piadas e referências que não tornam a jornada um desperdício.
Minions (Minions, 2015 / EUA)
Direção: Kyle Balda, Pierre Coffin
Roteiro: Brian Lynch
Duração: 91 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Minions
2015-06-27T19:44:00-03:00
Amanda Aouad
animacao|critica|infantil|Kyle Balda|Pierre Coffin|Sandra Bullock|
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