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Samba
Após sucesso com Intocáveis, os diretores Olivier Nakache e Eric Toledano retornam a fórmula de uma comédia dramática de encontro de dois mundos distintos, onde um ajuda o outro a evoluir. E mais uma vez, tem tudo para agradar o grande público, inclusive pela simpatia do ator Omar Sy.
Baseado no livro de Delphine Coulin, a trama gira em torno do imigrante ilegal Samba, que começa a ter dificuldades de encontrar emprego após ser pego pela imigração. Detido, ele conhece Alice, uma alta executiva com estafa mental, que está como voluntária em uma ONG para ajudar pessoas assim. Entre mentiras, documentos ilegais e pequenos bicos, Samba vai buscando sobreviver, enquanto ajuda Alice a se reequilibrar emocionalmente.
Apesar de narrar um fato bastante específico (imigrantes ilegais na França), Samba trata de temas universais e bem atuais como stress da vida moderna e necessidade de sobrevivência em um mundo extremamente capitalista. O sonho de se dar bem em um país estrangeiro, mandando dinheiro para casa e juntando para retornar rico, é de muitos. Principalmente em países subdesenvolvidos, mirando os grandes centros comerciais. Como o sonho de Samba é ser um grande chef de cozinha, a França é ainda mais atraente.
Assim como em Intocáveis, Omar Sy conhece construir um personagem fácil de criar empatia. Ainda que Samba minta para continuar no país ilegalmente, utilize documentos falsos ou mesmo tenha algumas atitudes impensadas que podem depor contra o seu caráter, nos parece um homem bom. Merecedor de realizar seus sonhos. Compramos a ideia de que aquele é o melhor caminho e torcemos pelo final feliz.
Já Alice é construída por Charlotte Gainsbourg como uma pessoa digna de pena, sempre com olhar perdido, sofrida, mas também uma boa pessoa que está em uma fase ruim, mas merece superá-la. Claro, que Olivier Nakache e Eric Toledano não podiam perder a oportunidade de uma piadinha referência a seu papel em Ninfomaníaca. Mas, tirando isso, temos distúrbios psicológicos diferentes.
E é do encontro desses dois que o filme realmente acontece, ainda que tenhamos outros secundários importantes como o tio de Samba, o seu colega de cela, Jonas, divertido brasileiro Wilson, a estressada colega de ONG, Manu. Cada um acrescenta algo aos protagonista, ajudando em diversos momentos. Mas, é na troca dos dois que o aprendizado de fato se dá. Samba precisa de Alice tanto quanto ela, dele. E isso sem nem mesmo entrar na questão do romance que é apenas mais um detalhe da relação dos dois. Há ali, um encontro de almas.
Assim, Samba, apesar de ser uma comédia leve, flerta com o drama e até mesmo a crítica social, nos trazendo cenas de pura sátira como os depoimentos dos imigrantes para as pessoas da ONG, de tensão em algumas batidas policiais e de sofrimento em alguns acontecimentos que interferem no destino do protagonista. Mas, há também alívios cômicos, envolvendo principalmente Wilson em duas performances com músicas brasileiras.
Daqueles filmes que tem tudo para agradar o grande público. Leve, sem maiores compromissos, apenas contando uma boa história com bons personagens interpretados por ótimos atores. Sem grandes inovações ou mesmo uma direção extremamente criativa, mas o cinema também é feito disso. Puro entretenimento de qualidade.
Samba (Samba, 2014 / França)
Direção: Olivier Nakache, Eric Toledano
Roteiro: Olivier Nakache, Eric Toledano
Com: Omar Sy, Charlotte Gainsbourg, Tahar Rahim
Duração: 118 min.
Baseado no livro de Delphine Coulin, a trama gira em torno do imigrante ilegal Samba, que começa a ter dificuldades de encontrar emprego após ser pego pela imigração. Detido, ele conhece Alice, uma alta executiva com estafa mental, que está como voluntária em uma ONG para ajudar pessoas assim. Entre mentiras, documentos ilegais e pequenos bicos, Samba vai buscando sobreviver, enquanto ajuda Alice a se reequilibrar emocionalmente.
Apesar de narrar um fato bastante específico (imigrantes ilegais na França), Samba trata de temas universais e bem atuais como stress da vida moderna e necessidade de sobrevivência em um mundo extremamente capitalista. O sonho de se dar bem em um país estrangeiro, mandando dinheiro para casa e juntando para retornar rico, é de muitos. Principalmente em países subdesenvolvidos, mirando os grandes centros comerciais. Como o sonho de Samba é ser um grande chef de cozinha, a França é ainda mais atraente.
Assim como em Intocáveis, Omar Sy conhece construir um personagem fácil de criar empatia. Ainda que Samba minta para continuar no país ilegalmente, utilize documentos falsos ou mesmo tenha algumas atitudes impensadas que podem depor contra o seu caráter, nos parece um homem bom. Merecedor de realizar seus sonhos. Compramos a ideia de que aquele é o melhor caminho e torcemos pelo final feliz.
Já Alice é construída por Charlotte Gainsbourg como uma pessoa digna de pena, sempre com olhar perdido, sofrida, mas também uma boa pessoa que está em uma fase ruim, mas merece superá-la. Claro, que Olivier Nakache e Eric Toledano não podiam perder a oportunidade de uma piadinha referência a seu papel em Ninfomaníaca. Mas, tirando isso, temos distúrbios psicológicos diferentes.
E é do encontro desses dois que o filme realmente acontece, ainda que tenhamos outros secundários importantes como o tio de Samba, o seu colega de cela, Jonas, divertido brasileiro Wilson, a estressada colega de ONG, Manu. Cada um acrescenta algo aos protagonista, ajudando em diversos momentos. Mas, é na troca dos dois que o aprendizado de fato se dá. Samba precisa de Alice tanto quanto ela, dele. E isso sem nem mesmo entrar na questão do romance que é apenas mais um detalhe da relação dos dois. Há ali, um encontro de almas.
Assim, Samba, apesar de ser uma comédia leve, flerta com o drama e até mesmo a crítica social, nos trazendo cenas de pura sátira como os depoimentos dos imigrantes para as pessoas da ONG, de tensão em algumas batidas policiais e de sofrimento em alguns acontecimentos que interferem no destino do protagonista. Mas, há também alívios cômicos, envolvendo principalmente Wilson em duas performances com músicas brasileiras.
Daqueles filmes que tem tudo para agradar o grande público. Leve, sem maiores compromissos, apenas contando uma boa história com bons personagens interpretados por ótimos atores. Sem grandes inovações ou mesmo uma direção extremamente criativa, mas o cinema também é feito disso. Puro entretenimento de qualidade.
Samba (Samba, 2014 / França)
Direção: Olivier Nakache, Eric Toledano
Roteiro: Olivier Nakache, Eric Toledano
Com: Omar Sy, Charlotte Gainsbourg, Tahar Rahim
Duração: 118 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Samba
2015-07-11T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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