Shaun, o Carneiro
Baseado em uma série televisiva, Shaun, o carneiro é uma animação em stop motion aparentemente simples, mas que nos surpreende em diversos aspectos trazendo o humor e criatividade do cinema não sonoro e por que não dizer, também, sua inocência.
Shaun é um carneiro que vive em uma fazenda com diversas ovelhas, o fazendeiro, seu fiel cachorro e outros animais, como a trupe de porcos e um galo divertido. Cansado da rotina, o carneiro resolve tirar umas férias, mas o plano sai errado e o fazendeiro acaba indo parar na cidade grande, desmemoriado. Ele, então, resolve ir atrás do dono, mas as ovelhas o seguem, vivendo uma aventura que só se complica a cada passo.
Duas coisas impressionam de início no filme. Primeiro, a difícil técnica de stop motion que aqui parece bastante fluida. Não por acaso, levou seis anos para ser produzido. Segundo, o roteiro, com diversas peripécias e sem um único diálogo falado. Tudo funciona perfeitamente bem, sem maiores problemas de comunicação ou entendimento. Nem mesmo fica cansativo, ainda que existam diversas repetições de confusões, com correrias típicas e um vilão caricato, como o caçador de animais.
Há um humor inocente na obra que nos conduz junto com os animais e o atrapalhado fazendeiro em sua jornada desmemoriada. As situações são bem elaboradas e é divertido ver o seu sucesso como cabeleireiro, por exemplo, quando ele repete o gesto de tosar ovelhas. Da mesma forma a esperteza de Shaun contrasta com o atrapalhamento das ovelhas, mas acaba se tornando mais divertida em momentos como quando eles fingem ser pessoas.
Algo que chama a atenção na animação é também a quantidade de referências a filmes e a cultura pop, quando como eles atravessam a rua imitando a famosa pose dos Beatles. Temos brincadeiras com O Silêncio dos Inocentes e ao Hannibal Lecter "copiado" pelo gato no corredor do canil. Ou à Revolução dos Bichos com os porcos dentro da casa e os animais vendo pela janela. E diversas outras referências e piadas como a Taxi Driver, Cabo do Medo e até Star Wars.
E mesmo com tanta aventura e humor, Shaun ainda tem tempo para o melodrama. Não apenas na relação entre o fazendeiro e seus animais, que se sentem abandonados por ele. Como na questão do abandono de animais em si, principalmente com uma cadelinha vira-latas que Shaun conhece no canil e acaba ajudando a trupe a fugir. Maltratada, a bichinha nos dá pena em diversos momentos, tendo cenas emocionantes.
No geral, Shaun, o Carneiro acaba surpreendendo por sua qualidade técnica e artística, nos dando uma divertida e emocionante história que faz brincadeiras até o final. Inclusive após os créditos.
Shaun, o Carneiro (Shaun the Sheep Movie, 2015 / Reino Unido)
Direção: Mark Burton, Richard Starzak
Roteiro: Mark Burton, Richard Starzak
Duração: 85 min.
Shaun é um carneiro que vive em uma fazenda com diversas ovelhas, o fazendeiro, seu fiel cachorro e outros animais, como a trupe de porcos e um galo divertido. Cansado da rotina, o carneiro resolve tirar umas férias, mas o plano sai errado e o fazendeiro acaba indo parar na cidade grande, desmemoriado. Ele, então, resolve ir atrás do dono, mas as ovelhas o seguem, vivendo uma aventura que só se complica a cada passo.
Duas coisas impressionam de início no filme. Primeiro, a difícil técnica de stop motion que aqui parece bastante fluida. Não por acaso, levou seis anos para ser produzido. Segundo, o roteiro, com diversas peripécias e sem um único diálogo falado. Tudo funciona perfeitamente bem, sem maiores problemas de comunicação ou entendimento. Nem mesmo fica cansativo, ainda que existam diversas repetições de confusões, com correrias típicas e um vilão caricato, como o caçador de animais.
Há um humor inocente na obra que nos conduz junto com os animais e o atrapalhado fazendeiro em sua jornada desmemoriada. As situações são bem elaboradas e é divertido ver o seu sucesso como cabeleireiro, por exemplo, quando ele repete o gesto de tosar ovelhas. Da mesma forma a esperteza de Shaun contrasta com o atrapalhamento das ovelhas, mas acaba se tornando mais divertida em momentos como quando eles fingem ser pessoas.
Algo que chama a atenção na animação é também a quantidade de referências a filmes e a cultura pop, quando como eles atravessam a rua imitando a famosa pose dos Beatles. Temos brincadeiras com O Silêncio dos Inocentes e ao Hannibal Lecter "copiado" pelo gato no corredor do canil. Ou à Revolução dos Bichos com os porcos dentro da casa e os animais vendo pela janela. E diversas outras referências e piadas como a Taxi Driver, Cabo do Medo e até Star Wars.
E mesmo com tanta aventura e humor, Shaun ainda tem tempo para o melodrama. Não apenas na relação entre o fazendeiro e seus animais, que se sentem abandonados por ele. Como na questão do abandono de animais em si, principalmente com uma cadelinha vira-latas que Shaun conhece no canil e acaba ajudando a trupe a fugir. Maltratada, a bichinha nos dá pena em diversos momentos, tendo cenas emocionantes.
No geral, Shaun, o Carneiro acaba surpreendendo por sua qualidade técnica e artística, nos dando uma divertida e emocionante história que faz brincadeiras até o final. Inclusive após os créditos.
Shaun, o Carneiro (Shaun the Sheep Movie, 2015 / Reino Unido)
Direção: Mark Burton, Richard Starzak
Roteiro: Mark Burton, Richard Starzak
Duração: 85 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Shaun, o Carneiro
2016-02-02T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
animacao|aventura|comedia|infantil|Mark Burton|oscar 2016|Richard Starzak|
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