
Paul W.S. Anderson não é um diretor muito bem visto por fãs de algumas franquias. Para muitos, é o responsável por "destruir" Resident Evil nos cinemas. Para outros, foi o diretor capaz de tocar Alien vs Predador que, de certa maneira, irritou fãs das duas séries. De qualquer forma, ele consegue bons resultados em tela, e O Enigma do Horizonte acaba sendo um deles.
Na trama, uma equipe de astronautas precisa ir até a órbita de Netuno para resgatar a nave Event Horizon que estava há muito tempo desaparecida e alguns acreditavam ter explodido no espaço. Mas, a bordo dela, eles vão perceber que algo muito pior que uma explosão aconteceu ali.

Há um certo fundo científico, mas não podemos dizer que O Enigma do Horizonte seja exatamente uma ficção científica. A nave possui um núcleo que consegue dobrar o tempo e espaço, fazendo a nave saltar distâncias e chegar a destinos antes não possíveis. Porém, isso é quase a desculpa para a trama existir. O que temos mesmo é um filme de suspense, onde pessoas correm perigo em um local fechado.


A própria premissa do buraco negro e da força maior que rege as situações ali podem ser consideradas extremamente forçadas. É uma temática muito comum no final dos anos noventa, o medo dos caminhos da ciência. A pretensão do homem de querer mudar as leis naturais das coisas e brincar de Deus. É como se, por ousar ir além, o homem precisasse ser punido, pois mexeu com algo que não entende. Tudo isso acaba se tornando tolo, principalmente aos olhos atuais.
De qualquer maneira, o filme não tem a pretensão de ser um 2001, nem mesmo um Alien. Não parece querer marcar a história e o gênero. Apenas busca uma trama envolvente para um entretenimento pontual. É bom também se divertir com ele.
O Enigma do Horizonte (Event Horizon, 1997 / EUA)
Direção: Paul W.S. Anderson
Roteiro: Philip Eisner
Com: Laurence Fishburne, Sam Neill, Kathleen Quinlan, Joely Richardson, Richard T. Jones, Jack Noseworthy, Jason Isaacs, Sean Pertwee
Duração: 96 min.