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Jason Bourne

Jason Bourne - filme

Ele já tinha se aposentado, deixado um legado em um filme bem aquém da trilogia original e parecia esquecido. Mas Matt Damon e Paul Greengrass resolveram retomar o projeto e Jason Bourne retorna aos cinemas. Em um filme desnecessário, é verdade, mas igualmente competente, principalmente nas cenas de perseguição.

Jason Bourne queria entender o seu passado, ao mesmo tempo em que lutava para que não acontecesse com outros o que aconteceu com ele. Assim se sustentou a trilogia Bourne, baseada nos livros de Robert Ludlum. Agora, Bourne retorna porque nem tudo no seu passado era como ele pensava que fosse. Não fica tão redondo quanto os três primeiros filmes, mas percebe-se um esforço de Paul Greengrass e Christopher Rouse em manter a tensão e suspense dos demais roteiros.

Jason Bourne - filmeO ponto de ataque é Nicky Parsons, que consegue rackear o sistema da organização e descobre alguns detalhes do passado de Bourne que podem mudar muita coisa em sua cabeça. Não fica um ressurgimento forçado, já que a espiã estava investigando um novo programa que está para ser implantado e encontra as informações em meio a investigação. O arco construído do filme não fica gratuito, sem ser apenas correria, tiros e explosões, há algo a ser resolvido, há tensão, apesar de não tão bem elaborado quando os demais filmes.

Ao mesmo tempo, os roteiristas perderam uma boa oportunidade de deixar o filme um pouco mais equilibrado nos gêneros, já que Nicky sai de cena e é substituída em função dramática por Heather Lee, vivida por Alicia Vikander. É compreensível a busca por um nome forte feminino, já que Alicia ganhou destaque nos últimos tempos. Mas, não teria espaço para duas mulheres no filme? Mulher na C.I.A não é algo tão incomum, elas já são até protagonistas em algumas séries como Homeland. Manter o padrão Smurfette (ou seja, apenas uma mulher e vários homens) conta negativamente para o filme.

Jason Bourne - filmeDe qualquer maneira, sua principal função é cumprida. Ser um filme eletrizante com muitas cenas de perseguição de tirar o fôlego. Destaque para uma em Atenas pela mise en scène arquitetada misturando multidão em manifestação e agentes em perseguição seja a pé ou de carro. A maneira como as pessoas vão se descortinando, a montagem, o ritmo da cena. Tudo impressiona. E ainda temos pelo menos mais duas boas perseguições que também nos deixam com os olhos grudados em tela.

Matt Damon retorna ao papel quase dez anos depois com boa desenvoltura. Reconhecemos Bourne em tela, seus movimentos, sua postura corporal, até mesmo sua forma de falar. E o seu embate com os personagens de Tommy Lee Jones e Vincent Cassel nos proporcionam também duelos de atuação para além da disputa física. Há muito jogo psicológico também em cena, o que ajuda a construir a tensão da obra.

Agora, tudo isso não muda o fato de que o filme fica com uma sensação de caça-níquel. O arco já havia sido fechado a contento, qual a necessidade de reviver o personagem em tela ? O roteiro tenta se justificar, é verdade, traz novidades, mas a estrutura acaba sendo a mesma, nos dando a sensação de que Paul Greengrass não quer sair da zona de conforto, no velho lema de "não se mexe em time que está ganhando".

De qualquer maneira, como já disse, o filme cumpre sua principal função. É uma obra eletrizante e um ótimo exemplar dos filmes de ação. Quem curte o personagem vai sair satisfeito do cinema.


Jason Bourne (Jason Bourne, 2016 / EUA)
Direção: Paul Greengrass
Roteiro: Paul Greengrass, Christopher Rouse
Com: Matt Damon, Tommy Lee Jones, Alicia Vikander, Vincent Cassel, Julia Stiles
Duração: 123 min.

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