
Ironia sempre foi a marca registrada dos irmãos Coen, e ser irônico com Hollywood nunca foi difícil. Ave, César! é daqueles filmes gostosos de acompanhar e, que por mais que tenham críticas certeiras, não deve ser levado muito a sério ou pode aborrecer por estereótipos e exageros.
A trama se passa em 1950, centrada no produtor Edward Mannix, interpretado por Josh Brolin. Seria uma trajetória típica de bastidores e suas estrelas, se não fosse o sequestro do ator Baird Whitlock, interpretado por George Clooney, por uma organização chamada "Futuro", que, claro, tem relação com o socialismo e a Guerra Fria.

É interessante como as piadas também voltam quando parecia que o assunto tinha sido encerrado. Como o galã de filmes de cowboy (interpretado por Alden Ehrenreich) que passa para protagonista de um drama e não consegue dizer uma palavra específica. E cenas depois isso retorna com uma reviravolta hilária. Ou o problema da gravidez da atriz interpretada por Scarlett Johansson, que, quando parece resolvida, ainda nos reserva uma piada extra.

Ainda assim, o filme tem um bom ritmo que nos envolve e não faz parecer que o tempo passou. E tudo parece muito bem feito, inclusive cenas musicais como a protagonizada por Channing Tatum. Ou mesmo a cena de Scarlett Johansson com toda uma coreografia na piscina. Isso sem falar na cena do submarino.
Ave, César! não é a melhor obra já feita pelos irmãos Coen, mas mantem a qualidade e estilo da dupla. Um filme bem feito, divertido, inteligente e com diversas críticas explícitas ou implícitas, não apenas sobre Hollywood, mas sobre a sociedade como um todo.
Ave, César! (Hail, Caesar!, 2016 / EUA)
Direção: Ethan Coen, Joel Coen
Roteiro: Joel Coen, Ethan Coen
Com: Josh Brolin, George Clooney, Alden Ehrenreich, Ralph Fiennes, Scarlett Johansson, Tilda Swinton. Channing Tatum
Duração: 106 min.