Home
Adirley Queirós
Andreia Vieira
cinema brasileiro
critica
festbrasilia2017
Festival
ficcao cientifica
filme brasileiro
Franklin Ferreira
Marquim da Tropa
Wellington Abreu
Era uma vez Brasília
Era uma vez Brasília
Uma sala lotada, expectativa alta. Sempre um risco para qualquer produção. Adirley Queirós é um ícone em Brasília, diretor pulsante, criativo, que teve seu ápice até o momento com “Branco Sai, Preto Fica”. Era de se esperar que seu novo filme causasse o alvoroço que vimos na noite do dia 22 de setembro no CineBrasília. Pena que, após a sessão, a sensação era maior de decepção que de alegria.
É injusto comparar “Era uma vez Brasília” com “Branco Sai, Preto Fica”, mas o próprio filme faz isso com ele ao utilizar tantos elementos parecidos. A começar pelo longo primeiro ato de uma pessoa em uma nave espacial tentando contato com aqueles que o enviaram em paralelo com rotina do Marquim da Tropa.
A trama gira em torno do agente intergalático WA4 que vem à Terra com a missão de assassinar o presidente Juscelino Kubitscheck no dia da inauguração de Brasília. Porém um erro de cálculo o coloca na Ceilândia em 2016. A sensação é que, assim como o agente, o cineasta não sabe o que fazer com isso, pois o filme se constitui em um compasso de espera que parece ir do nada a lugar nenhum.
O momento político entra no discurso do filme, mas não é trabalhado em sua dramaturgia de maneira criativa. Pior, não se acrescenta muito ao já conhecido e dito. O filme se limita a contemplar a paisagem com uma direção de arte criativa, é verdade, mas sem muita alma.
Adirley Queirós não consegue trabalhar o ritmo que impõe ao filme, tornando os longos planos em experimentações vazias que cansam em vez de impactar a plateia. A própria personagem da Andreia Vieira não funciona na trama. Descrita na sinopse oficial como a “rainha do pós guerra” que irá ajudar Marquim da Tropa “a montar um exército para matar os monstros que habitam hoje o congresso nacional”. Faltou roteiro para nos mostrar isso efetivamente em cena.
“Era uma vez Brasília” frustra em diversos aspectos, ainda que tenha sequências incríveis que só comprovam o talento e criatividade do diretor. Até por isso, ainda exista a cobrança pelo frescor de algo novo e impactante. Talvez estejamos exigindo demais da obra. Isso só o tempo dirá. Por enquanto fica essa sensação de vazio.
Filme visto no 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Era uma Vez Brasília (Era uma Vez Brasília, 2017, Brasil)
Direção: Adirley Queirós
Roteiro: Adirley Queirós
Com: Wellington Abreu, Andreia Vieira, Marquim da Tropa, Franklin Ferreira
Duração: 100 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Era uma vez Brasília
2017-09-24T13:00:00-03:00
Amanda Aouad
Adirley Queirós|Andreia Vieira|cinema brasileiro|critica|festbrasilia2017|Festival|ficcao cientifica|filme brasileiro|Franklin Ferreira|Marquim da Tropa|Wellington Abreu|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
mais populares do blog
-
Em seu quarto longa-metragem, Damien Chazelle , conhecido por suas incursões musicais de sucesso, surpreende ao abandonar o território da me...
-
Os Batutinhas , lançado em 1994, é uma obra cinematográfica que evoca nostalgia e diversão para aqueles que cresceram assistindo às aventura...
-
Cinco pessoas em uma sala precisam decidir sobre uma obra com questões raciais . Três dessas pessoas são brancas e duas negras. As três prim...
-
Garfield , a icônica criação de Jim Davis , ganhou vida nas telonas em 2004, sob a direção de Peter Hewitt . O filme , baseado nas tirinhas ...
-
Uma família padrão, uma casa dos sonhos, a paz de ter suas necessidades atendidas e sua vida ajustada à expectativa do que prometeu o govern...