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Entre Vinho e Vinagre
Entre Vinho e Vinagre
Estreia de Amy Poehler na direção de um longa-metragem, Entre Vinho e Vinagre tinha tudo para ser uma ótima comédia, principalmente pelo elenco reunido. A estrutura do roteiro e a montagem, no entanto, nos apresentam um filme esquemático e que abusa de alguns recursos que em vez de divertir acabam causando cansaço.
A trama é simples, seis amigas que não se vêem há um tempo se reúnem um fim de semana em uma casa na região da Napa na Califórnia para comemorar os cinquenta anos de uma delas. A ideia de mulheres reunidas entre comemoração e reflexão sobre a vida instiga. E a ideia do próprio envelhecimento e os problemas pessoais delas rendem bons conflitos.
A estrutura, no entanto, é confusa, não se decidindo entre tom e questões abordadas que vão sendo jogadas em tela sem muita lógica ou uma mínima empatia para que possamos torcer, rir e nos emocionar com cada uma delas tanto quanto as personagens parecem estar fazendo em cena.
O primeiro ato é competente. As personagens são apresentadas desde a sequência inicial no telefone, quando estão combinando a viagem, e os primeiros momentos juntas é divertido, construindo bem as situações e resenhas iniciais com as promessas do que está por vir, principalmente com a ideia do itinerário organizado por Abby, personagem da própria Amy Poehler.
Mas o desenrolar vai sendo uma sucessão de acontecimentos e apresentações de conflitos que não se ligam entre si e vão construindo quase esquetes dentro daquela viagem, tendo poucos momentos realmente bons, com um embate de gerações em uma estranha exposição artística. A própria personalidade das seis mulheres é pouco aprofundada, não sendo pior apenas pelo talento de cada uma delas.
Há momentos forçados como a leitura de tarô ou uma situação esdrúxula que as fazem rolar barranco abaixo. Ainda que brinque com o humor físico e que a entrega das atrizes não faça a cena cair completamente no ridículo, dentro da estrutura do roteiro e do momento em que é inserida parece gratuita, uma última tentativa desesperada de nos fazer rir.
Sem tanto vinho quanto promete, Entre Vinho e Vinagre não consegue dosar bem suas buscas por risos e lágrimas daquelas mulheres maduras. A própria dinâmica dentro da casa e entre elas é pouco explorada, nos dando apenas uma sensação do que poderia ter sido. Uma pena.
Entre Vinho e Vinagre (Wine Country, 2019 / EUA)
Direção: Amy Poehler
Roteiro: Liz Cackowski, Emily Spivey
Com: Amy Poehler, Rachel Dratch, Ana Gasteyer, Maya Rudolph, Paula Pell, Emily Spivey, Tina Fey
Duração: 103 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Entre Vinho e Vinagre
2019-06-10T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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