Às vezes, tudo o que você precisa em meio aos problemas do dia a dia é assistir a uma comédia descompromissada que consiga te divertir, apesar, ou exatamente por causa, dos clichês. Aquele formato de obra que ficou popularmente conhecido como filme de “Sessão da Tarde”.
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Esposa de Aluguel
Esposa de Aluguel
Às vezes, tudo o que você precisa em meio aos problemas do dia a dia é assistir a uma comédia descompromissada que consiga te divertir, apesar, ou exatamente por causa, dos clichês. Aquele formato de obra que ficou popularmente conhecido como filme de “Sessão da Tarde”.
Esposa de Aluguel, novo filme da diretora Cris D'Amato é isso. Uma comédia romântica clichê sem maiores pretensões, com temas requentados e personagens típicos, mas que ciente do que tem em mãos, entrega uma obra bem feita que busca agradar ao grande público. Não por acaso estreou e continua entre os filmes mais vistos da plataforma streaming Netflix.
Estrelado por Caio Castro e Thati Lopes, a trama é simples. Luiz é um bon vivant que vive às custas da mãe foge de relacionamentos sérios. Tem, inclusive, uma série de regras para evitar cair nessa “armadilha”. Mas a notícia de que ficará fora do testamento caso não se case, faz com que ele contrate a atriz Lina para interpretar sua futura esposa.
Como toda boa comédia romântica o arco dramático é previsível, mas a dinâmica do falso casal que vai se aproximando aos poucos é divertida e envolvente, com pequenas ressalvas para o ato final que abusa um pouco da boa vontade do espectador, em especial com um acontecimento no palco de um concurso de danças e a resolução em si que traz algumas peripécias pouco críveis.
Ao contrário, o primeiro ato tem pontos positivos como a apresentação de Luiz citando as tais regras para fugir do relacionamento, que tem uma leve referência com a apresentação das regras do Clube da Luta, filme preferido da personagem. Por mais que force um pouco essa comparação, acaba sendo uma busca por uma construção orgânica da personagem, suas referências e seus desejos.
Outro ponto positivo é a maneira como o roteiro abre espaço para a improvisação de Thati Lopes, construindo momentos engraçados de humor físico, mas também interferências irônicas com críticas inteligentes e divertidas. A própria antítese da personagem, que é uma atriz que apresenta um monólogo sobre relacionamentos, é curiosa e enriquece o texto do filme.
O elenco de apoio também ajuda no timming cômico, em especial Patricya Travassos como a mãe de Luiz e Mariana Xavier como a irmã Maria Inês, que funciona como antagonista menos clichê ao não deixar espaço para os famosos triângulos amorosos do gênero. Ainda que exista um triângulo aqui na disputa pela atenção da mãe.
Esposa de Aluguel é aquilo que se propõe. Uma comédia romântica que segue a fórmula do gênero, divertindo e envolvendo com a tese do amor romântico. Você pode até tentar fugir dele, mas quando surge o sentimento verdadeiro, acaba descobrindo que isso foi o que você sempre quis.
Esposa de Aluguel (Brasil, 2022)
Direção: Cris D'Amato
Roteiro: Luanna Guimarães
Com: Caio Castro, Thati Lopes, Mariana Xavier, Patricya Travassos, Danielle Winits, Polliana Aleixo
Duração: 107 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Esposa de Aluguel
2022-11-09T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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