Jumanji
É impossível ignorar a presença marcante de Jumanji (1995) na cinematografia. Sob a direção hábil de Joe Johnston, este filme tornou-se um marco não apenas por sua trama envolvente, mas pela forma como tece elementos visuais, performances cativantes e uma narrativa que se mantém atual, apesar do tempo.
No centro desta narrativa intrincada está Alan Parrish, interpretado de maneira magistral por Robin Williams. A escolha de Williams foi um golpe de mestre, pois sua habilidade de transmitir inocência e coragem simultaneamente deu vida a um personagem que se tornou imortal. Parrish, aprisionado por anos em um jogo mágico, é o coração da história, um homem que carrega consigo a dualidade entre a infância roubada e a sabedoria adquirida em uma selva implacável.
Embora o filme mergulhe em territórios sombrios e místicos, a maestria reside na maneira como o humor é habilmente entrelaçado. A química entre Williams e Bonnie Hunt, que interpreta Sarah Whittle, oferece momentos de alívio cômico, muitas vezes derivados da astúcia emocional de ambos os atores. O riso aqui não é apenas um respiro, mas uma parte orgânica do tecido emocional do filme.
Joe Johnston demonstra maestria técnica na condução de Jumanji. A direção de arte destaca-se na representação da casa Parrish, metamorfoseando-se de um lar suburbano para uma selva intrusiva. A direção de fotografia, embora ocasionalmente marcada por um uso exagerado de CGI, captura a essência aventuresca com ângulos envolventes e escolhas de enquadramento que evocam emoção e suspense.
O enredo, baseado em um jogo de tabuleiro mágico, é habilmente construído para mergulhar o público em uma jornada repleta de desafios. Cada movimento do jogo desencadeia consequências extraordinárias, desde animais selvagens invadindo a realidade até reviravoltas temporais. A narrativa é uma tapeçaria complexa de eventos, onde a aventura é temperada com momentos de ternura e reflexão.
Kirsten Dunst e Bradley Pierce, interpretando as crianças Judy e Peter, contribuem com vitalidade para a dinâmica do elenco. Dunst, mesmo em seus primeiros anos de carreira, exibe uma ironia cativante, enquanto Pierce, mesmo limitado pela maquiagem, entrega uma performance convincente. A adição de Bonnie Hunt como Sarah Whittle adiciona camadas de emoção, proporcionando um contraponto emocional crucial.
Jumanji é uma experiência atemporal. Seu legado é forjado na habilidade de Joe Johnston de equilibrar ação, humor e coração. Cada detalhe, desde a trilha sonora emocionante de James Horner até os efeitos práticos eficazes, contribui para um todo coeso que permanece gravado na memória dos espectadores.
Em seu clímax eletrizante, Jumanji oferece não apenas uma resolução narrativa, mas uma exploração das complexidades humanas. Alan Parrish emerge não apenas como um herói que conquista desafios sobrenaturais, mas como um símbolo da resiliência humana.
Ao desvendar os encantos de Jumanji (1995), somos conduzidos por uma jornada que vai além da tela, envolvendo-nos em uma tapeçaria de emoções, reflexões e pura magia cinematográfica. Um filme que parece não ter envelhecido nada.
Jumanji (Jumanji, 1995 / EUA)
Direção: Joe Johnston
Roteiro: Jonathan Hensleigh, Greg Taylor
Com: Robin Williams, Kirsten Dunst, Bradley Pierce
Duração: 100 min.
![Ari Cabral](https://lh3.googleusercontent.com/-vneijQd_q4A/T8BP5-dHdnI/AAAAAAAAHjw/2zILJmaRZ7c/s80/ari.jpg)
Ari Cabral
Bacharel em Publicidade e Propaganda, profissional desde 2000, especialista em tratamento de imagem e direção de arte. Com experiência também em redes sociais, edição de vídeo e animação, fez ainda um curso de crítica cinematográfica ministrado por Pablo Villaça. Cinéfilo, aprendeu a ser notívago assistindo TV de madrugada, o único espaço para filmes legendados na TV aberta.
Jumanji
2024-02-26T08:30:00-03:00
Ari Cabral
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