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50 anos do cinema baiano (Parte 2)

Glauber Rocha Não é a toa que a maior referência ao cinema baiano é Glauber Rocha. O baiano nascido em Vitória da Conquista é um gênio, não apenas um cineasta reconhecido, como também estudioso e crítico com vários artigos publicados. Seu começo foi no Clube de Cinema de Walter da Silveira, seu primeiro filme foi Barravento, um dos integrantes do Ciclo Baiano de Cinema. Mas, seu vôo solo começou com o Movimento Cinema Novo, inspirado na Nouvelle Vague, francesa.

Para quem não conhece, o movimento da Nouvelle Vague começou com André Bazin que criou a Revista Cahier Du Cinema para pensar o cinema de autor. Dentre os críticos participantes estavam Godard, Truffaut, Claude Chabrol e Erish Romer. Eles defendem filmes mais realistas e ligados aos problemas do próprio país. Filmes que induzissem a reflexão. Dois grandes filmes do movimento são Os incompreendidos e Acossado.

Assim, o Cinema Novo[bb] construiu a sua própria teoria do cinema de autor, falando da realidade brasileira de maneira engajada e crítica. Seus maiores representantes foram Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos. Deus e o Diabo na Terra do Sol e Vidas Secas, são clássicos que gosto de relembrar sempre. Mas, o movimento foi muito além disso, sendo contra a linguagem de estúdio, industrial. Assume a falta de recursos como desafio. O famoso "uma idéia na cabeça, uma câmera na mão". Um verdadeiro produto da cultura e mobilização política dos anos 60.

E foi como Gláuber Rocha se firmou no mercado nacional e internacional. Não é um movimento baiano, não é considerado cinema baiano, já que é feito com recursos nacionais. Mas, é de um baiano que sempre fez questão de citar sua origem e falar de sua terra. Por isso, é motivo de orgulho para o Estado e está sendo relembrado nesse especial. Afinal, não precisamos de bairrismos para lembrar e admirar os grandes feitos do cinema nacional.

Alguns filmes do Cinema Novo:
Urbano: A grande Cidade (Cacá Diegues), Terra em Transe (Glauber Rocha), São Paulo SA (Luís Sérgio Person), Assalto ao Trem Pagador (Roberto Faria).
Rural: Vidas Secas (Nelson Pereira dos Santos), Os fuzis (Ruy Guerra), Deus e o Diabo na Terra do Sol (Gláuber Rocha), Menino de Engenho (Walter Lima Jr).


Falando em Gláuber, faço propaganda das Quartas Baianas, que ocorrem na Sala Walter da Silveira, sempre as 20h. Nesta quarta-feira, dia 11, será exibido o filme Câncer e dia 18, o filme A idade da Terra.

Dia 11.03 (quarta-feira)
20h (70 anos Glauber Rocha)
Câncer
Direção: Glauber Rocha
Fic. 86 min. 1968/1972
No Rio de Janeiro, em 1968, em meio à turbulência política da época, um negro carioca, malandro típico, se encontra com o receptador de seus pequenos golpes. Entre eles, move-se de modo escorregadio uma loura sensual, que contempla alternadamente com seus carinhos um e outro. Sob esta estrutura relativamente prosaica, Câncer traça um painel daquele momento brasileiro, flagrando com câmera nervosa detalhes de um Rio que não existe mais e onde aparece quase como um personagem do filme, a antiga Cinelândia. 'Nenhuma história particular, somente três personagens, em 27 planos longos, improvisando situações cujo tema é a violência psicológica, sexual e racial. No comando, a improvisação total.

Dia 18.03 (quarta-feira)
20h (70 anos Glauber)
A Idade da Terra
Direção: Glauber Rocha.
Brasil, 160 min. 1980.
Visão alegórica de um Brasil que busca sua identidade própria em meio ao complexo jogo político e à diversidade racial que compõem o país.
Com Maurício do Valle, Jece Valadão, Antonio Pitanga, Tarcísio Meira, Geraldo Del Rey, Ana Maria Magalhães, Norma Bengel.

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