Orquestra dos meninos
Quase esquecido por público e crítica, Paulo Thiago construiu mais que um filme ao homenagear o maestro Mozart Vieira, servindo como uma oportunidade de corrigir uma grande injustiça. Músico do interior de Pernambuco que sonhou em criar uma orquestra com meninos do agreste, foi perseguido por forças políticas e quase teve seu projeto de vida destruído ao ser acusado de abuso de menores.
O filme está longe de ser uma obra-prima, é verdade, mas a história tem uma força tão grande que você termina a projeção embevecido. É possível fazer o nosso sonho acontecer. Em situação adversa, Mozart conseguiu construir uma orquestra de sucesso, quando ninguém mais acreditou ser possível. Mais do que isso, os créditos finais mostrando que todos os meninos vivem hoje de música é um sopro de esperança de dias melhores. Afinal, quem é capaz de viver de seus próprios sonhos? Todos os dias somos puxados pela realidade que nos obriga a trabalhar e pagar as contas, deixando os desejos, as paixões em segundo plano. É o medo que nos impede de mergulhar de cabeça em projetos próprios que nos trariam mais satisfação. Mozart não teve esse medo. Saiu de sua posição confortável e lutou pelo impossível, dando um rumo na vida de pessoas que jamais sonhariam em oportunidades parecidas.
Voltando ao filme em si, há falhas técnicas diversas. O roteiro não é tão bem amarrado, oscilando por vezes, em um melodrama caricatural, tornando o drama menos denso do que poderia. Muitas cenas soam de forma artificial e algumas interpretações ficam aquém do esperado. Peca ainda, no final, ao colocar um noticiário e depoimentos de Ivan Lins e Geraldo Azevedo em uma tentativa sem sentido de mostrar que aquilo é real. Porém, há uma coerência e uma sensibilidade em mostrar a história de vida daqueles meninos sofridos, a forma como eles vão aprendendo a tocar os instrumentos, a dedicação e o amor a música, as primeiras apresentações. É possível se envolver e se emocionar com várias cenas. Destaque para a apresentação em frente à prefeitura após a confusão.
Murilo Rosa está muito bem no papel principal e Priscila Fantin também convence em sua atuação se esquecermos que é a atriz global conhecida. O rótulo é tão forte que, por vezes, fica impossível comprar a idéia de que ela é uma adolescente nordestina, semi-analfabeta. De qualquer maneira é uma história de inspiração. Filmes assim deveriam estar sendo feitos em maior escala. Em vez de incentivar a população a reclamar e sofrer com situações de miséria, mostrar bons exemplos de caminhos e possibilidades para ir além e vencer na vida. Por que não?
O filme está longe de ser uma obra-prima, é verdade, mas a história tem uma força tão grande que você termina a projeção embevecido. É possível fazer o nosso sonho acontecer. Em situação adversa, Mozart conseguiu construir uma orquestra de sucesso, quando ninguém mais acreditou ser possível. Mais do que isso, os créditos finais mostrando que todos os meninos vivem hoje de música é um sopro de esperança de dias melhores. Afinal, quem é capaz de viver de seus próprios sonhos? Todos os dias somos puxados pela realidade que nos obriga a trabalhar e pagar as contas, deixando os desejos, as paixões em segundo plano. É o medo que nos impede de mergulhar de cabeça em projetos próprios que nos trariam mais satisfação. Mozart não teve esse medo. Saiu de sua posição confortável e lutou pelo impossível, dando um rumo na vida de pessoas que jamais sonhariam em oportunidades parecidas.
Voltando ao filme em si, há falhas técnicas diversas. O roteiro não é tão bem amarrado, oscilando por vezes, em um melodrama caricatural, tornando o drama menos denso do que poderia. Muitas cenas soam de forma artificial e algumas interpretações ficam aquém do esperado. Peca ainda, no final, ao colocar um noticiário e depoimentos de Ivan Lins e Geraldo Azevedo em uma tentativa sem sentido de mostrar que aquilo é real. Porém, há uma coerência e uma sensibilidade em mostrar a história de vida daqueles meninos sofridos, a forma como eles vão aprendendo a tocar os instrumentos, a dedicação e o amor a música, as primeiras apresentações. É possível se envolver e se emocionar com várias cenas. Destaque para a apresentação em frente à prefeitura após a confusão.
Murilo Rosa está muito bem no papel principal e Priscila Fantin também convence em sua atuação se esquecermos que é a atriz global conhecida. O rótulo é tão forte que, por vezes, fica impossível comprar a idéia de que ela é uma adolescente nordestina, semi-analfabeta. De qualquer maneira é uma história de inspiração. Filmes assim deveriam estar sendo feitos em maior escala. Em vez de incentivar a população a reclamar e sofrer com situações de miséria, mostrar bons exemplos de caminhos e possibilidades para ir além e vencer na vida. Por que não?
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Orquestra dos meninos
2010-03-15T08:55:00-03:00
Amanda Aouad
cinema brasileiro|critica|Murilo Rosa|Paulo Thiago|Priscila Fantin|
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