O preço da traição
Não, caros amigos, não estou falando do filme Mulholland Falls dirigido por Lee Tamahori em 1996. Na verdade, Chloe é um remake de um filme francês chamado Nathalie. A história é a mais universal possível, um casamento desgastado pelo tempo balança com a desconfiança de uma traição. O problema é a solução que a esposa supostamente traída encontra. Contratar uma garota de programa para seduzir seu marido. Uma espécie de teste da fidelidade sem câmeras, e aí é que está o grande problema.
Com direção de Atom Egoyan e roteiro de Erin Cressida Wilson, a história começa morna e demora muito a engrenar. Tudo é meio tímido, parece que diretor e roteirista estão tateando, sem saber como abordar o assunto. Ao contrário de Julianne Moore, um show de interpretação, sempre segura em passar a emoção necessária em cada gesto ou palavra. Liam Neeson também está bem como o marido e professor sedutor. E Amanda Seyfried conseguiu mostrar que é uma boa atriz, segurou muito bem sua Chloe.
Se a interpretação de Julianne Moore me encanta, sua personagem dá vontade de entrar na tela e sacudir para ver se acorda. A Dra. Catherine Stewart nem parece que é uma mulher bem sucedida, com sua clínica ginecológica chique e sempre cheia. Um poço de insegurança, não consegue travar uma conversa decente com o marido e o filho a trata pior do que o gari da esquina. Contratar uma mulher para seduzir seu marido só porque ele não apareceu para a festa de aniversário surpresa e uma aluna mandou uma mensagem duvidosa é muito estranho. Pior é pagar para ficar ouvindo o que a moça lhe conta a cada dia.
Tem desejo, força e insensatez, ingredientes que a cegueira da paixão mistura em nossas emoções confusas e por isso é um bom filme. Tem cenas muito boas, outras muito tímidas, e o puritanismo americano faz com que muita coisa fique apenas na sugestão. O suspense não se sustenta por alguns detalhes que vão sendo expostos e quando a ameaça parece iminente, é apenas um suspiro quase inocente. Tudo precisava estar mais à flor da pele, para empolgar a platéia. E não falo de cenas de sexo, para que não me interpretem mal. Estou falando de emoção mesmo. O tema é tão propício, mas tudo tudo é tão blasé.
Ainda assim, é interessante de se ver, principalmente pelas interpretações do trio protagonista. Você pode não sai com os nervos à flor da pele, mas vai balançar em algumas cenas. Pena que eles não tiveram a coragem de ir além do óbvio.
Com direção de Atom Egoyan e roteiro de Erin Cressida Wilson, a história começa morna e demora muito a engrenar. Tudo é meio tímido, parece que diretor e roteirista estão tateando, sem saber como abordar o assunto. Ao contrário de Julianne Moore, um show de interpretação, sempre segura em passar a emoção necessária em cada gesto ou palavra. Liam Neeson também está bem como o marido e professor sedutor. E Amanda Seyfried conseguiu mostrar que é uma boa atriz, segurou muito bem sua Chloe.
Se a interpretação de Julianne Moore me encanta, sua personagem dá vontade de entrar na tela e sacudir para ver se acorda. A Dra. Catherine Stewart nem parece que é uma mulher bem sucedida, com sua clínica ginecológica chique e sempre cheia. Um poço de insegurança, não consegue travar uma conversa decente com o marido e o filho a trata pior do que o gari da esquina. Contratar uma mulher para seduzir seu marido só porque ele não apareceu para a festa de aniversário surpresa e uma aluna mandou uma mensagem duvidosa é muito estranho. Pior é pagar para ficar ouvindo o que a moça lhe conta a cada dia.
Tem desejo, força e insensatez, ingredientes que a cegueira da paixão mistura em nossas emoções confusas e por isso é um bom filme. Tem cenas muito boas, outras muito tímidas, e o puritanismo americano faz com que muita coisa fique apenas na sugestão. O suspense não se sustenta por alguns detalhes que vão sendo expostos e quando a ameaça parece iminente, é apenas um suspiro quase inocente. Tudo precisava estar mais à flor da pele, para empolgar a platéia. E não falo de cenas de sexo, para que não me interpretem mal. Estou falando de emoção mesmo. O tema é tão propício, mas tudo tudo é tão blasé.
Ainda assim, é interessante de se ver, principalmente pelas interpretações do trio protagonista. Você pode não sai com os nervos à flor da pele, mas vai balançar em algumas cenas. Pena que eles não tiveram a coragem de ir além do óbvio.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
O preço da traição
2010-05-14T08:21:00-03:00
Amanda Aouad
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