Em busca de uma nova chance
Pais não foram feitos para enterrar seus filhos, é anti-natural, dói mais do que qualquer outra perda. Encontrar forças para superá-la é muito complicado e cada pessoa reage de uma forma diferente. Na família de Bennett, não é diferente. Seu pai, vivido por Pierce Brosnan, é o membro da família que tenta demonstrar forças, não permitindo ouvir falar no rapaz. Sua mãe, em mais um show de Susan Sarandon, fica obcecada pelos dezessete minutos finais da vida do rapaz, revendo a câmera de segurança e tentando contato com o homem que bateu em seu carro. Já seu irmão mais novo, Johnny Simmons, tenta diminuir a presença do ausente e sente-se cada vez menor. Em tudo isso, há ainda Rose, com Carey Mulligan muito bem no papel. Uma garota que estava com ele no momento do acidente e que traz consequências de sua única noite de amor.
Os sentimentos controversos demonstrados no filme Em busca de uma nova chance estão povoando diversas famílias pelo mundo, não tenham dúvidas. Shana Feste estreia na direção, sem deixar a função de roteirista, de forma intensa. Não há como negar que há drama suficiente nesse longa, mas em alguns momentos a autora esbarra em cenas clichês e apelativas como um homem nú em uma festa, aliás, quase toda a festa, com exceção do desfecho dela. A aproximação desses dois personagens poderia ser feita de uma outra maneira com um efeito ainda maior.
O filme se sustenta no sofrimento dos personagens, principalmente no contraste de Susan Sarandon e Carey Mulligan. Mãe e namorada, primeira e segunda mulher. Atenção, merecimento, dor, a disputa velada mostra a evolução da vida e é emocionante quando Pierce Brosnan, em seu clímax, expõe o óbvio, mas há de se perdoar uma mãe e seu calvário.
A escolha do ponto onde começar a narrativa é muito feliz, e não incomoda o recurso do flashback, pois contar a história dos dois na ordem natural, perderia o impacto. Apenas fica sem sentido o clima que a roteirista / diretora tenta forjar no final, como se houvesse alguma expectativa para aquilo. O paralelo pode ser até interessante, mas a música crescente, a forma como a sequência é montada soa amadora. Parece que ela grita aos nossos ouvidos: "Quero te emocionar a qualquer jeito". Rebelde que somos, dizemos, "pra que tudo isso?" Afinal, o clímax já tinha acontecido.
No geral é um bom filme, se você gosta de dramas familiares como eu. Tem altos e baixos, mas nos envolve. Fora que começa da forma mais inusitada possível. Se você é cardíaco, cuidado com o susto no início da projeção, mas é o único. Pode assistir o resto sem medo, que você ainda terá uma pequena lição de vida.
Os sentimentos controversos demonstrados no filme Em busca de uma nova chance estão povoando diversas famílias pelo mundo, não tenham dúvidas. Shana Feste estreia na direção, sem deixar a função de roteirista, de forma intensa. Não há como negar que há drama suficiente nesse longa, mas em alguns momentos a autora esbarra em cenas clichês e apelativas como um homem nú em uma festa, aliás, quase toda a festa, com exceção do desfecho dela. A aproximação desses dois personagens poderia ser feita de uma outra maneira com um efeito ainda maior.
O filme se sustenta no sofrimento dos personagens, principalmente no contraste de Susan Sarandon e Carey Mulligan. Mãe e namorada, primeira e segunda mulher. Atenção, merecimento, dor, a disputa velada mostra a evolução da vida e é emocionante quando Pierce Brosnan, em seu clímax, expõe o óbvio, mas há de se perdoar uma mãe e seu calvário.
A escolha do ponto onde começar a narrativa é muito feliz, e não incomoda o recurso do flashback, pois contar a história dos dois na ordem natural, perderia o impacto. Apenas fica sem sentido o clima que a roteirista / diretora tenta forjar no final, como se houvesse alguma expectativa para aquilo. O paralelo pode ser até interessante, mas a música crescente, a forma como a sequência é montada soa amadora. Parece que ela grita aos nossos ouvidos: "Quero te emocionar a qualquer jeito". Rebelde que somos, dizemos, "pra que tudo isso?" Afinal, o clímax já tinha acontecido.
No geral é um bom filme, se você gosta de dramas familiares como eu. Tem altos e baixos, mas nos envolve. Fora que começa da forma mais inusitada possível. Se você é cardíaco, cuidado com o susto no início da projeção, mas é o único. Pode assistir o resto sem medo, que você ainda terá uma pequena lição de vida.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Em busca de uma nova chance
2010-06-18T08:45:00-03:00
Amanda Aouad
Carey Mulligan|critica|drama|Pierce Brosnan|Susan Sarandon|
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