Caiu do céu
Caiu do Céu não é dos filmes mais conhecidos de Danny Boyle, como Extermínio ou o premiado Quem Quer Ser um Milionário?, mas a fábula infantil de um garoto quase obcecado por santos e milagres é muito interessante, principalmente pelas interferências gráficas e pela imaginação do pequeno Damian. Com roteiro de Frank Cottrell Boyce, a história aparentemente clichê do poder de corrupção do dinheiro e força dos sonhos infantis nos envolvem de forma divertida e inusitada, onde dinheiro cai do céu, santos e mártires aparecem de todos os lados fumando e dando conselhos estranhos e os seres humanos não parecem mesmo dignos de confiança.
Tudo começa quando Damian, seu irmão Anthony e o pai de ambos se mudam para o subúrbio da Inglaterra após a morte da mãe dos meninos. Enquanto Anthony já é um rapazinho sensato e prático, Damian é um garoto diferente. Quase um autista que vive em seu próprio mundo de sonhos e santos. Conhece todos os nomes bíblicos com data de nascimento e morte, vendo-os em todos os cantos em que vai. De uma pureza imensa, Damian está em sua casa de papelão na beira do trilho do trem quando uma sacola de dinheiro cai em sua cabeça. O garoto acredita que fora enviado por Deus com uma missão humanitária de distribuir entre os pobres. Anthony, no entanto, vê a possibilidade de melhoria da própria vida e convence o caçula a não contar ao pai porque senão tem que pagar 40% de impostos.
O problema é que eles estão vivendo as vésperas da troca de moeda no país, quando o Euro será o único dinheiro a circular e as libras em suas mãos não valerão mais nada. Sem poder colocar em um banco sem a ajuda de um adulto, a idéia é gastar o que conseguir. Mas, como gastar sem levantar suspeitas e com Damian querendo fazer doações a todo tempo? A situação é tão surreal que se torna verossímil e seguimos a trajetória desses dois irmãos na árdua tarefa de gastar dinheiro.
Os garotos Lewis Owen McGibbon e Alex Etel conseguem construir muito bem os seus papéis, trazendo a diversidade de cada personagem, com as nuanças das situações que vivenciam. A forma como Anthony usa o fato da mãe ter falecido, a capacidade de sonhar e ver o lado bom de todos, do pequeno Damian, os planos de troca e gasto do dinheiro. Tudo é construído de uma maneira crível e envolvente. James Nesbitt também está excelente como o pai dos garotos, sabendo dosar as emoções e conduzir a família de uma forma interessante.
Os efeitos e brincadeiras com as imagens feitas por Boyle, com a ajuda do diretor de fotografia Anthony Dod Mantle, constróem o clima de fábula e sonho infantil tornando as inserções mais estranhas quase naturais e gerando uma gostosa viagem pelo mundo de Damian, seus milagres e seus santos. Um mundo imaginário misturado a uma realidade tão comum de famílias, dinheiro, assaltos e desejos de felicidade.
Tudo começa quando Damian, seu irmão Anthony e o pai de ambos se mudam para o subúrbio da Inglaterra após a morte da mãe dos meninos. Enquanto Anthony já é um rapazinho sensato e prático, Damian é um garoto diferente. Quase um autista que vive em seu próprio mundo de sonhos e santos. Conhece todos os nomes bíblicos com data de nascimento e morte, vendo-os em todos os cantos em que vai. De uma pureza imensa, Damian está em sua casa de papelão na beira do trilho do trem quando uma sacola de dinheiro cai em sua cabeça. O garoto acredita que fora enviado por Deus com uma missão humanitária de distribuir entre os pobres. Anthony, no entanto, vê a possibilidade de melhoria da própria vida e convence o caçula a não contar ao pai porque senão tem que pagar 40% de impostos.
O problema é que eles estão vivendo as vésperas da troca de moeda no país, quando o Euro será o único dinheiro a circular e as libras em suas mãos não valerão mais nada. Sem poder colocar em um banco sem a ajuda de um adulto, a idéia é gastar o que conseguir. Mas, como gastar sem levantar suspeitas e com Damian querendo fazer doações a todo tempo? A situação é tão surreal que se torna verossímil e seguimos a trajetória desses dois irmãos na árdua tarefa de gastar dinheiro.
Os garotos Lewis Owen McGibbon e Alex Etel conseguem construir muito bem os seus papéis, trazendo a diversidade de cada personagem, com as nuanças das situações que vivenciam. A forma como Anthony usa o fato da mãe ter falecido, a capacidade de sonhar e ver o lado bom de todos, do pequeno Damian, os planos de troca e gasto do dinheiro. Tudo é construído de uma maneira crível e envolvente. James Nesbitt também está excelente como o pai dos garotos, sabendo dosar as emoções e conduzir a família de uma forma interessante.
Os efeitos e brincadeiras com as imagens feitas por Boyle, com a ajuda do diretor de fotografia Anthony Dod Mantle, constróem o clima de fábula e sonho infantil tornando as inserções mais estranhas quase naturais e gerando uma gostosa viagem pelo mundo de Damian, seus milagres e seus santos. Um mundo imaginário misturado a uma realidade tão comum de famílias, dinheiro, assaltos e desejos de felicidade.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Caiu do céu
2010-08-31T08:35:00-03:00
Amanda Aouad
cinema europeu|comedia|critica|Danny Boyle|drama|
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