O Garoto de Liverpool
Ano passado, sim 2010 já é passado, John Lennon completaria 70 anos se estivesse vivo. Nada mais normal, então, do que filmes sobre o mais polêmico dos Beatles que já chegou a se dizer mais conhecido que Jesus Cristo. O documentário John Lennon vs USA teve pouca repercussão por aqui, mas O garoto de Liverpool ainda está com boas bilheterias. Baseado no livro “Imagine This: Growing Up With My Brother John Lennon”, escrito por sua meia irmã Julia Baird, o filme dirigido por Sam Taylor Wood com roteiro de Matt Greenhalgh fala de uma época em que John era apenas um garoto de lugar nenhum, como diz o título original.
Com quinze anos, John Lennon é um garoto rebelde que não gosta de escola e é criado por uma tia autoritária, Mimi. Quando seu tio George morre, ele reencontra sua mãe Júlia que o abandonara na infância e tenta recomeçar essa relação. É ela quem lhe apresenta o rock 'n roll e ensina a tocar os primeiros instrumentos. Lennon tenta então, montar sua própria banda, a “The Quarrymen” que logo ganha dois reforços importantes, Paul McCartney e George Harrison. Todos que conhecem um pouquinho da principal banda de rock do planeta sabem que Ringo só chegou para montar os Beatles, e sobre eles não tem nem uma palavra no filme de Sam Taylor Wood. É simplesmente, um filme sobre a juventude de John Lennon.
Está certo que é um John Lennon esquisito, já que Aaron Johnson (aquele mesmo de Kick-Ass) não tem nenhuma semelhança com o Beatle, tendo inclusive um par de olhos azuis que em nada se assemelham aos castanhos de John. Sua interpretação também não chega a ser justificativa para a escalação, por isso algumas más línguas tenham dito que o papel deveu-se ao relacionamento com a diretora. Sem precisar ser escalada pela namorada, quem dá show é Kristin Scott Thomas como a tia Mimi, sabendo dosar bem as emoções em momentos-chaves, sustenta toda a tensão do triângulo vivido por sua personagem entre mãe e filho. Anne-Marie Duff que faz a mãe de Lennon também está bem. Mas, foi bastante esquisito ver o franzino Thomas Sangster encarnar o mais bonito dos Beatles, mesmo com uma boa atuação.
Ainda que sem referências diretas aos Beatles, é interessante ver Lennon ser barrado na porta do bar Cavern, por exemplo, ou ouvir sua mãe dizer, após vê-lo reclamar que Deus não o fez Elvis Presley, que ele estava reservado para ser John Lennon. O história é centrada no relacionamento do protagonista com mãe e tia, mas a música está sempre presente. Vários clássicos do rock 'n roll compõem a trilha sonora. E claro, vocês não ouvirão nada dos Beatles, mas alguns acordes iniciais da dupla Lennon e McCartney estão presentes.
Para os fãs do grupo, muitos fatos estarão distorcidos como a própria relação com a mãe e a tia de John Lennon. Há ainda a ausência de Cynthia Powell, futura esposa de Lennon e mãe do seu primeiro filho, Julian (aquele da música Hey Jude). A moça começou a namorar o Beatle quando os dois estudavam na Liverpool College of Art e poderia ter sido ao menos citada perto do final da trama. De qualquer forma, é um filme interessante, bem conduzido e que envolve. A direção é bem conduzida e com vários acertos o que faz ser uma boa pedida para todos.
Com quinze anos, John Lennon é um garoto rebelde que não gosta de escola e é criado por uma tia autoritária, Mimi. Quando seu tio George morre, ele reencontra sua mãe Júlia que o abandonara na infância e tenta recomeçar essa relação. É ela quem lhe apresenta o rock 'n roll e ensina a tocar os primeiros instrumentos. Lennon tenta então, montar sua própria banda, a “The Quarrymen” que logo ganha dois reforços importantes, Paul McCartney e George Harrison. Todos que conhecem um pouquinho da principal banda de rock do planeta sabem que Ringo só chegou para montar os Beatles, e sobre eles não tem nem uma palavra no filme de Sam Taylor Wood. É simplesmente, um filme sobre a juventude de John Lennon.
Está certo que é um John Lennon esquisito, já que Aaron Johnson (aquele mesmo de Kick-Ass) não tem nenhuma semelhança com o Beatle, tendo inclusive um par de olhos azuis que em nada se assemelham aos castanhos de John. Sua interpretação também não chega a ser justificativa para a escalação, por isso algumas más línguas tenham dito que o papel deveu-se ao relacionamento com a diretora. Sem precisar ser escalada pela namorada, quem dá show é Kristin Scott Thomas como a tia Mimi, sabendo dosar bem as emoções em momentos-chaves, sustenta toda a tensão do triângulo vivido por sua personagem entre mãe e filho. Anne-Marie Duff que faz a mãe de Lennon também está bem. Mas, foi bastante esquisito ver o franzino Thomas Sangster encarnar o mais bonito dos Beatles, mesmo com uma boa atuação.
Ainda que sem referências diretas aos Beatles, é interessante ver Lennon ser barrado na porta do bar Cavern, por exemplo, ou ouvir sua mãe dizer, após vê-lo reclamar que Deus não o fez Elvis Presley, que ele estava reservado para ser John Lennon. O história é centrada no relacionamento do protagonista com mãe e tia, mas a música está sempre presente. Vários clássicos do rock 'n roll compõem a trilha sonora. E claro, vocês não ouvirão nada dos Beatles, mas alguns acordes iniciais da dupla Lennon e McCartney estão presentes.
Para os fãs do grupo, muitos fatos estarão distorcidos como a própria relação com a mãe e a tia de John Lennon. Há ainda a ausência de Cynthia Powell, futura esposa de Lennon e mãe do seu primeiro filho, Julian (aquele da música Hey Jude). A moça começou a namorar o Beatle quando os dois estudavam na Liverpool College of Art e poderia ter sido ao menos citada perto do final da trama. De qualquer forma, é um filme interessante, bem conduzido e que envolve. A direção é bem conduzida e com vários acertos o que faz ser uma boa pedida para todos.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
O Garoto de Liverpool
2011-01-08T09:24:00-03:00
Amanda Aouad
Aaron Johnson|critica|drama|Kristin Scott Thomas|rock|
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