U2 3D
Um fim de semana apenas em uma única sessão por dia em alguns cinemas da cidade, foi assim que os soteropolitanos puderam conferir U2 3D, o filme feito com a colaboração da National Geographic a partir da turnê Vertigo na América do Sul em 2006. Foi uma experiência interessante ver um show no cinema, apesar da frieza da platéia que não nos encoraja a cantar junto as músicas da banda. Confesso que foi difícil, para mim, segurar em vários momentos a língua, acompanhando baixinho cada canção. Afinal, U2 fez parte da minha adolescência e continua uma boa banda de rock, com músicas bem feitas e letras engajadas.
Sobre o filme temos pouco a dizer, já que é um show. O que me incomodou foi a montagem frenética, que não deixava mais de cinco segundos em um mesmo quadro, perdendo muitas vezes o detalhe que queríamos ver, como Bono colocando a faixa característica que chama a música "Sunday Bloody Sunday", tocando a caixa da bateria. Outros momentos foram bem realizados como as duas vezes em que os holofotes deram lugar às milhares de lanternas espalhadas pela platéia. É de se admirar também a capacidade de passear por diversas cidades de forma imperceptível, parece que estamos vendo sempre o mesmo show. Só um detalhe alerta para o fato de que não estamos sempre na Argentina. Abertura e encerramento do show, Bono se refere à platéia de Buenos Aires, porém na hora é que cita todos os países, o nome da Argentina é vaiado, enquanto o do Brasil é ovacionando, denunciando que aquele trecho era no Morumbi.
Enquanto o som é fantástico, nos fazendo sentir dentro do estádio assistindo ao show, o 3D deixa a desejar. Poucos momentos temos algum efeito interessante, apesar de uma certa profundidade do palco na maior parte o tempo. Não dá a sensação de tridimensionalidade da platéia, por exemplo, como no show do documentário de Justin Bieber. Mas, sinceramente, isso é o mínimo diante da beleza do espetáculo. É possível ver a euforia da platéia a cada música, nos envolvendo em um show espetacular. Já a platéia no cinema deixou um pouco a desejar. Além da frieza, com poucas pessoas cantando, batendo o pé ou balançando a cabeça, 90% da sala foi embora ao início dos créditos. Normal em um filme, parece que apenas eu continuo não me acostumando com isso. Mas, no caso do filme do U2 é ainda mais estranho, já que é nesse momento em que toca a música Yahweh, com imagens do show ainda e uma animação bem interessante. Se você é fã da banda, fica até o final. Ou não?
U2 3D não é a primeira experiência de música no cinema e parece que não será a última. Além da banda irlandesa e do grupo adolescente Jonas Brothers, estamos vendo um boom de óperas no cinema, algumas ações até ao vivo como o espetáculo "Don Quixote", direto de Moscou. A ação de maior destaque foi da Ópera Carmem, com montagem da Royal Opera House, de Londres, uma das óperas mais famosas do mundo. Já que Salvador é sempre a última opção de grandes shows e espetáculos musicais, a opção de ver shows na tela grande do cinema parece ser uma boa opção. Pelo menos temos som de primeira qualidade e imagens de camarote.
Repertório completo do show:
1. "Vertigo"
2. "Beautiful Day"
3. "New Year's Day"
4. "Sometimes You Can't Make It on Your Own"
5. "Love and Peace or Else"
6. "Sunday Bloody Sunday"
7. "Bullet the Blue Sky"
8. "Miss Sarajevo" / Leitura da Declaração dos Direitos Humanos
9. "Pride (In the Name of Love)"
10. "Where the Streets Have No Name"
11. "One"
Bis:
* The Fly
* With or Without You
Créditos finais: Yahweh
Sobre o filme temos pouco a dizer, já que é um show. O que me incomodou foi a montagem frenética, que não deixava mais de cinco segundos em um mesmo quadro, perdendo muitas vezes o detalhe que queríamos ver, como Bono colocando a faixa característica que chama a música "Sunday Bloody Sunday", tocando a caixa da bateria. Outros momentos foram bem realizados como as duas vezes em que os holofotes deram lugar às milhares de lanternas espalhadas pela platéia. É de se admirar também a capacidade de passear por diversas cidades de forma imperceptível, parece que estamos vendo sempre o mesmo show. Só um detalhe alerta para o fato de que não estamos sempre na Argentina. Abertura e encerramento do show, Bono se refere à platéia de Buenos Aires, porém na hora é que cita todos os países, o nome da Argentina é vaiado, enquanto o do Brasil é ovacionando, denunciando que aquele trecho era no Morumbi.
Enquanto o som é fantástico, nos fazendo sentir dentro do estádio assistindo ao show, o 3D deixa a desejar. Poucos momentos temos algum efeito interessante, apesar de uma certa profundidade do palco na maior parte o tempo. Não dá a sensação de tridimensionalidade da platéia, por exemplo, como no show do documentário de Justin Bieber. Mas, sinceramente, isso é o mínimo diante da beleza do espetáculo. É possível ver a euforia da platéia a cada música, nos envolvendo em um show espetacular. Já a platéia no cinema deixou um pouco a desejar. Além da frieza, com poucas pessoas cantando, batendo o pé ou balançando a cabeça, 90% da sala foi embora ao início dos créditos. Normal em um filme, parece que apenas eu continuo não me acostumando com isso. Mas, no caso do filme do U2 é ainda mais estranho, já que é nesse momento em que toca a música Yahweh, com imagens do show ainda e uma animação bem interessante. Se você é fã da banda, fica até o final. Ou não?
U2 3D não é a primeira experiência de música no cinema e parece que não será a última. Além da banda irlandesa e do grupo adolescente Jonas Brothers, estamos vendo um boom de óperas no cinema, algumas ações até ao vivo como o espetáculo "Don Quixote", direto de Moscou. A ação de maior destaque foi da Ópera Carmem, com montagem da Royal Opera House, de Londres, uma das óperas mais famosas do mundo. Já que Salvador é sempre a última opção de grandes shows e espetáculos musicais, a opção de ver shows na tela grande do cinema parece ser uma boa opção. Pelo menos temos som de primeira qualidade e imagens de camarote.
Repertório completo do show:
1. "Vertigo"
2. "Beautiful Day"
3. "New Year's Day"
4. "Sometimes You Can't Make It on Your Own"
5. "Love and Peace or Else"
6. "Sunday Bloody Sunday"
7. "Bullet the Blue Sky"
8. "Miss Sarajevo" / Leitura da Declaração dos Direitos Humanos
9. "Pride (In the Name of Love)"
10. "Where the Streets Have No Name"
11. "One"
Bis:
* The Fly
* With or Without You
Créditos finais: Yahweh
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
U2 3D
2011-03-29T08:33:00-03:00
Amanda Aouad
critica|materias|musical|rock|
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