O Prisioneiro do Rock
Como amanhã é o Dia Mundial do Rock, relembremos aqui um dos filmes ícones do rei do rock n´roll, Elvis Presley. O Prisioneiro do Rock foi o terceiro filme estrelado pelo astro, fazendo parte da chamada "trilogia rebelde", que tem ainda os filmes A mulher que eu amo e Balada Sangrenta, todos trazendo Elvis como um jovem rebelde e incompreendido pela sociedade.
Em O Prisioneiro do Rock ele é Vince Everett, um jovem que mata por acidente um homem em uma briga de bar. Condenado de 1 a 10 anos de prisão, ele conhece seu companheiro de cela, Hunk Houghton (Mickey Shaughnessy) que o mostra o caminho para a carreira musical. Vince acaba saindo antes do previsto, após 14 meses de clausura e vai lutar por um lugar na disputada indústria fonográfica com a ajuda da bela Peggy Van Alden, vivida por Judy Tyler.
Datado em sua estrutura, O Prisioneiro do Rock não deixa de ser interessante ainda hoje. Elvis tem estrela própria e é sempre bom vê-lo atuando, principalmente cantando e dançando. O roteiro é episódico, mas flui naturalmente. Temos a cena inicial no bar com a briga, a rápida condenação, a passagem pela cadeia, os primeiros dias livre, a luta para gravar seu disco, a criação da gravadora própria, o sucesso, os problemas, o desenlace.
Há construções forçadas e estereotipadas como a própria rebeldia de Vince que parece sempre exagerada. Vemos isso em cenas como a que ele agride um guarda ou quando quebra o violão na mesa do cliente do bar. Mas, há também um brilho próprio no personagem que nos faz crer naquela luta por um lugar ao sol. Claro que, quando o vemos abrir a boca para cantar, vemos Elvis Presley e assim fica fácil acreditar que Vince é um talento nato, pronto para ser descoberto, mas ainda assim, sua trajetória funciona.
Um ponto positivo do filme é não ser uma desculpa para números musicais, apesar do apelo fácil para o estilo. Os números que existem são todos apresentações em palcos, estúdios de gravação ou de televisão. Mesmo a cena mais famosa, onde grava o clipe da música Jailhouse Rock (título do filme) é uma gravação real para um programa televisivo. Aliás, este é considerado um dos primeiros video-clipes de rock de todos os tempos.
O Prisioneiro do Rock é, na verdade, um drama, e tem momentos bastante singelos como a primeira noite de Vince na cadeia, quando Hunk e depois ele, cantam para os presos. É a primeira aproximação dos dois, além de um momento melancólico de solidariedade por aquele espaço onde a liberdade foi perdida, mas ainda é possível sonhar.
Há ainda na figura de Vince uma auto-afirmação da geração rock n´roll. Não apenas pela "marra" e estilo rebelde de ser e reconstruir o mundo, mas na atitude impor seu estilo. A cena em que destrata um grupo admirador de jazz é um símbolo disso. Assim como a própria questão fonográfica de que os "jovens" estavam querendo o rock, quando Vince diz a Hunk que não há espaço para músicas antigas.
Mesmo com alguns percalços e construções datadas, O Prisioneiro do Rock não deixa de ser um marco na carreira de Elvis Presley e do próprio cinema. Um filme a ser lembrado e uma boa forma de comemorar o Dia do Rock. Para isso, segue o clipe da música tema.
O Prisioneiro do Rock (Jailhouse Rock, 1957 / EUA)
Direção: Richard Thorpe
Roteiro: Guy Trosper, Nedrick Young
Com: Elvis Presley, Judy Tyler, Mickey Shaughnessy e Dean Jones
duração: 96 min.
Em O Prisioneiro do Rock ele é Vince Everett, um jovem que mata por acidente um homem em uma briga de bar. Condenado de 1 a 10 anos de prisão, ele conhece seu companheiro de cela, Hunk Houghton (Mickey Shaughnessy) que o mostra o caminho para a carreira musical. Vince acaba saindo antes do previsto, após 14 meses de clausura e vai lutar por um lugar na disputada indústria fonográfica com a ajuda da bela Peggy Van Alden, vivida por Judy Tyler.
Datado em sua estrutura, O Prisioneiro do Rock não deixa de ser interessante ainda hoje. Elvis tem estrela própria e é sempre bom vê-lo atuando, principalmente cantando e dançando. O roteiro é episódico, mas flui naturalmente. Temos a cena inicial no bar com a briga, a rápida condenação, a passagem pela cadeia, os primeiros dias livre, a luta para gravar seu disco, a criação da gravadora própria, o sucesso, os problemas, o desenlace.
Há construções forçadas e estereotipadas como a própria rebeldia de Vince que parece sempre exagerada. Vemos isso em cenas como a que ele agride um guarda ou quando quebra o violão na mesa do cliente do bar. Mas, há também um brilho próprio no personagem que nos faz crer naquela luta por um lugar ao sol. Claro que, quando o vemos abrir a boca para cantar, vemos Elvis Presley e assim fica fácil acreditar que Vince é um talento nato, pronto para ser descoberto, mas ainda assim, sua trajetória funciona.
Um ponto positivo do filme é não ser uma desculpa para números musicais, apesar do apelo fácil para o estilo. Os números que existem são todos apresentações em palcos, estúdios de gravação ou de televisão. Mesmo a cena mais famosa, onde grava o clipe da música Jailhouse Rock (título do filme) é uma gravação real para um programa televisivo. Aliás, este é considerado um dos primeiros video-clipes de rock de todos os tempos.
O Prisioneiro do Rock é, na verdade, um drama, e tem momentos bastante singelos como a primeira noite de Vince na cadeia, quando Hunk e depois ele, cantam para os presos. É a primeira aproximação dos dois, além de um momento melancólico de solidariedade por aquele espaço onde a liberdade foi perdida, mas ainda é possível sonhar.
Há ainda na figura de Vince uma auto-afirmação da geração rock n´roll. Não apenas pela "marra" e estilo rebelde de ser e reconstruir o mundo, mas na atitude impor seu estilo. A cena em que destrata um grupo admirador de jazz é um símbolo disso. Assim como a própria questão fonográfica de que os "jovens" estavam querendo o rock, quando Vince diz a Hunk que não há espaço para músicas antigas.
Mesmo com alguns percalços e construções datadas, O Prisioneiro do Rock não deixa de ser um marco na carreira de Elvis Presley e do próprio cinema. Um filme a ser lembrado e uma boa forma de comemorar o Dia do Rock. Para isso, segue o clipe da música tema.
O Prisioneiro do Rock (Jailhouse Rock, 1957 / EUA)
Direção: Richard Thorpe
Roteiro: Guy Trosper, Nedrick Young
Com: Elvis Presley, Judy Tyler, Mickey Shaughnessy e Dean Jones
duração: 96 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
O Prisioneiro do Rock
2012-07-12T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
classicos|critica|drama|Elvis Presley|musical|rock|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
anteriores deste site
mais populares do site
-
Em cartaz nos cinemas com o filme Retrato de um Certo Oriente , Marcelo Gomes trouxe à abertura do 57º Festival do Cinema Brasileiro uma ...
-
Dirigido por Peter Weir e estrelado por Russell Crowe e Paul Bettany , Mestre dos Mares – O Lado Mais Distante do Mundo é um épico naval ...
-
Cinema Sherlock Homes O filme de destaque atualmente é esta releitura do clássico do mistério pelas mãos de Guy Ritchie. O ex de Madonna p...
-
O Soterópolis programa cultural da TVE Bahia, fez uma matéria muito interessante sobre blogs baianos. Esta que vos fala deu uma pequena con...
-
Com previsão de lançamento para maio desse ano, Estranhos , primeiro longa do diretor Paulo Alcântara terá pré-estreia (apenas convidados) ...
-
Eletrizante é a melhor palavra para definir esse filme de Tony Scott . Que o diretor sabe fazer filmes de ação não é novidade, mas uma tra...
-
O CinePipocaCult adverte: se você sofre de claustrofobia, síndrome do pânico ou problemas cardíacos é melhor evitar esse filme. Brincadeiras...
-
Clint Eastwood me conquistou aos poucos. Ele sabe como construir um filme que emociona e, agora, parece ter escolhido Matt Damon como seu ...
-
Quatro Casamentos e um Funeral não é apenas um filme que marcou época; ele pavimentou o caminho para as comédias românticas britânicas qu...