Si tu vois ma mère
O post de hoje é especial. Se tivesse viva, minha mãe estaria completando 60 anos. Por isso, peço licença para dedicar a ela esta pequena homenagem. Mas, sem esquecer o cinema, é claro. Resgato aqui a primeira sequência de Meia-Noite em Paris, filme que insisti para levá-la ao cinema, pois sabia que gostaria, mas que ela acabou deixando para quando saísse em DVD. Só saiu depois dela nos deixar, paciência. Onde estiver, tenho certeza de que estará vendo coisas melhores.
Escolho esse início também porque é uma sequência de cenas estáticas da cidade luz, que ela tanto amava, já tendo visitado por algumas vezes. E por ter como música que a embala, o jazz de Sidney Bechet, que tem o título "Si tu vois ma mère" (se você ver minha mãe) e que casa com uma certa melancolia e amorosidade que Woody Allen traz nas cenas.
Na verdade, Woody Allen fez uma escolha corajosa e genial ao iniciar Meia-Noite em Paris. São pouco mais de 3 minutos de imagens estáticas de Paris do amanhecer à noite alta, talvez meia-noite, quem sabe, nos mostrando suas ruas, seus pontos turísticos, seus detalhes cotidianos, tendo inclusive algumas delas sob a chuva. Muitos dizem que Paris fica ainda mais linda em dias chuvosos. É um belo passeio que nos ambienta e nos faz apaixonar pela cidade tal qual o próprio Allen e assim, embarcar com maior facilidade na trama que está por vir.
Confesso que não sou grande conhecedora de Paris, nem uma de suas maiores admiradoras, por isso, não consigo identificar cada cenário escolhido pelo diretor. Mas, é possível perceber um certo padrão de viagem que faz uma espécie de giro pela cidade, começando por um lado do rio Sena, tendo a Torre Eiffel do lado esquerdo e terminando pelo outro lado, tendo a torre no lado direito. É possível ver o Moulin Rouge, o Café de la Paix, L´Opéra, a Champs-Élysées, o Arco do Triunfo, o Louvre, entre outros, contemplando todas as pontas da estrela que formam a cidade.
É corajoso porque são mais de 3 minutos de imagens, sem história, em uma plateia tão inquieta como a atual. Mas, é genial porque lida diretamente com a função estética dessa mesma plateia. É um clipe belo, envolvente, que desperta e aprimora os nossos sentidos e nos faz embarcar em um passeio turístico pela cidade. O olhar da câmera é o nosso olhar por aquela cidade tão cantada em versos e prosas por sua beleza, sua poesia, sua arte. Precisamos embarcar nesse clima para apreciar a história mágica que está por vir.
Então, convido-os a esse belo passeio. E que onde quer que esteja, minha mãe possa vê-lo também.
Escolho esse início também porque é uma sequência de cenas estáticas da cidade luz, que ela tanto amava, já tendo visitado por algumas vezes. E por ter como música que a embala, o jazz de Sidney Bechet, que tem o título "Si tu vois ma mère" (se você ver minha mãe) e que casa com uma certa melancolia e amorosidade que Woody Allen traz nas cenas.
Na verdade, Woody Allen fez uma escolha corajosa e genial ao iniciar Meia-Noite em Paris. São pouco mais de 3 minutos de imagens estáticas de Paris do amanhecer à noite alta, talvez meia-noite, quem sabe, nos mostrando suas ruas, seus pontos turísticos, seus detalhes cotidianos, tendo inclusive algumas delas sob a chuva. Muitos dizem que Paris fica ainda mais linda em dias chuvosos. É um belo passeio que nos ambienta e nos faz apaixonar pela cidade tal qual o próprio Allen e assim, embarcar com maior facilidade na trama que está por vir.
Confesso que não sou grande conhecedora de Paris, nem uma de suas maiores admiradoras, por isso, não consigo identificar cada cenário escolhido pelo diretor. Mas, é possível perceber um certo padrão de viagem que faz uma espécie de giro pela cidade, começando por um lado do rio Sena, tendo a Torre Eiffel do lado esquerdo e terminando pelo outro lado, tendo a torre no lado direito. É possível ver o Moulin Rouge, o Café de la Paix, L´Opéra, a Champs-Élysées, o Arco do Triunfo, o Louvre, entre outros, contemplando todas as pontas da estrela que formam a cidade.
É corajoso porque são mais de 3 minutos de imagens, sem história, em uma plateia tão inquieta como a atual. Mas, é genial porque lida diretamente com a função estética dessa mesma plateia. É um clipe belo, envolvente, que desperta e aprimora os nossos sentidos e nos faz embarcar em um passeio turístico pela cidade. O olhar da câmera é o nosso olhar por aquela cidade tão cantada em versos e prosas por sua beleza, sua poesia, sua arte. Precisamos embarcar nesse clima para apreciar a história mágica que está por vir.
Então, convido-os a esse belo passeio. E que onde quer que esteja, minha mãe possa vê-lo também.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Si tu vois ma mère
2012-07-07T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
materias|Woody Allen|
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