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Ruby Sparks – A namorada perfeita
Ruby Sparks – A namorada perfeita
Quem não sonha encontrar a pessoa perfeita para compartilhar uma vida? Mas, a pessoa perfeita para gente tem que ser de fato sem defeitos? Ou são os pequenos defeitos que a tornam especial? A dupla que encantou o mundo com Pequena Miss Sunshine nos apresenta um bom tratado sobre isso.
O escritor Calvin Weir-Fields é um rapaz tímido, que emplacou seu primeiro best seller muito jovem e que está às voltas com o seu segundo livro. Mas, a inspiração lhe foge em meio aos medos de não agradar e o enorme vazio que parece a sua vida. É quando ele começa a sonhar com uma garota especial e acaba colocando no papel essa sua fantasia. Só que a moça sai do papel e se torna real, ficando a mercê das palavras de Calvin em sua máquina de escrever.
Esta acaba sendo a principal questão de Ruby Sparks – A namorada perfeita. O que faz, a princípio Calvin se apaixonar por Ruby é exatamente que ela não é perfeita. É uma mulher com personalidade própria, estranha, é verdade, mas uma pessoa inusitada que não segue a cartilha do que ele acredita ser bom. Mas, ao mesmo tempo é uma garota divertida, capaz de brincar, jogar videogame, dançar e namorar com a mesma energia.
E quando a situação começa a sair do controle é que ele percebe que se tentar construir o que quer, acaba destruindo o que mais ama. Porque amar uma idealização nunca é melhor do que amar o real. E fazer as nossas vontades não é exatamente o que nos faz feliz. Somos seres contraditórios e complexos demais para reduzir tudo a caprichos.
Ruby Sparks – A namorada perfeita desenvolve a sua tese de uma maneira bastante fluida. O roteiro da atriz Zoe Kazan, que faz a Ruby é bastante feliz ao construir a história em uma cadência própria de apresentação, descoberta, euforia, problemas, tensão e resolução. Cada momento tem sua cena chave, sua emoção própria que vai nos conduzindo e nunca nos preparando completamente para a reviravolta. Somos pegos de surpresa muitas vezes e gostamos disso.
A forma como Calvin descobre que Ruby é real e não uma alucinação dele, por exemplo, é muito bem construída. Chega a emocionar. Assim como as consequências da utilização da máquina de escrever depois do relacionamento em andamento. A cena mais forte do filme é de uma construção dramática incrível, com um ritmo próprio, angustiante, emocionante que deixa muda qualquer plateia afoita. Palmas principalmente para a atuação de Paul Dano e Zoe Kazan, completamente entregues.
A montagem tem também seus momentos divertidos, como a sequência dele escrevendo criando elipses a cada passagem do braço mecânico de volta à esquerda para começar uma nova linha. Aliás, a escolha da máquina de escrever para manter a mágica é bem interessante e simbólica. Principalmente pelo que acontece depois. O jogo entre o que é sonho de Calvin, imaginação da criação do livro e real também é bem realizado, a exemplo da cena em que ele narra algo sobre a personagem Ruby e a cena se funde com ele e o irmão correndo no mesmo parque.
Agora, o mais interessante do filme acaba sendo mesmo a forma como ele brinca com a metalinguagem e com a capacidade ou não de criarmos nossos próprios sonhos. Não há como ver o filme e não lembrar de Mais Estranho que a Ficção, ou mesmo de Mulher Nota Mil. Mas, as comparações acabam sendo rasas diante do que o filme realmente se propõe. Porque ali está apenas um cara e uma moça querendo ser feliz e viver tranquilamente. E que bom que ainda é possível recomeçar, reescrever e reviver essa história enquanto tivermos páginas em branco. O problema é que um dia elas acabam e temos que encarar o mundo real.
Ruby Sparks – A namorada perfeita (Ruby Sparks, 2012 / EUA)
Direção: Jonathan Dayton e Valerie Faris
Roteiro: Zoe Kazan
Com: Paul Dano, Zoe Kazan, Annette Bening, Antonio Banderas
Duração: 104 min.
O escritor Calvin Weir-Fields é um rapaz tímido, que emplacou seu primeiro best seller muito jovem e que está às voltas com o seu segundo livro. Mas, a inspiração lhe foge em meio aos medos de não agradar e o enorme vazio que parece a sua vida. É quando ele começa a sonhar com uma garota especial e acaba colocando no papel essa sua fantasia. Só que a moça sai do papel e se torna real, ficando a mercê das palavras de Calvin em sua máquina de escrever.
Esta acaba sendo a principal questão de Ruby Sparks – A namorada perfeita. O que faz, a princípio Calvin se apaixonar por Ruby é exatamente que ela não é perfeita. É uma mulher com personalidade própria, estranha, é verdade, mas uma pessoa inusitada que não segue a cartilha do que ele acredita ser bom. Mas, ao mesmo tempo é uma garota divertida, capaz de brincar, jogar videogame, dançar e namorar com a mesma energia.
E quando a situação começa a sair do controle é que ele percebe que se tentar construir o que quer, acaba destruindo o que mais ama. Porque amar uma idealização nunca é melhor do que amar o real. E fazer as nossas vontades não é exatamente o que nos faz feliz. Somos seres contraditórios e complexos demais para reduzir tudo a caprichos.
Ruby Sparks – A namorada perfeita desenvolve a sua tese de uma maneira bastante fluida. O roteiro da atriz Zoe Kazan, que faz a Ruby é bastante feliz ao construir a história em uma cadência própria de apresentação, descoberta, euforia, problemas, tensão e resolução. Cada momento tem sua cena chave, sua emoção própria que vai nos conduzindo e nunca nos preparando completamente para a reviravolta. Somos pegos de surpresa muitas vezes e gostamos disso.
A forma como Calvin descobre que Ruby é real e não uma alucinação dele, por exemplo, é muito bem construída. Chega a emocionar. Assim como as consequências da utilização da máquina de escrever depois do relacionamento em andamento. A cena mais forte do filme é de uma construção dramática incrível, com um ritmo próprio, angustiante, emocionante que deixa muda qualquer plateia afoita. Palmas principalmente para a atuação de Paul Dano e Zoe Kazan, completamente entregues.
A montagem tem também seus momentos divertidos, como a sequência dele escrevendo criando elipses a cada passagem do braço mecânico de volta à esquerda para começar uma nova linha. Aliás, a escolha da máquina de escrever para manter a mágica é bem interessante e simbólica. Principalmente pelo que acontece depois. O jogo entre o que é sonho de Calvin, imaginação da criação do livro e real também é bem realizado, a exemplo da cena em que ele narra algo sobre a personagem Ruby e a cena se funde com ele e o irmão correndo no mesmo parque.
Agora, o mais interessante do filme acaba sendo mesmo a forma como ele brinca com a metalinguagem e com a capacidade ou não de criarmos nossos próprios sonhos. Não há como ver o filme e não lembrar de Mais Estranho que a Ficção, ou mesmo de Mulher Nota Mil. Mas, as comparações acabam sendo rasas diante do que o filme realmente se propõe. Porque ali está apenas um cara e uma moça querendo ser feliz e viver tranquilamente. E que bom que ainda é possível recomeçar, reescrever e reviver essa história enquanto tivermos páginas em branco. O problema é que um dia elas acabam e temos que encarar o mundo real.
Ruby Sparks – A namorada perfeita (Ruby Sparks, 2012 / EUA)
Direção: Jonathan Dayton e Valerie Faris
Roteiro: Zoe Kazan
Com: Paul Dano, Zoe Kazan, Annette Bening, Antonio Banderas
Duração: 104 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Ruby Sparks – A namorada perfeita
2012-10-09T12:00:00-03:00
Amanda Aouad
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