
Na realidade, a crise criativa parece que assola o cinema em geral. André Bonfim em seu artigo para o Cítrica já tinha discutido isso. A grande maioria dos filmes de Hollywood hoje são adaptações, remakes ou continuações. Mas, falo de algo além disso. É o requentamento de ideias mesmo.
Cláudio Marques comentou na entrevista que fizemos que o público cinematográfico está mais conservador. Ou seja, não quer se arriscar em um filme que não conheça algo da história ou dos atores. E, nisso, os produtores acabam trazendo sempre mais do mesmo para dar público.
É um posicionamento que tem fundamento. Mas, voltamos ao questionamento do ovo e galinha. Será que o público não quer se arriscar ou ele está se acostumando a ver a mesma história requentada? Claro que é divertido rever o já visto. Mas, a gente também quer se surpreender com coisas novas.

O final feliz obrigatório é outra máxima do nosso mundo moderno. Parece que finais como Love Story se tornaram inadmissíveis. E olha que peguei um exemplo de um melodrama bem popular para não dizer que é coisa de intelectual que adora final triste. As pessoas esperam o final feliz, esperam que o herói dê um jeito de se salvar no final, que o casal fique junto, que o bandido seja punido. E assim, os filmes passam a ser previsíveis ao extremo. Não há coragem para arriscar o novo.
Alguns dizem que isso é porque todas as histórias já foram contadas. E que não há mesmo muito a se inovar atualmente. É possível. Na verdade, toda história é sobre alguém que quer algo e faz de tudo para conseguir. O que muda é a forma como se conta isso. E essa forma é que está se tornando também repetitiva.

Mas, o fato é que os filmes estão se repetindo, mesmo os dito originais. Estamos indo aos cinemas com a eterna sensação de déjà vu. E isso é preocupante, pois um dia cansa. Vamos torcer para que o cinema ainda consiga nos surpreender positivamente.