
Falo tenta, porque o filme argentino parece se perder em diversas questões, não mantendo o foco do que parecia a sua premissa: essa paixão pelo futebol. Vide a genial cena inicial, onde faz-se uma espécie de paródia de 2001 - Uma Odisseia no Espaço. Mas, isso se perde no desenvolvimento do roteiro, criando uma aventura boba e sem maiores atrativos.

Parece que Juan José Campanella, autor de pérolas como O Segredo dos seus Olhos, Clube da Lua e O Filho da Noiva, não considerou que a paixão pelo futebol fosse suficiente para um filme. Nem mesmo que a brincadeira mágica de jogadores de totó ganharem vida em partidas emocionantes fossem atrativos a ponto de nos entreter por quase duas horas. Assim, ele criou Ezequiel. E com ele, tudo o que faz de Metegol, o título original, um filme quase medíocre.


E nisso tudo, os pobres jogadores de totó que ganharam vida parecem mais bibelôs de luxo que perdem uma grande oportunidade de explorar uma aventura de verdade. Cadê o futebol? O que seria o mote principal do filme se torna coadjuvante de luxo, renegado a segundo plano. E acabamos vendo mais do mesmo, exceto pelas brincadeiras e referências ao próprio cinema como a já citada cena inicial, ou quando temos um duelo sob um som conhecido ou a Cavalgada das Valquírias em determinada cena aérea.
Um Time Show de Bola acaba não cumprindo o que prometia. Um filme infantil, no sentido negativo da palavra, sem alma, que não empolga em nenhum momento. Uma pena, pois parecia que tinha fôlego para muito mais. Estamos mesmo em um mau ano para as animações.
Um Time Show de Bola (Metegol, 2013 / EUA)
Direção: Juan José Campanella
Roteiro: Juan José Campanella
Duração: 106 min.