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My Name is Now, Elza Soares
My Name is Now, Elza Soares
Elza Soares é mais do que uma cantora brasileira. É uma força traduzida em uma voz única. É povo e é artista que sofreu de todas as forças e também se reergueu a cada instante. Não procure o comum nela. Não seria lógico, então, que um filme sobre ela o fosse.
My Name is Now, Elza Soares é mais do que um documentário, é uma experimentação estética que busca compreender esse fenômeno através de imagens e de um depoimento forte direto para a câmera. Uma atuação, sim, mas quando ela não esteve atuando em vida?
Em seu primeiro longametragem, Elizabete Martins Campos buscou ir além da estrutura clássica. Não cabe ao seu filme contar de maneira cronológica a vida de Elza, nem mesmo narrar qualquer acontecimento específico. Ela quer apenas expor em tela o que é essa mulher. Vê-la andando por um túnel que não parece ter fim, acompanhar suas emoções traduzidas em imagens, ao mesmo tempo em que a vemos falar de seus sentimentos é forte.
É bonito, é forte, é emocionante. Porém, parece carecer de conteúdo. Tudo fica muito solto e aquém do que é aquela mulher. Da forma como a diretora e roteirista construiu suas escolhas parece que não há fôlego para um longa. Tanto que a obra tem apenas 70 minutos e a sensação é de que foi muito.
Talvez, o roteiro pudesse ser melhor trabalhado, mesmo que não um roteiro linear clássico, mas uma estrutura do que ela gostaria de passar. Tanto que vemos inserções com pouco sentido como Elza cantando "Domingo, eu vou ao Maracanã" em dobradinha com a torcida do Flamengo para depois trazer pinceladas de sua história com Garrincha. O famoso jogador brasileiro que passou a vida no clube rival, segundo a cantora, era flamenguista, por isso, seu fim de carreira foi no clube da Gávea. A declaração gerou muita polêmica e a forma como isso entra no filme fica solto.
De qualquer maneira, My Name is Now, Elza Soares não é um filme ruim. Simplesmente porque tem Elza Soares e sua voz em diversos clipes belos que nos envolvem e satisfazem os fãs. Mesmo a citada cena do Maracanã é bonita de se ver, a cantora passa emoção em tudo que canta e isso, no final, é o que importa.
Além disso, há força em sua fala. Sua história de vida foi extremamente sofrida. E Elza não tem pudores para falar mesmo dos momentos mais difíceis. Não deixa de ser instigante, ainda mais com as metáforas das imagens construídas a cada fala.
My Name is Now, Elza Soares é um documentário especial para uma pessoa especial. Tem a cara de Elza Soares, sem se prender a passado ou futuro, vivendo o presente de maneira intensa.
My Name is Now, Elza Soares (2014 / Brasil)
Direção: Elizabete Martins Campos
Roteiro: Elizabete Martins Campos
Com: Elza Soares
Duração: 70 min.
My Name is Now, Elza Soares é mais do que um documentário, é uma experimentação estética que busca compreender esse fenômeno através de imagens e de um depoimento forte direto para a câmera. Uma atuação, sim, mas quando ela não esteve atuando em vida?
Em seu primeiro longametragem, Elizabete Martins Campos buscou ir além da estrutura clássica. Não cabe ao seu filme contar de maneira cronológica a vida de Elza, nem mesmo narrar qualquer acontecimento específico. Ela quer apenas expor em tela o que é essa mulher. Vê-la andando por um túnel que não parece ter fim, acompanhar suas emoções traduzidas em imagens, ao mesmo tempo em que a vemos falar de seus sentimentos é forte.
É bonito, é forte, é emocionante. Porém, parece carecer de conteúdo. Tudo fica muito solto e aquém do que é aquela mulher. Da forma como a diretora e roteirista construiu suas escolhas parece que não há fôlego para um longa. Tanto que a obra tem apenas 70 minutos e a sensação é de que foi muito.
Talvez, o roteiro pudesse ser melhor trabalhado, mesmo que não um roteiro linear clássico, mas uma estrutura do que ela gostaria de passar. Tanto que vemos inserções com pouco sentido como Elza cantando "Domingo, eu vou ao Maracanã" em dobradinha com a torcida do Flamengo para depois trazer pinceladas de sua história com Garrincha. O famoso jogador brasileiro que passou a vida no clube rival, segundo a cantora, era flamenguista, por isso, seu fim de carreira foi no clube da Gávea. A declaração gerou muita polêmica e a forma como isso entra no filme fica solto.
De qualquer maneira, My Name is Now, Elza Soares não é um filme ruim. Simplesmente porque tem Elza Soares e sua voz em diversos clipes belos que nos envolvem e satisfazem os fãs. Mesmo a citada cena do Maracanã é bonita de se ver, a cantora passa emoção em tudo que canta e isso, no final, é o que importa.
Além disso, há força em sua fala. Sua história de vida foi extremamente sofrida. E Elza não tem pudores para falar mesmo dos momentos mais difíceis. Não deixa de ser instigante, ainda mais com as metáforas das imagens construídas a cada fala.
My Name is Now, Elza Soares é um documentário especial para uma pessoa especial. Tem a cara de Elza Soares, sem se prender a passado ou futuro, vivendo o presente de maneira intensa.
My Name is Now, Elza Soares (2014 / Brasil)
Direção: Elizabete Martins Campos
Roteiro: Elizabete Martins Campos
Com: Elza Soares
Duração: 70 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
My Name is Now, Elza Soares
2014-11-04T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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