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Apenas Uma Chance
Apenas Uma Chance
Histórias de superação existem aos montes no cinema. Mas, a fórmula sempre funciona. Principalmente, quando temos uma história real, com uma dose exagerada de sofrimento ficcionalizado e a certeza de que nunca devemos desistir de nossos sonhos como mensagem.
Apenas uma Chance conta a história verídica de Paul Potts, um homem simples que sempre sonhou em ser cantor de ópera. Sua vida não foi fácil, desde a infância sofreu bullying de um vizinho, seu pai sempre o perseguiu e por muitas vezes ele chegou perto de sonho, mas ficou no quase. Nervosismo, doença, acidente. Aconteceu de tudo na vida de Paul, inclusive o inesperado.
É difícil falar em spoiler nesse filme, quando o que chama a atenção é o seu final, a surpreendente apresentação de Paul no programa de televisão Britain's Got Talent. Qualquer passeada pelo Youtube já é capaz de nos mostrar o que aconteceu. Provavelmente, você já viu o vídeo por aí. E só de vê-lo já dá para sentir o que o personagem significa. A imagem do perdedor, mas com um talento incrível capaz de emocionar ao mais insensível dos seres.
O roteirista Justin Zackham e o diretor David Frankel optaram, então, em nos contar o homem por trás da surpresa que circulou o mundo. Trouxe mais significado àquela apresentação desde sua paixão pela ópera Turandot de Giacomo Puccini e especialmente pela ária "Nessun dorma". Sua idolatria por Luciano Pavarotti e um episódio importante relacionado a ele. Sua timidez e auto-estima baixa devido a diversos pequenos fatores em sua vida. E, principalmente, sua humildade e ingenuidade diante de tudo.
Talvez aí esteja um dos problemas do filme, o exagero. Paul é uma boa pessoa, um homem simples, mas sua apatia diante da vida incomoda em alguns momentos. Só o vemos se revoltando com algo quando entra em cena o seu vizinho Matthew e mesmo assim, não chega a ser algo realmente veemente. Além das elipses tornarem os obstáculos na vida de Paul quase uma piada de mau gosto de tanta coisa dando errada ao mesmo tempo. É possível compreender que, ao construir uma ficção, mesmo que em cima do real, há exageros. Mas, em determinado momento, fica demais.
De qualquer maneira, a trajetória de Paul nos envolve e emociona. Torcemos por aquele homem desajeitado com um olhar tímido, descrente da vida, mas com algo especial dentro de si. Essa é a maior emoção que sentimos quando ele abre a boca para cantar. Mais do que uma técnica perfeita, ou uma potência vocal incomum. É sua emoção que nos pega, seu amor pela música, pela ópera, por estar nos passando algo além de notas ditas na ordem e tom corretos. E não dá para esconder esse talento atrás de um balcão de celulares.
E Apenas Uma Chance é igual ao seu protagonista. Não envolve por uma técnica perfeita, uma direção diferenciada, um roteiro primoroso ou uma fotografia única. Mesmo sua trilha sonora se torna repetitiva. Mas, há ali uma emoção ímpar com a força de um sonho que nos envolve e nos faz querer também seguir os nossos. Princípio do gênero de auto-ajuda? Pode ser, mas, às vezes, mesmo ele nos traz coisas extraordinárias.
Apenas Uma Chance (One Chance, 2013 / Reino Unido)
Direção: David Frankel
Roteiro: Justin Zackham
Com: James Corden, Alexandra Roach, Julie Walters
Duração: 103 min.
Apenas uma Chance conta a história verídica de Paul Potts, um homem simples que sempre sonhou em ser cantor de ópera. Sua vida não foi fácil, desde a infância sofreu bullying de um vizinho, seu pai sempre o perseguiu e por muitas vezes ele chegou perto de sonho, mas ficou no quase. Nervosismo, doença, acidente. Aconteceu de tudo na vida de Paul, inclusive o inesperado.
É difícil falar em spoiler nesse filme, quando o que chama a atenção é o seu final, a surpreendente apresentação de Paul no programa de televisão Britain's Got Talent. Qualquer passeada pelo Youtube já é capaz de nos mostrar o que aconteceu. Provavelmente, você já viu o vídeo por aí. E só de vê-lo já dá para sentir o que o personagem significa. A imagem do perdedor, mas com um talento incrível capaz de emocionar ao mais insensível dos seres.
O roteirista Justin Zackham e o diretor David Frankel optaram, então, em nos contar o homem por trás da surpresa que circulou o mundo. Trouxe mais significado àquela apresentação desde sua paixão pela ópera Turandot de Giacomo Puccini e especialmente pela ária "Nessun dorma". Sua idolatria por Luciano Pavarotti e um episódio importante relacionado a ele. Sua timidez e auto-estima baixa devido a diversos pequenos fatores em sua vida. E, principalmente, sua humildade e ingenuidade diante de tudo.
Talvez aí esteja um dos problemas do filme, o exagero. Paul é uma boa pessoa, um homem simples, mas sua apatia diante da vida incomoda em alguns momentos. Só o vemos se revoltando com algo quando entra em cena o seu vizinho Matthew e mesmo assim, não chega a ser algo realmente veemente. Além das elipses tornarem os obstáculos na vida de Paul quase uma piada de mau gosto de tanta coisa dando errada ao mesmo tempo. É possível compreender que, ao construir uma ficção, mesmo que em cima do real, há exageros. Mas, em determinado momento, fica demais.
De qualquer maneira, a trajetória de Paul nos envolve e emociona. Torcemos por aquele homem desajeitado com um olhar tímido, descrente da vida, mas com algo especial dentro de si. Essa é a maior emoção que sentimos quando ele abre a boca para cantar. Mais do que uma técnica perfeita, ou uma potência vocal incomum. É sua emoção que nos pega, seu amor pela música, pela ópera, por estar nos passando algo além de notas ditas na ordem e tom corretos. E não dá para esconder esse talento atrás de um balcão de celulares.
E Apenas Uma Chance é igual ao seu protagonista. Não envolve por uma técnica perfeita, uma direção diferenciada, um roteiro primoroso ou uma fotografia única. Mesmo sua trilha sonora se torna repetitiva. Mas, há ali uma emoção ímpar com a força de um sonho que nos envolve e nos faz querer também seguir os nossos. Princípio do gênero de auto-ajuda? Pode ser, mas, às vezes, mesmo ele nos traz coisas extraordinárias.
Apenas Uma Chance (One Chance, 2013 / Reino Unido)
Direção: David Frankel
Roteiro: Justin Zackham
Com: James Corden, Alexandra Roach, Julie Walters
Duração: 103 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Apenas Uma Chance
2014-12-08T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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