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Angelina Jolie
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Domhnall Gleeson
drama
Finn Wittrock
Jack O'Connell
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oscar 2015
Takamasa Ishihara
Invencível
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Segundo filme dirigido por Angelina Jolie já é de longe muito melhor sucedido que a primeira empreitada. Vide os recordes de bilheteria que tem batido nos Estados Unidos. Também, a história ajuda. Retratar a jornada de sofrimento de Louis Zamperini que foi herói olímpico, herói de guerra e exemplo religioso não poderia dar errado.
O roteiro é que fica um pouco embaralhado. Baseado em uma história real, que virou livro e passou por três tratamentos diferentes de roteiro, o filme parece se arrastar ao tentar mostrar todos os detalhes da jornada inacreditável do protagonista. É realmente incrível pensar em um homem que passou por tantas coisas e sobreviveu de uma maneira tão heróica. Mas, talvez, o filme pudesse se concentrar em uma delas deixando a mensagem mais consistente, ou não se detivesse em tantos detalhes que poderiam passar despercebidos.
Zamperini era de uma família de imigrantes italianos. Sofreu preconceito e quase foi uma criança marginal quando seu irmão Pete resolveu inscrevê-lo no atletismo no colégio. O garoto demonstrou talento e foi o atleta mais jovem a se classificar em uma prova de 5.000 metros. Foi para a guerra e ficou 47 dias à deriva no mar até ser resgatado pelo exército japonês do qual se tornou prisioneiro.
Só aqui temos três filmes: o do atleta, o do sobrevivente e do prisioneiro. Uma espécie de mistura de Carruagem de Fogo, com Náufrago e Império do Sol, talvez. Concordo que o que torna a história de Louis Zamperini interessante é exatamente ele ser tudo isso em uma só pessoa, mas como já disse, o roteiro poderia, então, enxugar um pouco cada fase, não detalhando e prolongando o sofrimento como faz. Só de final, o filme tem umas três possibilidades emocionantes, mas se arrasta mais um pouco nos deixando impacientes.
"Um instante de dor, vale por uma vida de glória", diz o irmão de Louis antes dele embarcar para os jogos olímpicos. E este parece ser mesmo um dos seus lemas, junto com o "Se você aguenta, você consegue". Sua vida é mesmo de superação, testando os limites a todo tempo e discutindo o medo da morte. As cenas no bote em alto mar demonstram bem isso, quando a chuva vem, ou quando caçam o tubarão.
A guerra também é questionada na obra, principalmente na figura do comandante japonês Watanabe "Vocês são inimigos do Japão e vão ser tratados como tal." A cena da barra de ferro é mesmo a mais forte de toda a projeção, não por acaso está no poster. Mas, há também o episódio da rádio e os acordos que alguns soldados fazem por pequenos privilégios. Talvez este seja o momento do filme em que a obra mais penda para o patriotismo exagerado norte-americano. Mas, discute também ética e fidelidade aos próprios princípios.
Isso não tira o fato de que o drama dirigido por Jolie seja extremamente melodramático. Tem inclusive um momento over em alto mar, quando uma trilha tola embala o sofrimento dos náufragos. Outras, são sequências muito bem resolvidas com dose de emoção exata, como a já citada da barra de ferro, ainda que uma certa sombra nos remeta literalmente à paixão de Cristo. Mas, é um filme feito para valorizar o esforço hercúleo desse homem em sua jornada de sobrevivência.
Angelina Jolie não surpreende na direção, mas consegue construir uma obra padrão, correta, com ótimos momentos e alguns exageros. É a exaltação de um mito, de uma história recente e com todos os aprendizados que ele buscou passar em sua experiência, inclusive a mensagem final de moral cristã. E, afinal, quem somos nós para julgá-lo após acompanhar tanto sofrimento?
Invencível (Unbroken, 2014 / EUA)
Direção: Angelina Jolie
Roteiro: Joel Coen, Ethan Coen, Richard LaGravenese e William Nicholson
Com: Jack O'Connell, Takamasa Ishihara, Domhnall Gleeson, Finn Wittrock
Duração: 137 min.
O roteiro é que fica um pouco embaralhado. Baseado em uma história real, que virou livro e passou por três tratamentos diferentes de roteiro, o filme parece se arrastar ao tentar mostrar todos os detalhes da jornada inacreditável do protagonista. É realmente incrível pensar em um homem que passou por tantas coisas e sobreviveu de uma maneira tão heróica. Mas, talvez, o filme pudesse se concentrar em uma delas deixando a mensagem mais consistente, ou não se detivesse em tantos detalhes que poderiam passar despercebidos.
Zamperini era de uma família de imigrantes italianos. Sofreu preconceito e quase foi uma criança marginal quando seu irmão Pete resolveu inscrevê-lo no atletismo no colégio. O garoto demonstrou talento e foi o atleta mais jovem a se classificar em uma prova de 5.000 metros. Foi para a guerra e ficou 47 dias à deriva no mar até ser resgatado pelo exército japonês do qual se tornou prisioneiro.
Só aqui temos três filmes: o do atleta, o do sobrevivente e do prisioneiro. Uma espécie de mistura de Carruagem de Fogo, com Náufrago e Império do Sol, talvez. Concordo que o que torna a história de Louis Zamperini interessante é exatamente ele ser tudo isso em uma só pessoa, mas como já disse, o roteiro poderia, então, enxugar um pouco cada fase, não detalhando e prolongando o sofrimento como faz. Só de final, o filme tem umas três possibilidades emocionantes, mas se arrasta mais um pouco nos deixando impacientes.
"Um instante de dor, vale por uma vida de glória", diz o irmão de Louis antes dele embarcar para os jogos olímpicos. E este parece ser mesmo um dos seus lemas, junto com o "Se você aguenta, você consegue". Sua vida é mesmo de superação, testando os limites a todo tempo e discutindo o medo da morte. As cenas no bote em alto mar demonstram bem isso, quando a chuva vem, ou quando caçam o tubarão.
A guerra também é questionada na obra, principalmente na figura do comandante japonês Watanabe "Vocês são inimigos do Japão e vão ser tratados como tal." A cena da barra de ferro é mesmo a mais forte de toda a projeção, não por acaso está no poster. Mas, há também o episódio da rádio e os acordos que alguns soldados fazem por pequenos privilégios. Talvez este seja o momento do filme em que a obra mais penda para o patriotismo exagerado norte-americano. Mas, discute também ética e fidelidade aos próprios princípios.
Isso não tira o fato de que o drama dirigido por Jolie seja extremamente melodramático. Tem inclusive um momento over em alto mar, quando uma trilha tola embala o sofrimento dos náufragos. Outras, são sequências muito bem resolvidas com dose de emoção exata, como a já citada da barra de ferro, ainda que uma certa sombra nos remeta literalmente à paixão de Cristo. Mas, é um filme feito para valorizar o esforço hercúleo desse homem em sua jornada de sobrevivência.
Angelina Jolie não surpreende na direção, mas consegue construir uma obra padrão, correta, com ótimos momentos e alguns exageros. É a exaltação de um mito, de uma história recente e com todos os aprendizados que ele buscou passar em sua experiência, inclusive a mensagem final de moral cristã. E, afinal, quem somos nós para julgá-lo após acompanhar tanto sofrimento?
Invencível (Unbroken, 2014 / EUA)
Direção: Angelina Jolie
Roteiro: Joel Coen, Ethan Coen, Richard LaGravenese e William Nicholson
Com: Jack O'Connell, Takamasa Ishihara, Domhnall Gleeson, Finn Wittrock
Duração: 137 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Invencível
2015-01-14T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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