Quase Famosos
Um garoto de quinze anos apaixonado por rock e pelo ofício do jornalismo. Não seria difícil imaginar seu maior sonho como sendo acompanhar uma turnê de sua banda preferida fazendo uma matéria para a revista Rolling Stone.
Baseado na experiência do próprio diretor Cameron Crowe, Quase Famosos trata deste sonho e dos bastidores do rock, desde os artistas, suas brigas e suas loucuras, passando pelos fãs, pelas groupies e por aquelas que se consideram mais do que isso.
O garoto William Miller ganha uma constituição ainda mais interessante ao ser filho de uma mulher rigorosa e extremamente religiosa que nem mesmo queria que os filhos ouvissem essas músicas que incitam o pecado. Chega a ser estranho que ela aceita de maneira quase natural a viagem do filho caçula, ainda que ligue todos os dias com diálogos assustadores.
Cameron Crowe nos dá uma jornada vibrante, repleta de rock n'roll, não apenas nas músicas, mas nas atitudes transgressoras, na vontade de ir além. Observamos personagens diversos, mas todos com características parecidas. Chega a ser um estranho no ninho, um garoto como William ali, tão puro e inocente ainda, mas também o seu aprendizado e transformação são essenciais para os que convivem com ele e também aprendem muito.
Em especial o guitarrista da banda Stillwater, Russell Hammond, um homem sedutor e extremamente talentoso que acaba brilhando mais que o próprio vocalista. E a fã Penny Lane que tem um relacionamento com ele, mas se torna melhor amiga e paixão de William.
O filme é um road movie e, como todos, possui esse clima meio nostálgico e de eterna transformação. A montagem é fluída, nos levando pelos dias em uma sensação de que estamos ali com eles fazendo parte da viagem. Não por acaso uma cena tragicômica em um avião se torna tão intensa.
As atuações são outro ponto positivo, a começa por Frances McDormand como a mãe de William e a participação especial de Philip Seymour Hoffman como um famoso crítico musical Lester Bangs que lhe ensina o principal da profissão: "seja honesto e impiedoso". Tem ainda Kate Hudson como Penny que dá o tom sensual e amigável ao mesmo tempo que a personagem precisa, assim como o, na época garoto, Patrick Fugit que tem ótimos momentos.
Quase Famosos é daquelas obras que envolve, diverte e traz nostalgia e alegria aos amantes do bom rock. Tem até piada como os Rolling Stones e o fato de ainda estarem na ativa ("Acha que Mick Jagger vai continuar tocando rock com cinquenta anos?). Daqueles filmes que não chegam a obra-prima, mas tem lugar em nossa estante.
Quase Famosos (Almost Famous, 2000 / EUA)
Direção: Cameron Crowe
Roteiro: Cameron Crowe
Com: Billy Crudup, Patrick Fugit, Kate Hudson
Duração: 122 min.
Baseado na experiência do próprio diretor Cameron Crowe, Quase Famosos trata deste sonho e dos bastidores do rock, desde os artistas, suas brigas e suas loucuras, passando pelos fãs, pelas groupies e por aquelas que se consideram mais do que isso.
O garoto William Miller ganha uma constituição ainda mais interessante ao ser filho de uma mulher rigorosa e extremamente religiosa que nem mesmo queria que os filhos ouvissem essas músicas que incitam o pecado. Chega a ser estranho que ela aceita de maneira quase natural a viagem do filho caçula, ainda que ligue todos os dias com diálogos assustadores.
Cameron Crowe nos dá uma jornada vibrante, repleta de rock n'roll, não apenas nas músicas, mas nas atitudes transgressoras, na vontade de ir além. Observamos personagens diversos, mas todos com características parecidas. Chega a ser um estranho no ninho, um garoto como William ali, tão puro e inocente ainda, mas também o seu aprendizado e transformação são essenciais para os que convivem com ele e também aprendem muito.
Em especial o guitarrista da banda Stillwater, Russell Hammond, um homem sedutor e extremamente talentoso que acaba brilhando mais que o próprio vocalista. E a fã Penny Lane que tem um relacionamento com ele, mas se torna melhor amiga e paixão de William.
O filme é um road movie e, como todos, possui esse clima meio nostálgico e de eterna transformação. A montagem é fluída, nos levando pelos dias em uma sensação de que estamos ali com eles fazendo parte da viagem. Não por acaso uma cena tragicômica em um avião se torna tão intensa.
As atuações são outro ponto positivo, a começa por Frances McDormand como a mãe de William e a participação especial de Philip Seymour Hoffman como um famoso crítico musical Lester Bangs que lhe ensina o principal da profissão: "seja honesto e impiedoso". Tem ainda Kate Hudson como Penny que dá o tom sensual e amigável ao mesmo tempo que a personagem precisa, assim como o, na época garoto, Patrick Fugit que tem ótimos momentos.
Quase Famosos é daquelas obras que envolve, diverte e traz nostalgia e alegria aos amantes do bom rock. Tem até piada como os Rolling Stones e o fato de ainda estarem na ativa ("Acha que Mick Jagger vai continuar tocando rock com cinquenta anos?). Daqueles filmes que não chegam a obra-prima, mas tem lugar em nossa estante.
Quase Famosos (Almost Famous, 2000 / EUA)
Direção: Cameron Crowe
Roteiro: Cameron Crowe
Com: Billy Crudup, Patrick Fugit, Kate Hudson
Duração: 122 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Quase Famosos
2015-05-02T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
Billy Crudup|Cameron Crowe|critica|drama|Kate Hudson|Patrick Fugit|
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