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A Série Divergente: Convergente
A Série Divergente: Convergente
Quando escrevi sobre o primeiro filme da série, falei que não conseguia compreender a realidade proposta na obra e uma leitora disse que eu não entendia porque o meu cérebro era "divergente". Pois, hoje eu entendo melhor o que foi dito e a ideia por trás da trama. Não li o livro e até acredito que tenha algo melhor embasado ali. Mas, definitivamente, a saga tem sérios problemas e a escolha de dividir o último livro em dois filmes parece ter sido o tiro no pé da mesma.
Pouca coisa de fato acontece aqui. Ainda que possamos compreender finalmente o porquê da experiência em Chicago e o porquê das facções. Agora, com essa explicação fica a pergunta sobre os "sem-facção" conceito que parece ter se perdido desde o segundo filme. Seriam eles puros? Ou ainda mais quebrados? Afinal, a experiência serviria para que exatamente?
O fato é que Tris peita a nova governante da cidade e sai dos muros de proteção para explorar o que tem do outro lado junto a Quatro e outros companheiros de luta. E o que ela encontra lá é uma sociedade ainda mais estranha em um mundo ainda mais confuso. Acreditando ou não nas boas intenções de David.
É complicado e quase injusto analisar meio filme, é verdade. Porque é isso que Convergente é. Não por acaso está sendo fracasso de bilheteria a ponto dos estúdios anunciarem corte de verba no último da série: Ascendente. Mas, alguns indícios do porquê da série não ter vingado são possíveis de ver em tela, como a falta de carisma da protagonista vivida por Shailene Woodley ou o ritmo da trama.
A produção em si não é ruim. Tem elementos ali que, se melhor explorados, poderiam ser belas reflexões sobre a sociedade em que vivemos. A questão da luta de classes, a briga pelo poder, a não-aceitação do diferente. A obsessão por determinada coisa que nos deixa cegos para outras. A capacidade de repetir erros que criticávamos em nossos governantes no momento em que assumimos o poder. Mas, a narrativa se perde. Aliás, tudo ali se perde.
Na verdade, a Saga Divergente acaba sendo um reflexo da cultura adolescente atual. Após o sucesso de Harry Potter, uma enxurrada de sagas parecidas começou a surgir. Não há muita diferença entre eles se formos analisar com calma. Parece que recriaram a trajetória do herói, sem muita criatividade e muitas peripécias parecidas. Sempre o escolhido em um mundo adverso com um vilão querendo manipular a verdade. No caso de Convergente, chegam ao extremo de trocar o vilão e tudo continuar a mesma coisa.
Agora, só resta aguardar Ascendente para ver se algo se salva ali ou se é mesmo mais uma saga descartável abordando de maneira superficial temas profundos, com uma narrativa lenta e cenas de ação repetitivas que não nos levam a lugar nenhum de fato.
Convergente (Allegiant, 2016 / EUA)
Direção: Robert Schwentke
Roteiro: Noah Oppenheim, Adam Cooper
Com: Shailene Woodley, Theo James, Jeff Daniels, Miles Teller
Duração: 120 min.
Pouca coisa de fato acontece aqui. Ainda que possamos compreender finalmente o porquê da experiência em Chicago e o porquê das facções. Agora, com essa explicação fica a pergunta sobre os "sem-facção" conceito que parece ter se perdido desde o segundo filme. Seriam eles puros? Ou ainda mais quebrados? Afinal, a experiência serviria para que exatamente?
O fato é que Tris peita a nova governante da cidade e sai dos muros de proteção para explorar o que tem do outro lado junto a Quatro e outros companheiros de luta. E o que ela encontra lá é uma sociedade ainda mais estranha em um mundo ainda mais confuso. Acreditando ou não nas boas intenções de David.
É complicado e quase injusto analisar meio filme, é verdade. Porque é isso que Convergente é. Não por acaso está sendo fracasso de bilheteria a ponto dos estúdios anunciarem corte de verba no último da série: Ascendente. Mas, alguns indícios do porquê da série não ter vingado são possíveis de ver em tela, como a falta de carisma da protagonista vivida por Shailene Woodley ou o ritmo da trama.
A produção em si não é ruim. Tem elementos ali que, se melhor explorados, poderiam ser belas reflexões sobre a sociedade em que vivemos. A questão da luta de classes, a briga pelo poder, a não-aceitação do diferente. A obsessão por determinada coisa que nos deixa cegos para outras. A capacidade de repetir erros que criticávamos em nossos governantes no momento em que assumimos o poder. Mas, a narrativa se perde. Aliás, tudo ali se perde.
Na verdade, a Saga Divergente acaba sendo um reflexo da cultura adolescente atual. Após o sucesso de Harry Potter, uma enxurrada de sagas parecidas começou a surgir. Não há muita diferença entre eles se formos analisar com calma. Parece que recriaram a trajetória do herói, sem muita criatividade e muitas peripécias parecidas. Sempre o escolhido em um mundo adverso com um vilão querendo manipular a verdade. No caso de Convergente, chegam ao extremo de trocar o vilão e tudo continuar a mesma coisa.
Agora, só resta aguardar Ascendente para ver se algo se salva ali ou se é mesmo mais uma saga descartável abordando de maneira superficial temas profundos, com uma narrativa lenta e cenas de ação repetitivas que não nos levam a lugar nenhum de fato.
Convergente (Allegiant, 2016 / EUA)
Direção: Robert Schwentke
Roteiro: Noah Oppenheim, Adam Cooper
Com: Shailene Woodley, Theo James, Jeff Daniels, Miles Teller
Duração: 120 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
A Série Divergente: Convergente
2016-04-02T08:30:00-03:00
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