
Um festival ainda recente, mas já consistente. Assim é o Olhar de Cinema, em Curitiba. Um festival internacional, com muitos títulos inéditos e diversas experiências. Tanto que, além da Mostra Competitiva, há os Novos Olhares, para filmes de realizadores novos, assim como o Outros Olhares com filmes que experimentam a linguagem.
Isso sem falar nos clássicos. Poder ver obras como São Paulo S/A e Como Era Verde o Meu Vale na tela grande foi algo para se guardar. O filme brasileiro ainda foi exibido em 35 mm, cópia rara hoje em dia, assim como outro clássico brasileiro Compasso de Espera. Já a cópia do filme de John Ford foi em digital.

Em relação à Mostra Competitiva, foi uma pena não poder conferir todos os dez concorrentes. O que levou o prêmio do júri Abraccine (da crítica) por exemplo, não pude conferir. Mas, entre os seis assistidos, há uma variedade de estilos e experiências.


De qualquer maneira, o Festival deixa um saldo positivo, com uma grande variedade de filmes e experiências, que contou ainda com debates como A Mulher no Cinema, discutindo a participação feminina em papéis como direção, roteiro ou mesmo crítica, que ainda é predominantemente masculina. O debate Cultura na Era do Golpe que teve a presença de Juca Ferreira. E o seminário Crítica e Curadoria que discutiu o papel da crítica nos tempos atuais.

Sem dúvidas, uma semana intensa para quem ama o cinema.
Confira todos os vencedores do Festival:
Prêmio Olhar de Melhor Filme (longa-metragem)
O Vento Sabe que Volto à Casa (El viento sabe que vuelvo a casa), de José Luis Torres Leiva
Prêmio Especial do Júri
Irmãos da Noite (Brüder der nacht), de Patric Chiha
Prêmio de Contribuição Artística
Eles Vieram e Roubaram sua Alma (idem), de Daniel de Bem
Prêmio Olhar de Melhor Filme (curta-metragem)
Maria do Mar (idem), de João Rosas
Prêmio do Público (longa-metragem)
A Cidade do Futuro (idem), de Cláudio Marques e Marília Hughes
Prêmio do Público (curta-metragem)
A Moça que Dançou com o Diabo (idem), de João Paulo Miranda Maria
Prêmio Olhares Brasil Melhor Longa-Metragem Brasileiro
Talvez deserto talvez universo (idem), de Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes
Menção Especial do Júri – Prêmio Olhares Brasil
Eles Vieram e Roubaram sua Alma (idem), de Daniel de Bem
Prêmios Olhares Brasil Melhor Curta-Metragem Brasileiro
A casa cinza e as montanhas verdes (idem), de Deborah Viegas
Prêmio Novo Olhar – Melhor Filme da mostra Novos Olhares
Nó na cabeça (Dans ma tête un rond point), de Hassen Ferhani
Prêmio da Crítica (ABRACCINE)
Um outro ano (You yi nian), de Shengze Zhu
Prêmio da Hors Pistes
Ta'ang (idem), de Wang Bing