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Nerve - Um Jogo Sem Regras
Nerve - Um Jogo Sem Regras
Baseado no livro de Jeanne Ryan, Nerve é uma ficção científica que tem algo de diferente da maioria que chega até nós. Ela já é bastante possível e por isso mesmo mais assustadora e reflexiva, já que toca em temas que nos fazem pensar sobre nossas ações hoje em dia com mais intensidade. Só falha, talvez, em sua resolução.
Clandestino e mantido pelos próprios usuários, que replicam-se em servidores ao entrar na plataforma, Nerve é um jogo urbano que se baseia na velha brincadeira de verdade ou desafio. A diferença é que aqui não há a possibilidade da verdade, só aceitar desafios propostos pelos observadores, buscando mais observadores para si e, com isso, ganhando dinheiro a cada prova realizada. Ou seja, a premissa do filme traduz um pouco a nossa realidade virtual atual, onde pessoas fazem de tudo por views e likes, gerando celebridades instantâneas que ganham dinheiro com isso, seja de patrocinadores ou dos próprios seguidores.
O filme trata dessa busca por fama virtual, assim como a capacidade de fazer coisas ilícitas se escondendo no anonimato do nickname. Isso, por si só, traz questões interessantes para a obra, não sendo apenas mais uma aventura fugaz, mas uma maneira de refletir sobre ela. O problema é que o filme não se dedica a aprofundar nenhum desses temas, sendo apenas um replicador de ideias jogadas à tela que podem nos fazer refletir ou não.
As personagens também são pouco exploradas enquanto aprofundamento de construção de caráter, muitas são apenas estereótipos comuns em filmes de adolescentes, como a garota popular que é cheerleader ou o garoto popular que é capitão da equipe de futebol. Isso sem falar no amigo nerd apaixonado platonicamente e na garota tímida que se revela. Quebrar expectativas a partir disso, seria mais interessante, mas o filme não busca ir além, o que acaba se refletindo no seu final também, onde não há coragem para uma resolução menos didática e moralista.
De qualquer maneira, Nerve é um filme ágil e bem construído que nos deixa envolvidos o tempo todo. A curva dramática nos faz embarcar na aventura aos poucos e, quando vemos, estamos igual aos voyeurs do jogo, completamente envolvidos com os jogadores, torcendo por eles, temendo por suas vidas e pelos desafios que tem pela frente.
Claro que, raciocinando friamente, há muita coisa mal explicada em cena. A começar pela própria gestão do jogo e a maneira como ele controla contas correntes, vidas e regras. Porque, por mais que o subtítulo brasileiro fale que não, existem sim, diversas regras e a principal é que o jogo tem que continuar anônimo, não sendo aceitos dedo-duros. Ficam algumas dúvidas em relação a câmeras em determinados momentos também, mas são detalhes que acabamos relevando no fluxo da trama.
Nerve - Um Jogo Sem Regras é um filme divertido, com bons efeitos especiais e muita adrenalina. Competente em nos fazer embarcar em sua aventura, crendo ser possível, inclusive pela tecnologia e comportamento virtual que temos atualmente. E, por isso, é capaz de nos fazer refletir. Talvez pudesse trazer um pouco dessa reflexão para dentro da trama de uma maneira mais orgânica, mas não deixa de ser uma jornada válida.
Nerve - Um Jogo Sem Regras (Nerve, 2016 / EUA)
Direção: Henry Joost, Ariel Schulman
Roteiro: Jessica Sharzer
Com: Emma Roberts, Dave Franco, Emily Meade, Juliette Lewis
Duração: 96 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Nerve - Um Jogo Sem Regras
2016-08-31T08:30:00-03:00
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