![Bixa Travesty - documentário - filme brasileiro Bixa Travesty - documentário - filme brasileiro](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcd5BAnYCB-nbP1WCGbken8QI0bVuGZ8gWAwQYspXfNOIonUMoag_YE9bqEo005VXc1GLY-3FI7m0KBz_YSMDqaCZikER-rg9CFn8G-t5oqfAAg5j40lWOjd0nDa9yCG6C19nsbVnhKR0T/s1600/bixa-travesty-filme-brasileiro-documentario-01.jpg)
Um filme manifesto, com tanta verdade e criatividade que não tem como passar em branco. A artista Linn da Quebrada dá o tom do documentário Bixa Travesty. Suas músicas são a narração que explicita a mensagem, sua imagem nos conduz por toda a projeção e suas ideias recortam a trama, com direito a cenas em que discutem imagens no computador com uma amiga. Não por acaso ela assina o roteiro junto com os diretores.
Há uma dinâmica própria que trabalha intercalando imagens de shows, sua rotina em casa e uma performance em uma espécie de programa que vai reivindicando seu direito de ser mulher, ainda que com pênis e sem seios. Que traduza seu desejo pelo sexo masculino, ao mesmo tempo que menospreza o macho alfa padrão. As quebras de paradigma são também uma tradução da nossa época cada vez mais plus a ponto da sigla LGTB ter ganho um + para abarcar toda a diversidade.
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A linguagem também não sofre censura, sendo possível ouvir todos os tipos de palavras que nomeiam os órgãos sexuais da mesma forma que podemos ouvir Linn perguntar a mãe porque a calcinha dela molha. Sexo não é tabu, falar dele muito menos. A expressão da artista se impõe em tela de maneira virtuosa e nos conquista pela autenticidade.
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O mundo evoluiu e tem se tornado cada vez menos binário e heteronormativo por mais que movimentos extremistas exaltem preconceitos também dos mais diversos. A própria existência de artistas como Linn e a possibilidade desse filme já denota uma progressão de pensamento que deve, de certa maneira, ser valorizada em um país onde a quantidade de trans assassinados ainda bate recorde.
Provocativo, o documentário quer nos tirar do conforto e compreender que não há mais como voltar atrás por mais que muitos tenham a sensação de retrocesso. Um filme que nos ganha em diversos aspectos, inclusive no talento dessa cantora, compositora e performance chamada Linn da Quebrada.
Bixa Travesty (Bixa Travesty, 2019 / Brasil)
Direção: Claudia Priscilla, Kiko Goifman
Roteiro: Claudia Priscilla, Kiko Goifman, Linn da Quebrada
Direção: 75 min.