Home
acao
classicos
critica
Cy Endfield
drama
guerra
Jack Hawkins
James Booth
Michael Caine
Stanley Baker
Ulla Jacobsson
Zulu
Zulu
No cenário da África do Sul em 1879, o filme histórico de guerra britânico Zulu (1964) nos transporta para a Batalha de Rorke's Drift, um confronto épico entre o exército britânico e o Reino Zulu durante a Guerra Anglo-Zulu. Dirigido pelo talentoso cineasta Cy Endfield, que superou desafios pessoais como um dos excluídos de Hollywood por causa do anti-comunismo na época, e com produção de Stanley Baker e Joseph E. Levine, Zulu se destaca como uma referência do gênero, porém é importante considerar que a autenticidade visual e a narrativa envolvente não podem obscurecer uma análise crítica mais ampla.
Zulu mergulha o espectador em uma narrativa intensa e emocionante, repleta de tópicos que abordam o honorável combate, a valentia e os dilemas morais enfrentados pelos soldados britânicos. O roteiro, escrito por John Prebble e Cy Endfield, baseou-se em um artigo de Prebble, renomado jornalista e historiador. O filme conta como dois tenentes ingleses veem seu contingente de 140 homens serem cercados por 4.000 soldados zulu e se dividem entre enfrentar ou bater em retirada.
Zulu apresenta performances notáveis de seu elenco, que inclui Stanley Baker, Michael Caine, Jack Hawkins e Ulla Jacobsson. Stanley Baker interpreta o tenente John Chard, um oficial britânico encarregado de defender a missão colonial em Rorke's Drift, enquanto Michael Caine faz seu segundo filme no cinema como tenente Gonville Bromhead, outro líder militar na batalha. Ambos os atores entregam atuações intensas e convincentes, destacando-se pela expressão de suas personalidades e pelos dilemas morais enfrentados pelos personagens diante da adversidade.
Um dos momentos mais marcantes do filme ocorre durante a primeira investida dos guerreiros zulus contra a missão de Rorke's Drift. A batalha é retratada com grande intensidade e tensão, com os soldados britânicos defendendo-se com coragem e determinação contra as forças inimigas avassaladoras. A sequência captura habilmente a brutalidade do combate e cria um senso palpável de perigo iminente, à medida que a ameaça zulu se aproxima cada vez mais dos defensores britânicos. Esse momento é um ponto culminante da trama e demonstra a habilidade de Cy Endfield em criar cenas de ação impactantes e envolventes.
Além disso, o filme retrata de maneira notável a paisagem e a atmosfera da África do Sul do século XIX. As locações autênticas, juntamente com a cinematografia impressionante, ajudam a criar uma imersão visual na história, transportando o espectador para a época e o local dos eventos. A trilha sonora fascinante de John Barry também adiciona uma dimensão emocional à experiência cinematográfica.
O impacto de Zulu foi tamanho à época que gerou uma continuação em 1979, intitulada Zulu Dawn, também escrita por Cy Endfield. Enquanto Zulu nos levou à Batalha de Rorke's Drift, Zulu Dawn explora os eventos anteriores na Batalha de Isandlwana. Ambos os filmes, embora nos imponha um pensamento crítico sobre as imagens, são importantes para entender o contexto histórico e a coragem dos envolvidos nos conflitos entre o exército britânico e os guerreiros zulus, retratados como heróis corajosos e inimigos implacáveis, respectivamente. Essa abordagem reducionista pode reforçar estereótipos e perpetuar uma visão distorcida das culturas africanas. Logo, é essencial reconhecer que o filme retrata a dominação colonial do imperialismo britânico sobre o povo zulu e necessita de uma análise crítica aprofundada dos aspectos antropológicos e colonialistas envolvidos.
No geral, Zulu é um filme que combina habilmente elementos de ação, drama e História. Suas atuações cativantes, juntamente com momentos marcantes de batalha e a riqueza da ambientação, contribuem para uma experiência cinematográfica memorável. Embora seja importante considerar a perspectiva eurocêntrica presente no filme, Zulu continua sendo uma obra apreciada por sua narrativa emocionante e pela maneira como retrata os eventos históricos da Batalha de Rorke's Drift.
Zulu (Zulu - 1964, Inglaterra)
Direção: Cy Endfield
Roteiro: Cy Endfield, John Prebble
Com: Stanley Baker, Michael Caine, Jack Hawkins, Ulla Jacobsson, James Booth
Duração: 139 min.
Ari Cabral
Bacharel em Publicidade e Propaganda, profissional desde 2000, especialista em tratamento de imagem e direção de arte. Com experiência também em redes sociais, edição de vídeo e animação, fez ainda um curso de crítica cinematográfica ministrado por Pablo Villaça. Cinéfilo, aprendeu a ser notívago assistindo TV de madrugada, o único espaço para filmes legendados na TV aberta.
Zulu
2023-06-26T08:30:00-03:00
Ari Cabral
acao|classicos|critica|Cy Endfield|drama|guerra|Jack Hawkins|James Booth|Michael Caine|Stanley Baker|Ulla Jacobsson|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
anteriores deste site
mais lidos do site
-
Assistir Ma me deixou com sentimentos mistos: há momentos de pura intensidade e promessas de algo mais profundo, mas que nunca se concretiz...
-
Desde os primeiros minutos, G20 (2025) tenta se afirmar como um thriller político de ação em escala global. O filme , dirigido por Patrici...
-
Há algo de estranho em revisitar Moonwalker , aquela colagem de videoclipes de 1988 em que Michael Jackson parece ter tentado traduzir seu ...
-
Desde a primeira imagem de Carandiru (2003), a prisão-prédio-personagem sussurra histórias comprimidas, como corpos na cela superlotada. Al...
-
Revisitar Matilda (1996) hoje é como redescobrir um filme que fala com sinceridade com o espectador, com respeito e sem piedade cínica. A ...
-
Em Alexandria (Ágora), Alejandro Amenábar empreende um mergulho ambicioso no século IV, colocando no centro uma figura rara: Hipátia , pol...
-
A Globo passa na madrugada de hoje o filme de João Falcão que causou controvérsias na crítica. Com uma linguagem bastante alegórica, é uma a...
-
Logo nas primeiras cenas de Atlantique , somos levados ao universo de Dakar , onde os operários empobrecidos deixam de receber seus salários...
-
Desde que foi anunciada a adaptação de Grande Sertão: Veredas por Guel Arraes , a produção gerou curiosidade. Afinal, é uma das grandes obr...
-
Assisti Wallay com a sensação de que o que vemos na tela é ao mesmo tempo familiar e invisível: uma história de choque cultural, sim, mas f...




