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Malévola: Dona do Mal
Malévola: Dona do Mal
Em 2014, a Disney surpreendeu o público com Malévola, um live-action que trouxe uma abordagem ousada e inovadora à história da Bela Adormecida, subvertendo expectativas e oferecendo uma nova perspectiva sobre a icônica vilã. Cinco anos depois, chegou às telonas a tão aguardada sequência, Malévola - Dona do Mal, com a difícil tarefa de manter o frescor e a originalidade do original enquanto expandia o universo e os personagens.
Desde o seu lançamento, ficou claro que Malévola - Dona do Mal não seria apenas uma simples continuação, mas sim uma tentativa ambiciosa de explorar temas mais profundos, como a relação entre mãe e filha, os conflitos entre diferentes reinos e a luta pela coexistência pacífica. No entanto, mesmo com todas essas boas intenções, o filme tropeça em seu próprio roteiro, incapaz de equilibrar adequadamente tantos elementos narrativos.
Uma das principais falhas do filme reside na sua tentativa de abordar questões complexas, como preconceito e segregação, de forma superficial e simplista. Embora o conflito entre Humanos e Moors seja central na trama, a discussão permanece rasa e mal desenvolvida, deixando uma sensação de desperdício de potencial temático.
No entanto, nem tudo é negativo em Malévola - Dona do Mal. As atuações de Angelina Jolie e Michelle Pfeiffer são os pontos altos do filme, com ambas as atrizes entregando performances cativantes e convincentes. Jolie, reprisando seu papel como a icônica vilã, traz uma intensidade e gravidade que dominam a tela sempre que está presente, enquanto Pfeiffer se destaca como a antagonista Rainha Ingrith, adicionando camadas de complexidade ao seu personagem.
Além das atuações, os aspectos técnicos do filme também merecem destaque. O figurino é deslumbrante, com uma variedade de visuais impressionantes para cada personagem, enquanto o design de produção cria cenários exuberantes e detalhados que transportam o espectador para um mundo de fantasia.
Apesar desses pontos positivos, Malévola - Dona do Mal é prejudicado por uma narrativa desigual e uma direção inconsistente. O diretor Joachim Rønning, embora competente em capturar a grandiosidade visual do filme, luta para manter o ritmo e a coesão narrativa, resultando em um filme que oscila entre momentos de brilho e outros de confusão.
Um dos momentos mais marcantes do filme é a cena do jantar, que exemplifica tanto os pontos fortes quanto os fracos da produção. Nessa cena, as tensões entre os diferentes personagens atingem o ápice, proporcionando momentos de drama e intriga. Porém, a resolução dessa cena e suas consequências são abruptas e pouco satisfatórias, refletindo as falhas do roteiro em fornecer uma conclusão para os conflitos estabelecidos.
Malévola - Dona do Mal é uma sequência ambiciosa que, infelizmente, não consegue atingir todo o seu potencial. Apesar das performances estelares e dos aspectos técnicos impressionantes, o filme é prejudicado por uma narrativa desigual e uma direção inconsistente. Para os fãs do original e dos contos de fadas da Disney vale a pena assistir por seu visual deslumbrante e suas interpretações cativantes.
Malévola: Dona do Mal (Maleficent: Mistress of Evil, 2019 / EUA)
Direção: Joachim Rønning
Roteiro: Linda Woolverton, Micah Fitzerman-Blue, Noah Harpster
Com: Angelina Jolie, Elle Fanning, Michelle Pfeiffer, Chiwetel Ejiofor, Harris Dickinson, Sam Riley, Juno Temple, Imelda Staunton, Jenn Murray
Duração: 118 min.
Ari Cabral
Bacharel em Publicidade e Propaganda, profissional desde 2000, especialista em tratamento de imagem e direção de arte. Com experiência também em redes sociais, edição de vídeo e animação, fez ainda um curso de crítica cinematográfica ministrado por Pablo Villaça. Cinéfilo, aprendeu a ser notívago assistindo TV de madrugada, o único espaço para filmes legendados na TV aberta.
Malévola: Dona do Mal
2024-05-15T08:30:00-03:00
Ari Cabral
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