Zé Colméia
Hanna-Barbera é definitivamente uma marca de respeito quando falamos em desenhos animados. Só de citar o nome já vem belas recordações da infância, principalmente das tardes da extinta Rede Manchete. A Turma do Zé Colméia era um desenho animado que provocava risadas. O famoso urso ladrão de cesta de piqueniques já teve diversos especiais e é sempre diversão garantida. Agora, essa história de transformar desenho em filme com pessoas reais e misturar gente com animações é sempre algo esquisito. Tudo fica com um ar mais bobo. Ainda mais se o bichinho realmente fala, não sendo apenas pensamentos.
O longametragem concentra a história em uma busca pela salvação do parque Jellystone, que com dívidas está ameaçado pelo prefeito corrupto que quer transformar o local. O guarda Chico, que no filme apesar da dublagem manteve o nome original Smith, continua tendo dores de cabeça com o urso insubordinado e tenta diversas maneiras de conseguir atrair o público para sanar as dívidas e manter o parque. Em meio a isso, aparece a estranha Rachel, que quer fazer um documentário com Zé Colméia, além do assistente de guarda florestal, o atrapalhado Jones.
Não precisa dizer que o roteiro de Brad Copeland, Jeffrey Ventimilia e Joshua Sternin se baseia em muita correria para bolar planos e muita confusão criada pelos simpáticos ursos falantes, tendo muito clichê e soluções óbvias. Entendo que precisamos comprar a idéia do filme, mas é muito estranho ver uma pessoa real toda animada para fazer um documentário com um urso falante, por exemplo. "Eles são muito raros", ela fala. Aí você olha para a animação criada para representar Zé Colméia e Catatau, que mais parecem um bicho de pelúcia que um urso malhado, com chapeu e gravatinha e fica se perguntando: como isso pode ser real? Se um parque municipal tivesse um urso daquele não precisava catar dinheiro, era só agendar uma visitação que todo mundo ia querer conferir essa aberração da natureza.
Mas, enfim, passada essa fase de descrença, a direção de Eric Brevig abusa de recursos fáceis de comédia para manter o ritmo do filme. As trapalhadas de Zé Colméia são engraçadas e a cena do lago com os foguetes é muito boa, mas uma hora cansa. As crianças podem até se divertir até o fim, mas um adulto começa a se inquietar na cadeira. Este é o segundo longametragem dirigido por Eric Brevig, o outro foi a refilmagem de Viagem ao Centro da Terra, mas o especialista de efeitos visuais que já coordenou essa função em diversos filmes como A Ilha, o Dia depois de amanhã, Peter Pan, MIB etc, consegue construir um visual interessante do parque e seus habitantes.
Os atores entram no clima, deixando um proposital tom exagerado e caricatural, em uma tentativa farsesca de deixar o tudo mais uniforme. Anna Faris faz uma transloucada Rachel, capaz mesmo de falar com animais, viver meses em uma floresta e imitar seus atos. TJ Miller é o próprio bocó como Jones, assim como o prefeito Brown, interpretado por Andrew Daly que é a caricatura do político maquiavélico. Já Tom Cavanagh tenta dar um tom menor ao seu Guarda Smith (ou Chico se sua memória infantil preferir), tornando-o mais real, ainda assim, inserido no contexto estranho.
É daqueles filmes que pode irritar muito, ou passar sem marcar. Mesmo para as crianças, não será uma experiência inesquecível. Ainda assim, você poderá dar risada e se distrair um pouco em família, principalmente porque temos poucas opções infantis no cinema para essa época do ano.
O longametragem concentra a história em uma busca pela salvação do parque Jellystone, que com dívidas está ameaçado pelo prefeito corrupto que quer transformar o local. O guarda Chico, que no filme apesar da dublagem manteve o nome original Smith, continua tendo dores de cabeça com o urso insubordinado e tenta diversas maneiras de conseguir atrair o público para sanar as dívidas e manter o parque. Em meio a isso, aparece a estranha Rachel, que quer fazer um documentário com Zé Colméia, além do assistente de guarda florestal, o atrapalhado Jones.
Não precisa dizer que o roteiro de Brad Copeland, Jeffrey Ventimilia e Joshua Sternin se baseia em muita correria para bolar planos e muita confusão criada pelos simpáticos ursos falantes, tendo muito clichê e soluções óbvias. Entendo que precisamos comprar a idéia do filme, mas é muito estranho ver uma pessoa real toda animada para fazer um documentário com um urso falante, por exemplo. "Eles são muito raros", ela fala. Aí você olha para a animação criada para representar Zé Colméia e Catatau, que mais parecem um bicho de pelúcia que um urso malhado, com chapeu e gravatinha e fica se perguntando: como isso pode ser real? Se um parque municipal tivesse um urso daquele não precisava catar dinheiro, era só agendar uma visitação que todo mundo ia querer conferir essa aberração da natureza.
Mas, enfim, passada essa fase de descrença, a direção de Eric Brevig abusa de recursos fáceis de comédia para manter o ritmo do filme. As trapalhadas de Zé Colméia são engraçadas e a cena do lago com os foguetes é muito boa, mas uma hora cansa. As crianças podem até se divertir até o fim, mas um adulto começa a se inquietar na cadeira. Este é o segundo longametragem dirigido por Eric Brevig, o outro foi a refilmagem de Viagem ao Centro da Terra, mas o especialista de efeitos visuais que já coordenou essa função em diversos filmes como A Ilha, o Dia depois de amanhã, Peter Pan, MIB etc, consegue construir um visual interessante do parque e seus habitantes.
Os atores entram no clima, deixando um proposital tom exagerado e caricatural, em uma tentativa farsesca de deixar o tudo mais uniforme. Anna Faris faz uma transloucada Rachel, capaz mesmo de falar com animais, viver meses em uma floresta e imitar seus atos. TJ Miller é o próprio bocó como Jones, assim como o prefeito Brown, interpretado por Andrew Daly que é a caricatura do político maquiavélico. Já Tom Cavanagh tenta dar um tom menor ao seu Guarda Smith (ou Chico se sua memória infantil preferir), tornando-o mais real, ainda assim, inserido no contexto estranho.
É daqueles filmes que pode irritar muito, ou passar sem marcar. Mesmo para as crianças, não será uma experiência inesquecível. Ainda assim, você poderá dar risada e se distrair um pouco em família, principalmente porque temos poucas opções infantis no cinema para essa época do ano.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Zé Colméia
2011-01-21T16:25:00-03:00
Amanda Aouad
animacao|aventura|critica|infantil|
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