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50 anos do cinema baiano (Parte 1)
50 anos do cinema baiano (Parte 1)
Em março, o primeiro longa-metragem totalmente baiano completa 50 anos. Redenção, de Roberto Pires pode não ser uma obra-prima, mas marcou pelo pioneirismo e, principalmente, pela invenção do seu diretor que utilizou um conjunto de lentes de fabricação própria, bastante parecido com o CinemaScope. Por isso, o CinePipocaCult fará um retrospecto do cinema baiano nessas cinco décadas. Toda segunda-feira, teremos um post sobre o assunto para analisar um pouco mais de perto essa terra tão conhecida pelo seu cineasta mais famoso: Glauber Rocha.
Na realidade, já se fazia filmes desde 1910, com Diomedes Gramacho e José Dias da Costa,mas eram filmes documentários curtas e médias. Alexandre Robatto, maior nome do cinema baiano até a década de 50, era um pioneiro do documentário arte, com seu olhar peculiar, retratava de forma própria a cultura popular do estado, tendo em o Xaréu (sobre um estilo de pesca) e Vadiação (sobre capoeira) filmes lembrados até hoje.
No início do século XIX, em todo Brasil, vinha ocorrendo um fenômeno chamado de ciclos regionais. Era uma época de regionalização, onde cada região produzia uma quantidade de filmes por uma determinada época. Os estudiosos, ao analisar, caracterizam como ciclos isolados, pois surgiam e logo sumiam. Na Bahia, este ciclo só ocorreu na década de 50, após Walter da Silveira criar o cineclube baiano, que serviu de aglomeração e estudo de muitos cineastas locais.
O marco inicial foi Redenção, que estreou em 1959 no antigo cine Guarany (hoje Espaço Unibanco) na versão P&B e Cinemascope, causando espanto no público que via um longa-metragem baiano virar realidade. Assim começa o Ciclo Baiano de Cinema que teve seu apogeu de 1959 a 1963, contando com filmes memoráveis como: A Grande Feira, Tocaia no Asfalto e Barravento. E tudo parecia propício para o cinema local. Eram os anos JK, a economia estava em ascensão, com bom investimento e tendo Salvador como um pólo artístico forte. A euforia foi grande e houve uma tentativa frustrada de se criar uma indústria cinematográfica no Estado. O sucesso dessa época foi tanto que o filme A Grande Feira foi a maior bilheteria de 1961, batendo o clássico Ben-Hur.
Infelizmente, apesar de alguns filmes continuarem sendo feitos até 1972, o grande movimento acabou. Rex Schindler, principal produtor/investidor do cinema baiano, desanimou com a falta de retorno. A distribuição era complicada devido aos esquemas industriais e ao boicote de distribuidoras nacionais como a Cinedistri, que cancelou a estréia de A Grande Feira em São Paulo, para não atrapalhar o lançamento de O Pagador de Promessas, que acabou só sendo lançado anos depois. Ou seja, o mesmo problema que enfrentamos até hoje: distribuição e exibição, este é o grande gargalo do cinema nacional. Talento para produzir, a gente já provou que tem de sobra, só faltam as soluções para que estes filmes cheguem ao público.
Na realidade, já se fazia filmes desde 1910, com Diomedes Gramacho e José Dias da Costa,mas eram filmes documentários curtas e médias. Alexandre Robatto, maior nome do cinema baiano até a década de 50, era um pioneiro do documentário arte, com seu olhar peculiar, retratava de forma própria a cultura popular do estado, tendo em o Xaréu (sobre um estilo de pesca) e Vadiação (sobre capoeira) filmes lembrados até hoje.
No início do século XIX, em todo Brasil, vinha ocorrendo um fenômeno chamado de ciclos regionais. Era uma época de regionalização, onde cada região produzia uma quantidade de filmes por uma determinada época. Os estudiosos, ao analisar, caracterizam como ciclos isolados, pois surgiam e logo sumiam. Na Bahia, este ciclo só ocorreu na década de 50, após Walter da Silveira criar o cineclube baiano, que serviu de aglomeração e estudo de muitos cineastas locais.
O marco inicial foi Redenção, que estreou em 1959 no antigo cine Guarany (hoje Espaço Unibanco) na versão P&B e Cinemascope, causando espanto no público que via um longa-metragem baiano virar realidade. Assim começa o Ciclo Baiano de Cinema que teve seu apogeu de 1959 a 1963, contando com filmes memoráveis como: A Grande Feira, Tocaia no Asfalto e Barravento. E tudo parecia propício para o cinema local. Eram os anos JK, a economia estava em ascensão, com bom investimento e tendo Salvador como um pólo artístico forte. A euforia foi grande e houve uma tentativa frustrada de se criar uma indústria cinematográfica no Estado. O sucesso dessa época foi tanto que o filme A Grande Feira foi a maior bilheteria de 1961, batendo o clássico Ben-Hur.
Infelizmente, apesar de alguns filmes continuarem sendo feitos até 1972, o grande movimento acabou. Rex Schindler, principal produtor/investidor do cinema baiano, desanimou com a falta de retorno. A distribuição era complicada devido aos esquemas industriais e ao boicote de distribuidoras nacionais como a Cinedistri, que cancelou a estréia de A Grande Feira em São Paulo, para não atrapalhar o lançamento de O Pagador de Promessas, que acabou só sendo lançado anos depois. Ou seja, o mesmo problema que enfrentamos até hoje: distribuição e exibição, este é o grande gargalo do cinema nacional. Talento para produzir, a gente já provou que tem de sobra, só faltam as soluções para que estes filmes cheguem ao público.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
50 anos do cinema baiano (Parte 1)
2009-03-02T14:12:00-03:00
Amanda Aouad
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