Valsa com Bashir
Conversando com um amigo que tem um sonho recorrente, Ari Folman, cineasta israelense, percebe que não tem lembranças sobre sua passagem na primeira Guerra no Líbano no início dos anos oitenta. Após a conversa, apenas uma imagem vaga saindo do oceano, vendo a cidade destruída e mulheres palestinas correndo desesperadas.
Este é o mote do filme, Valsa com Bashir, que tem de mais inusitado o fato de ser um documentário todo em animação. Um doc-drama, na verdade, já que há muitas imagens oníricas, simulação de cenas e uma narrativa forte. Porém, o formato é bastante documental, tendo inclusive entrevistas com ex-combatentes, com o cuidado de por legendas e enquadrar como algo real. Ari Folman vai em busca de seus companheiros de guerra, entrevistando-os, na tentativa de recordar sua vivência. Aos poucos, sua memória vai voltando e ele vai narrando suas emoções.
O mote principal é o massacre ocorrido em Sabra e Shatila, em 1982. Nos dias 15 e 16 de setembro daquele ano, uma milícia libanesa cristã-falangista, revoltada com a morte de seu líder Bashir Gemayel, executou milhares de refugiados palestinos com o aval do exército de Israel. Com isso, o filme faz uma reflexão e mostra a insensatez da guerra.
Merecido o prêmio de melhor filme estrangeiro no Globo de Ouro. E apesar de perder o Oscar para Okuribito (Japão) não perdeu seu brilho nem a importância. O desenho realista e a direção impressionam, deixando o espectador preso à narrativa e podendo conhecer um pouco mais sobre o ocorrido nas missões. O recurso de cores, mais vibrantes em cenas alegres e opaca nas cenas mais densas, além das possibilidades de uma animação, apenas enriquecem a trama. É sem dúvidas, um belo filme. De uma realidade triste, medonha, mas ainda assim um belo filme.
O susto fica para o final. E se quiser ser surpreendido, não leia o que está em preto (para ler selecione o espaço com o mouse), mas aviso que é chocante e você sai do cinema com um certo sabor amargo e depressivo. E saber disso, não chega a estragar a experiência fílmica. Já vi algumas críticas pela net que contam esse final. Exatamente pelo recurso mais ameno da animação, Ari Folman percebe que o desenho acaba não dando a dimensão exata do sofrimento daquelas pessoas e sem aviso, transporta a animação para imagens de arquivo, deprimentes, tristes, que deixam a noção exata de que a guerra é a maior de todas as sandices humanas.
Este é o mote do filme, Valsa com Bashir, que tem de mais inusitado o fato de ser um documentário todo em animação. Um doc-drama, na verdade, já que há muitas imagens oníricas, simulação de cenas e uma narrativa forte. Porém, o formato é bastante documental, tendo inclusive entrevistas com ex-combatentes, com o cuidado de por legendas e enquadrar como algo real. Ari Folman vai em busca de seus companheiros de guerra, entrevistando-os, na tentativa de recordar sua vivência. Aos poucos, sua memória vai voltando e ele vai narrando suas emoções.
O mote principal é o massacre ocorrido em Sabra e Shatila, em 1982. Nos dias 15 e 16 de setembro daquele ano, uma milícia libanesa cristã-falangista, revoltada com a morte de seu líder Bashir Gemayel, executou milhares de refugiados palestinos com o aval do exército de Israel. Com isso, o filme faz uma reflexão e mostra a insensatez da guerra.
Merecido o prêmio de melhor filme estrangeiro no Globo de Ouro. E apesar de perder o Oscar para Okuribito (Japão) não perdeu seu brilho nem a importância. O desenho realista e a direção impressionam, deixando o espectador preso à narrativa e podendo conhecer um pouco mais sobre o ocorrido nas missões. O recurso de cores, mais vibrantes em cenas alegres e opaca nas cenas mais densas, além das possibilidades de uma animação, apenas enriquecem a trama. É sem dúvidas, um belo filme. De uma realidade triste, medonha, mas ainda assim um belo filme.
O susto fica para o final. E se quiser ser surpreendido, não leia o que está em preto (para ler selecione o espaço com o mouse), mas aviso que é chocante e você sai do cinema com um certo sabor amargo e depressivo. E saber disso, não chega a estragar a experiência fílmica. Já vi algumas críticas pela net que contam esse final. Exatamente pelo recurso mais ameno da animação, Ari Folman percebe que o desenho acaba não dando a dimensão exata do sofrimento daquelas pessoas e sem aviso, transporta a animação para imagens de arquivo, deprimentes, tristes, que deixam a noção exata de que a guerra é a maior de todas as sandices humanas.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Valsa com Bashir
2009-05-27T13:18:00-03:00
Amanda Aouad
animacao|critica|documentario|
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