
Atividade Paranormal se vale de um recurso já batido atualmente. O estilo meio documental, simulando algo real, filmado pelos personagens, que busca dar mais veracidade a experiência. Com A Bruxa de Blair o efeito funcionou comigo. Talvez porque fosse novidade. Gostei da forma como as câmeras foram trabalhadas, o terror crescente nos meninos, a não aparição da bruxa, as explicações do mito. Enfim. Um bom filme.

O ritmo de Atividade Paranormal é muito lento. Ficamos esperando algo acontecer, com a emoção suspensa na expectativa do perigo. Isso é bom, se bem dosado. No caso do filme, eu achei que foi excessivo. Senti-me como na peça de Beckett esperando um Godot que nunca vinha.
Agora, acho que o que mais me incomodou em Atividade Paranormal, e fez com que eu não entrasse no filme, foi a explicação do fenômeno. Tanto do médium chamado pelo casal, quanto das notas na internet que culminaram naquele final insosso. Mas, aí vai algo particular da minha apreciação. Continuo repetindo, o filme não me pegou, não significa que seja ruim. O fato é que eu esperava algo mais realista, de acordo com aquilo que acredito sobre fenômenos paranormais e não o clichê demoníaco. Mas, muitos gostaram. Presenciei o medo na expressão de alguns espectadores. Então, o filme funciona. Só não funcionou comigo.