
A estreia de Scott Cooper na direção é bastante convincente, apesar de seu roteiro, adaptado do livro de Thomas Cobb, escorregar em alguns momentos, abusando do sentimentalismo. Ainda assim, é envolvente a história do grande astro country, hoje álcoolatra e decadente, que viaja pelo país fazendo shows em bares pouco frequentados ou locais menos propícios como um boliche de uma cidadezinha do interior. O sentimento de frustração e de como a vida pode dar voltas é grande, nos deixando uma melancolia ao final da projeção.

Em uma de suas muitas viagens, Blake conhece a repórter Jean Craddock, interpretada pela simpática Maggie Gyllenhaal que vem crescendo bastante na carreira. A moça dá um ar de esperança ao ex-astro que resolve apostar nessa relação familiar, já que Craddock é mãe solteira, como uma nova chance de vida.

Interessante também ver a forma como o falso antagonista é construído, já que o personagem de Colin Farrell, na verdade, é apenas um astro em ascenção e fã incondicional de Blake. Os verdadeiros antagonistas do personagem são: ele mesmo, que se boicota bebendo, e o tempo, ingrato com quase todos os artistas que acabam caindo no ostracismo.
Duas coisas que valem o final, não se preocupe que não tem spoilers, é que ele foge completamente do clichê e que podemos ouvir a música Coração Louco, com legendas, nos créditos. O personagem passou o filme inteiro compondo-a, então, nada mais justo do que esperar um pouco e ouví-la. Além de muito bonita, ela resume a história de Bad Blake.