A Ressaca
Quem alguma vez na vida não quis voltar no tempo e mudar alguma coisa do seu passado? Foi partindo dessa premissa mais do que batida em filmes holywoodianos que Josh Heald, Sean Anders e John Morris criaram um roteiro que mistura comédia escrachada com ficção científica. Surgiu assim, Hot Tub Time Machine, dirigido por Steve Pink que, no Brasil, ganhou o singelo título de A Ressaca. O resultado, no entanto, é uma típica Sessão da Tarde bem mediana cheia de clichês e piadas escatológicas que só se salva pelas referências aos anos oitenta. A Festa Plock está aí para provar que falar dessa década rende.
Adam, Lou e Nick são três amigos na faixa de quarenta anos que não se vêem com a mesma frequência de antes. Quando Lou é internado por tentativa de suicídio, Adam resolve levar os três, além de seu sobrinho Jacob para um fim-de-semana em Kodiak Valley, uma pequena cidade coberta de neve onde costumavam passar as férias na adolescência. Até aí, nada demais, o problema é que ao se hospedarem em um quarto de hotel, encontram uma estranha jacuzzi que os leva de volta ao ano de 1986. Interessante é que não são eles no corpo de 40 anos que viajaram no tempo. É como se apenas suas mentes estejam de volta àquela época. Todos os vêem como os adolescentes que eram, exceto por Jacob.
O roteiro, então, opta por uma mistura de possibilidade de refazer a vida com a premissa do Efeito Borboleta: melhor não mexer no passado, pois as consequências podem ser catastróficas. Há, inclusive uma referência clara a De Volta para o Futuro, quando o personagem Jacob começa a sumir igual a Martin McFly por causa de uma alteração qualquer. Mas, como não é uma experiência científica tal o clássico dos anos 80, qual o sentido de voltar no tempo se não se pode mudar nada? Já nesse ponto o roteiro fica frouxo, os personagens ficam em cima do muro, querendo mudar e ao mesmo tempo tendo que repetir os erros passados. E acaba que isso não se resolve bem. O final fica totalmente sem sentido.
As piadas também não são das melhores, tirando uma ou outra referência aos anos 80 como a primeira coisa que um personagem pergunta para ter certeza de que está no ano errado: qual a cor de Michael Jackson? Há ainda referências às cores e roupas extravagantes, walkman com fita K7 e o lançamento da MTV. Porém, no geral, o roteiro apela para fezes, vômitos, sexo e drogas. Temos ainda o problema do zelador do hotel e seu braço. A espera do acontecimento é de um mau gosto tremendo.
A direção também é fraca, sem grandes inspirações. Apesar disso, John Cusack como o infeliz no amor Adam, Rob Corddry como o depressivo enlouquecido Lou, Craig Robinson como o frustrado Nick e Clark Duke como o nerd Jacob estão bem em seus papéis. Ainda assim não tornam o filme melhor do que ele é. Apenas mais um famoso besteirol americano.
Adam, Lou e Nick são três amigos na faixa de quarenta anos que não se vêem com a mesma frequência de antes. Quando Lou é internado por tentativa de suicídio, Adam resolve levar os três, além de seu sobrinho Jacob para um fim-de-semana em Kodiak Valley, uma pequena cidade coberta de neve onde costumavam passar as férias na adolescência. Até aí, nada demais, o problema é que ao se hospedarem em um quarto de hotel, encontram uma estranha jacuzzi que os leva de volta ao ano de 1986. Interessante é que não são eles no corpo de 40 anos que viajaram no tempo. É como se apenas suas mentes estejam de volta àquela época. Todos os vêem como os adolescentes que eram, exceto por Jacob.
O roteiro, então, opta por uma mistura de possibilidade de refazer a vida com a premissa do Efeito Borboleta: melhor não mexer no passado, pois as consequências podem ser catastróficas. Há, inclusive uma referência clara a De Volta para o Futuro, quando o personagem Jacob começa a sumir igual a Martin McFly por causa de uma alteração qualquer. Mas, como não é uma experiência científica tal o clássico dos anos 80, qual o sentido de voltar no tempo se não se pode mudar nada? Já nesse ponto o roteiro fica frouxo, os personagens ficam em cima do muro, querendo mudar e ao mesmo tempo tendo que repetir os erros passados. E acaba que isso não se resolve bem. O final fica totalmente sem sentido.
As piadas também não são das melhores, tirando uma ou outra referência aos anos 80 como a primeira coisa que um personagem pergunta para ter certeza de que está no ano errado: qual a cor de Michael Jackson? Há ainda referências às cores e roupas extravagantes, walkman com fita K7 e o lançamento da MTV. Porém, no geral, o roteiro apela para fezes, vômitos, sexo e drogas. Temos ainda o problema do zelador do hotel e seu braço. A espera do acontecimento é de um mau gosto tremendo.
A direção também é fraca, sem grandes inspirações. Apesar disso, John Cusack como o infeliz no amor Adam, Rob Corddry como o depressivo enlouquecido Lou, Craig Robinson como o frustrado Nick e Clark Duke como o nerd Jacob estão bem em seus papéis. Ainda assim não tornam o filme melhor do que ele é. Apenas mais um famoso besteirol americano.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
A Ressaca
2010-09-15T08:43:00-03:00
Amanda Aouad
comedia|critica|John Cusack|
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