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Amor e outras drogas

Anne Hathaway e Jake GyllenhaalAnne Hathaway é uma atriz carismática, não há dúvidas. Tirando a interpretação um pouco over da Rainha Branca em Alice, gosto bastante do seu trabalho. O casamento de Rachel ainda é seu melhor trabalho, mas como Maggie ela nos encanta em seu estilo de vida, sua trajetória e seu drama. Amor e outras drogas é classificada como uma comédia romântica. É verdade, temos aqui o habitual romance que vai e volta. Mas, temos também dois detalhes que tornam o filme especial. Primeiro, o drama da personagem Maggie que é uma garota de 26 anos que sofre de Síndrome de Parkinson. Segundo, temos o molho da comédia, com o surgimento do Viagra, um detalhe que não é apenas um pano de fundo, mas fundamental para o seguimento da trama.

Anne Hathaway e Jake GyllenhaalJake Gyllenhaal é Jamie Randall um vendedor fracassado que resolve entrar para o ramo de medicamentos. Como representante da Pfizer, vendendo um concorrente do Prozac, ele tem que usar todo o seu charme para não ser demitido, até que sua sorte muda com o surgimento da mágica pílula azul. Como representante do recém-lançado Viagra, Jamie se torna um fenômeno de vendas. Sim, o filme se passa na década de noventa e é engraçado no início do filme ele tentando vender equipamentos eletrônicos de "ponta" que hoje parecem peças de museu. O fato é que Jamie Randall não tem compromissos com a vida até cruzar seu caminho com Maggie Murdock, que aparentemente também não tem nenhuma vontade de compromissos.

O bom dessa comédia romântica é que ela não força a barra de um amor idealizado, nem soluções mágicas. Bastante realista e divertido, os dois vão se enlaçando aos poucos. A tensão sexual é o motim inicial. O medo dela se envolver por causa da doença e a fuga na figura de Jamie que considera um babaca. Ele, um conquistador nato, que começa a se envolver por aquela mulher sem escrúpulos que não exige nada dele. Até prefere que ele não mantenha contato. Tudo vai se encadeando de forma harmônica, principalmente pela química dos dois atores. Uma hora a realidade do Parkinson bate à porta e o filme perde um pouco do frescor, exagera no tom do drama, mas logo se recupera, com o clima realista de encarar os fatos.

Amor e outras drogasEdward Zwick consegue dar esse clima realista tornando Amor e outras drogas mais do que uma simples comédia romântica, assinando o roteiro também junto a Charles Randolph e Marshall Herskovitz, cria uma história fácil de identificação e envolvimento. O filme é gostoso de se ver, faz bem, ao mesmo tempo que nos diverte e mostra um pouco dos bastidores da guerra de remédios. A criação do genérico foi ótima para diminuir isso. Jake Gyllenhaal e Anne Hathaway conseguem dar verdade a seus personagens, unindo-os em uma química perfeita que nos faz crer naquele amor crescente. Tudo está em seu lugar.

Amor e outras drogas pode não ser uma obra-prima, nem chega perto do filme do ano, mas sem dúvidas é uma comédia romântica a ser observada. Ainda mais para aqueles que gostam do gênero. Não precisa ser sério para se tornar uma obra memorável. Aliás, o filme de Zwick só escorrega quando tenta entrar no mérito do drama sério. Quando assume o humor e romance, merece todas as palmas.

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