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Vidas Sem Rumo
Vidas Sem Rumo
Reunir C. Thomas Howell, Matt Dillon, Ralph Macchio, Patrick Swayze, Rob Lowe, Tom Cruise e Emilio Estevez, só quem viveu nos anos 80 pode entender o feito de Francis Ford Coppola em Vidas Sem Rumo. Não que na época, eles já fossem ídolos, estavam começando. Mas, ao adaptar o livro The Outsider, Coppola não apenas lhes deu uma chance, como demonstrou uma visão incrível de quais seriam os nomes da próxima década. Principalmente, Tom Cruise, que fazia apenas uma ponta na trama, mas se tornou um dos maiores astros de Hollywood.
A trama gira em torno do personagem Ponyboy Curtis, interpretado por C. Thomas Howell, que posteriormente estrelaria "clássicos" da Sessão da Tarde como Admiradora Secreta e Uma Escola Muito Louca. Órfão de pai e mãe, vivendo com os irmãos, interpretados por Patrick Swayze e Rob Lowe, Ponyboy é um rebelde sem rumo como brinca o título em português. Junto com Johnny Cade (Ralph Macchio) e Dallas Winston (Matt Dillon) formam uma gangue de greasers, subcultura que vinha da moda de colocar gel no cabelo, mas que simbolizava uma parcela pobre e rebelde dos jovens brancos norte-americanos. Ao puxar conversa com uma garota rica, os "socs" (garotos ricos), vão tirar satisfações com eles, gerando uma briga onde sai até morte. A partir dela, algumas rixas e vinganças ainda acontecerão.
Apesar de tratar de temas fortes, como discriminação, pobreza e racismo, o roteiro do filme é bastante poético, ingênuo até. Isso devido à escolha da visão do narrador, o protagonista Ponyboy, que é mesmo um garoto bastante ingênuo e sensível. Adora poesia e "E O Vento Levou", não apenas o filme, mas, principalmente o livro, que carrega em boa parte da trama consigo, tendo momentos em que o lê para o amigo Johnny. Então, apenas acompanhamos essa trajetória sem muito rumo ou sentido mesmo. Apenas uma história de descoberta em uma fase-chave da vida.
A direção de Coppola também não traz grandes destaques. Muita coisa é bastante datada, inclusive, como a cena em que Pony lê a carta de Johnny, por exemplo, que tem um efeito horrível. Ou quando acompanhamos a cena da igreja pegando fogo. Porém, também temos bons momentos, como a elipse após a briga na fonte, que é muito bem feita. Ou mesmo a interpretação dos garotos, todos iniciantes, que conseguem nos apresentar uma carga dramática incrível. Não por acaso, todos seguiram uma carreira de sucesso.
A briga de gangues de classes ou origem diferentes não é novidade nos Estados Unidos, nem no cinema. Mas, Vidas Sem Rumo se tornou um ícone de uma geração por representar essa construção sem lei alguma. Há adultos na trama, principalmente policiais, mas eles são coadjuvantes pouco explorados. Tanto que a família protagonista não tem pais, ambos morreram em um acidente de carro. Johnny também não se dá bem com a família, chegando a preferir dormir no parque e não querendo que sua mãe entre no quarto do hospital. E Dallas pouco toca no assunto familiar. É uma visão de quase sonho, de um mundo onde eles se viram sozinhos, errando e acertando de acordo com a própria ótica.
E sem rumo mesmo. Ainda que Darrel Curtis, personagem de Patrick Swayze seja o mais responsável, quase um adulto. E que os personagens de Rob Lowe, Tom Cruise e Emilio Estevez trabalhem. A sensação que temos ao acompanhar o filme é de que eles vivem do que dá, sem compromissos, sem obrigações, sem rotina. Querem apenas viver cada dia após o outro. Não demonstram ter sonhos, nem planos para a vida, que não seja sobreviver ao dia seguinte. Talvez por isso, a cena em que Pony e Johnny vêem o nascer do sol, enquanto o primeiro declama a poesia de Robert Frost, seja a mais significativa do filme.
Marco do início da carreira de muitos astros, Vidas Sem Rumo é daqueles filmes que ficou na memória de uma geração. Mas, não se tornou dos mais lembrados. Talvez, não tenha a força das obras-primas, mas, ainda assim, traz uma vitalidade única para sua curiosa construção e identificação.
Vidas Sem Rumo (The Outsiders, 1983 / EUA)
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: Kathleen Rowell
Com: C. Thomas Howell, Matt Dillon, Ralph Macchio, Patrick Swayze, Rob Lowe, Tom Cruise e Emilio Estevez
Duração: 91 min.
A trama gira em torno do personagem Ponyboy Curtis, interpretado por C. Thomas Howell, que posteriormente estrelaria "clássicos" da Sessão da Tarde como Admiradora Secreta e Uma Escola Muito Louca. Órfão de pai e mãe, vivendo com os irmãos, interpretados por Patrick Swayze e Rob Lowe, Ponyboy é um rebelde sem rumo como brinca o título em português. Junto com Johnny Cade (Ralph Macchio) e Dallas Winston (Matt Dillon) formam uma gangue de greasers, subcultura que vinha da moda de colocar gel no cabelo, mas que simbolizava uma parcela pobre e rebelde dos jovens brancos norte-americanos. Ao puxar conversa com uma garota rica, os "socs" (garotos ricos), vão tirar satisfações com eles, gerando uma briga onde sai até morte. A partir dela, algumas rixas e vinganças ainda acontecerão.
Apesar de tratar de temas fortes, como discriminação, pobreza e racismo, o roteiro do filme é bastante poético, ingênuo até. Isso devido à escolha da visão do narrador, o protagonista Ponyboy, que é mesmo um garoto bastante ingênuo e sensível. Adora poesia e "E O Vento Levou", não apenas o filme, mas, principalmente o livro, que carrega em boa parte da trama consigo, tendo momentos em que o lê para o amigo Johnny. Então, apenas acompanhamos essa trajetória sem muito rumo ou sentido mesmo. Apenas uma história de descoberta em uma fase-chave da vida.
A direção de Coppola também não traz grandes destaques. Muita coisa é bastante datada, inclusive, como a cena em que Pony lê a carta de Johnny, por exemplo, que tem um efeito horrível. Ou quando acompanhamos a cena da igreja pegando fogo. Porém, também temos bons momentos, como a elipse após a briga na fonte, que é muito bem feita. Ou mesmo a interpretação dos garotos, todos iniciantes, que conseguem nos apresentar uma carga dramática incrível. Não por acaso, todos seguiram uma carreira de sucesso.
A briga de gangues de classes ou origem diferentes não é novidade nos Estados Unidos, nem no cinema. Mas, Vidas Sem Rumo se tornou um ícone de uma geração por representar essa construção sem lei alguma. Há adultos na trama, principalmente policiais, mas eles são coadjuvantes pouco explorados. Tanto que a família protagonista não tem pais, ambos morreram em um acidente de carro. Johnny também não se dá bem com a família, chegando a preferir dormir no parque e não querendo que sua mãe entre no quarto do hospital. E Dallas pouco toca no assunto familiar. É uma visão de quase sonho, de um mundo onde eles se viram sozinhos, errando e acertando de acordo com a própria ótica.
E sem rumo mesmo. Ainda que Darrel Curtis, personagem de Patrick Swayze seja o mais responsável, quase um adulto. E que os personagens de Rob Lowe, Tom Cruise e Emilio Estevez trabalhem. A sensação que temos ao acompanhar o filme é de que eles vivem do que dá, sem compromissos, sem obrigações, sem rotina. Querem apenas viver cada dia após o outro. Não demonstram ter sonhos, nem planos para a vida, que não seja sobreviver ao dia seguinte. Talvez por isso, a cena em que Pony e Johnny vêem o nascer do sol, enquanto o primeiro declama a poesia de Robert Frost, seja a mais significativa do filme.
Marco do início da carreira de muitos astros, Vidas Sem Rumo é daqueles filmes que ficou na memória de uma geração. Mas, não se tornou dos mais lembrados. Talvez, não tenha a força das obras-primas, mas, ainda assim, traz uma vitalidade única para sua curiosa construção e identificação.
Vidas Sem Rumo (The Outsiders, 1983 / EUA)
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: Kathleen Rowell
Com: C. Thomas Howell, Matt Dillon, Ralph Macchio, Patrick Swayze, Rob Lowe, Tom Cruise e Emilio Estevez
Duração: 91 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Vidas Sem Rumo
2013-07-16T08:00:00-03:00
Amanda Aouad
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