
O protagonista é C. Thomas Howell, promessa de ídolo infanto-juvenil que não vingou tanto quanto seus colegas de Vidas Sem Rumo. Ele é Michael, um garoto comum que no último dia de aula no colégio recebe uma carta de amor anônima. Apaixonado pela loira mais popular, ele fantasia que talvez possa ser ela. E acaba tendo a ajuda de sua melhor amiga Toni em um plano para se aproximar dela.

Isto tudo porque as cartas anônimas acabam criando mais confusões do que romance ao se espalharem por bolsas e livros dos familiares, criando uma troca de casal quase involuntária e muitas brigas. É divertido ver a forma como palavras tão simples, ganham uma dimensão incrível no roteiro, como se Shakespeare estivesse escrevendo mais um ato de Romeu e Julieta. Basta ler que as pessoas se apaixonam e não raciocinam mais.

Claro que a verdadeira trama está por trás de tudo isso, na paixão secreta de Toni pelo amigo que é incapaz de perceber o óbvio. Enquanto se encanta pela beleza exterior de Debby, Michael não percebe o quanto se dá bem com Toni. A química dos dois, a forma como sentem carinho um pelo outro, constrói a previsibilidade do roteiro. Ainda que David Greenwalt e Jim Kouf tentem criar algumas surpresas.
No final das contas, Admiradora Secreta é apenas uma diversão sem maiores pretensões. Típico dos filmes adolescentes dos anos 80, explorando todos os estereótipos e clichês, mas também não apelando, nem se tornando tolo ao extremo. Uma bela nostalgia que nos faz sentir velhos e achar que bom mesmo era no nosso tempo.
Admiradora Secreta (Secret Admirer, 1985 / EUA)
Direção: David Greenwalt
Roteiro: Jim Kouf, David Greenwalt
Com: C. Thomas Howell, Lori Loughlin, Kelly Preston, Cliff De Young, Casey Siemaszko, Fred Ward
Duração: 90 min