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Oscar 2014
O Som ao Redor do Oscar
O Som ao Redor do Oscar
E o Ministério da Cultura anunciou sexta-feira o nosso candidato a uma vaga no Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira. Eram quatorze concorrentes à vaga: Cine Holliúdy, Colegas, Cores, Elena, Faroeste Caboclo, Gonzaga - de Pai para Filho, Meu Pé de Laranja Lima, O Dia Que Durou 21 Anos, O Que Se Move, O Som ao Redor, O Tempo e o Vento, Porto dos Mortos, Uma História de Amor e Fúria e Xico Stokinger.
Alguns filmes muitos bons, outros nem tanto, alguns superestimados, outros subestimados. Mas, no final, acredito que o Minc mais uma vez acertou na escolha. Depois de escolher O Palhaço ano passado, a escolha de O Som ao Redor para este ano, foi também acertada, independente do quão longe o filme de Selton Mello conseguiu ir em 2012. A obra de Kléber Mendonça Filho era mesmo o melhor candidato que tínhamos. Um ótimo filme que já foi testado e aprovado no mercado internacional. Não por acaso, foi considerado por A. O. Scott, do jornal The New York Times, como um dos 10 melhores filmes do mundo realizados em 2012, e ficou em 20º lugar na lista dos melhores do ano pela Film Comment.
O Som ao Redor foi, também, considerado o melhor filme na 36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Prêmio Itamaraty, Festival do Rio, Festival de Gramado, Festival da Polônia, Festival Copenhague, Festival da Sérvia e 3º Prêmio Cinema Tropical. Além de ter recebido o prêmio da crítica no Festival de Roterdã.
O que chama a atenção em O Som ao Redor é a maneira como Kleber Mendoça Filho nos conduz por sua surpreendente trama. Surpreendente não pelo que vemos a cada cena, mas pelo que é revelado no final, quando finalmente entendemos o verdadeiro plot do roteiro, que estava com a atenção desviada de uma maneira muito hábil e envolvente.
Tudo é uma questão de foco. E o foco maior aqui é o som. A forma como toda a banda sonora nos conduz e cria uma unidade na trama que parece fragmentada em diversas situações cotidianas é muito bem feita. Nada é por acaso, nada é em excesso. Nos transportamos para aquele bairro no Recife com uma naturalidade incrível e vamos acompanhando todos os passos, até compreender o que está sendo contado, de fato.
Torço também que O Som Ao Redor possa ser uma vitrine internacional para um dos melhores atores que temos na atualidade: Irandhir Santos. Não é segredo o quanto admiro o seu trabalho desde que o vi em Besouro. Cada personagem é uma entrega e uma forma impressionante de interpretação. Como o segurança Clodoaldo ele consegue dosar muito bem o que pode ou não revelar de sua história. É irônico e gratificante perceber depois todo o contexto.
Assim, não sei se O Som ao Redor estará entre os cinco finalistas de 2014, muito menos se leva a estatueta. Mas, era, sem dúvidas, o que de melhor tínhamos a oferecer ao mundo neste momento. Um filme instigante, bem realizado e com ousadas experimentações. Vamos torcer por sua trajetória.
Alguns filmes muitos bons, outros nem tanto, alguns superestimados, outros subestimados. Mas, no final, acredito que o Minc mais uma vez acertou na escolha. Depois de escolher O Palhaço ano passado, a escolha de O Som ao Redor para este ano, foi também acertada, independente do quão longe o filme de Selton Mello conseguiu ir em 2012. A obra de Kléber Mendonça Filho era mesmo o melhor candidato que tínhamos. Um ótimo filme que já foi testado e aprovado no mercado internacional. Não por acaso, foi considerado por A. O. Scott, do jornal The New York Times, como um dos 10 melhores filmes do mundo realizados em 2012, e ficou em 20º lugar na lista dos melhores do ano pela Film Comment.
O Som ao Redor foi, também, considerado o melhor filme na 36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Prêmio Itamaraty, Festival do Rio, Festival de Gramado, Festival da Polônia, Festival Copenhague, Festival da Sérvia e 3º Prêmio Cinema Tropical. Além de ter recebido o prêmio da crítica no Festival de Roterdã.
O que chama a atenção em O Som ao Redor é a maneira como Kleber Mendoça Filho nos conduz por sua surpreendente trama. Surpreendente não pelo que vemos a cada cena, mas pelo que é revelado no final, quando finalmente entendemos o verdadeiro plot do roteiro, que estava com a atenção desviada de uma maneira muito hábil e envolvente.
Tudo é uma questão de foco. E o foco maior aqui é o som. A forma como toda a banda sonora nos conduz e cria uma unidade na trama que parece fragmentada em diversas situações cotidianas é muito bem feita. Nada é por acaso, nada é em excesso. Nos transportamos para aquele bairro no Recife com uma naturalidade incrível e vamos acompanhando todos os passos, até compreender o que está sendo contado, de fato.
Torço também que O Som Ao Redor possa ser uma vitrine internacional para um dos melhores atores que temos na atualidade: Irandhir Santos. Não é segredo o quanto admiro o seu trabalho desde que o vi em Besouro. Cada personagem é uma entrega e uma forma impressionante de interpretação. Como o segurança Clodoaldo ele consegue dosar muito bem o que pode ou não revelar de sua história. É irônico e gratificante perceber depois todo o contexto.
Assim, não sei se O Som ao Redor estará entre os cinco finalistas de 2014, muito menos se leva a estatueta. Mas, era, sem dúvidas, o que de melhor tínhamos a oferecer ao mundo neste momento. Um filme instigante, bem realizado e com ousadas experimentações. Vamos torcer por sua trajetória.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
O Som ao Redor do Oscar
2013-09-23T08:00:00-03:00
Amanda Aouad
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