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Última Viagem a Vegas
Última Viagem a Vegas
Quatro amigos, um deles vai casar e eles resolvem fazer uma despedida em Las Vegas. Olhando assim, muitos vão dizer que Última Viagem a Vegas é um novo Se Beber, não Case. Porém, essa comédia, digamos, da terceira idade, não se resume à besteiras em Vegas. Acaba sendo divertido e tem como grande trunfo o seu elenco.
Michael Douglas é Billy Gerson, um homem de meia idade, solteirão e bem sucedido. Quando ele resolve pedir em casamento a namorada com metade de sua idade, chama os amigos de infância para uma despedida em Las Vegas. O problema é que apesar da grande amizade que os une, a vida foi afastando-os do convívio diário e ele terá problemas principalmente com Paddy, personagem de Robert De Niro, por causa de coisas não resolvidas no passado.
Robert De Niro, Michael Douglas, Morgan Freeman e Kevin Kline, só isso já faz da experiência fílmica algo prazeroso. Os quatro atores estão soltos em cena, brincando com as possibilidades ainda que De Niro tenha assumido de vez a máscara de velho ranzinza. E Michael Douglas ainda não tenha largado a persona de sedutor da turma. A química e entrosamento que os três constroem em cena nos faz crer nessa amizade de mais de cinquenta anos que nem o tempo consegue apagar.
Última Viagem a Vegas não fala de amigos perdendo as rédeas em Vegas, apesar disso estar no tema da trama. Fala de muitas questões, algumas profundas, como as dificuldades da velhice como doenças, solidão, viuvez, medo da morte, perda do libido e queda na rotina. E fala também de sentimentos universais como o primeiro amor, a amizade verdadeira e escolhas da vida. Tudo construído de maneira leve, com muitos clichês, mas também com muito cuidado em cada cena.
Ao chegarem em Vegas, uma das personagens que, de certa forma, entra para o grupo é Diana, vivida por Mary Steenburgen e sua primeira cena é interessante do ponto de vista da mise-en-scéne. Ela é uma cantora de boate. Está no palco cantando para uma platéia quase vazia. A música, não por acaso é Only You. Os quatro se aproximam para ouvir. Mas, o destaque fica por conta de Robert De Niro e Michael Douglas. Os dois que disputaram a namoradinha da infância, que o personagem de De Niro casou, e parecem ter o mesmo gosto. Enquanto Paddy olha por trás do vidro, quase escondido, Billy está na frente, com uma expressão totalmente extasiada.
É interessante perceber que nessa cena, além do desenho do que acontecerá no filme, com algumas possibilidades, podemos ver um pouco mais da personalidade dos dois. Paddy é o carrancudo, não queria estar ali, quer continuar de pijama em sua casa, chorando a morte da esposa. Eles tinham acabado de discutir, então, ele está de fora, não quer dar o braço a torcer. Mas, a voz também o atraiu, assim como a figura de Diana no palco. Então, ele vê tudo através do vidro, escondido, sem estar ainda por inteiro. Já Billy sempre foi mais expansivo, direto, intenso. Mesmo de casamento marcado, ele não consegue esconder a fascinação por ela. E ela também parece cantar para ele.
É uma cena emblemática, mas, existem outras bem cuidadas em todo o filme, demonstrando que não é mesmo algo feito de qualquer jeito. Há também um bom ritmo nas cenas, principalmente pelo talento dos atores, mas o texto ajuda. Nada é extremamente engraçado, não esperem rir demais. Porém, há um bom humor em cada situação. Começamos a nos envolver com o grupo e fazemos parte dele também.
Última Viagem a Vegas não é daqueles filmes que inovam, ele reutiliza tudo que já foi visto. Porém, reutiliza de uma maneira condizente, bem feita. Nos envolve e diverte, e este é o propósito principal do filme. Com o plus de ter um elenco afinado brincando em cena, fica ainda mais fácil gostar dele.
Última Viagem a Vegas (Last Vegas, 2013 / EUA)
Direção: Jon Turteltaub
Roteiro: Dan Fogelman
Com: Robert De Niro, Michael Douglas, Morgan Freeman, Kevin Kline, Mary Steenburgen, Romany Malco, Jerry Ferrara
Duração: 105 min.
Michael Douglas é Billy Gerson, um homem de meia idade, solteirão e bem sucedido. Quando ele resolve pedir em casamento a namorada com metade de sua idade, chama os amigos de infância para uma despedida em Las Vegas. O problema é que apesar da grande amizade que os une, a vida foi afastando-os do convívio diário e ele terá problemas principalmente com Paddy, personagem de Robert De Niro, por causa de coisas não resolvidas no passado.
Robert De Niro, Michael Douglas, Morgan Freeman e Kevin Kline, só isso já faz da experiência fílmica algo prazeroso. Os quatro atores estão soltos em cena, brincando com as possibilidades ainda que De Niro tenha assumido de vez a máscara de velho ranzinza. E Michael Douglas ainda não tenha largado a persona de sedutor da turma. A química e entrosamento que os três constroem em cena nos faz crer nessa amizade de mais de cinquenta anos que nem o tempo consegue apagar.
Última Viagem a Vegas não fala de amigos perdendo as rédeas em Vegas, apesar disso estar no tema da trama. Fala de muitas questões, algumas profundas, como as dificuldades da velhice como doenças, solidão, viuvez, medo da morte, perda do libido e queda na rotina. E fala também de sentimentos universais como o primeiro amor, a amizade verdadeira e escolhas da vida. Tudo construído de maneira leve, com muitos clichês, mas também com muito cuidado em cada cena.
Ao chegarem em Vegas, uma das personagens que, de certa forma, entra para o grupo é Diana, vivida por Mary Steenburgen e sua primeira cena é interessante do ponto de vista da mise-en-scéne. Ela é uma cantora de boate. Está no palco cantando para uma platéia quase vazia. A música, não por acaso é Only You. Os quatro se aproximam para ouvir. Mas, o destaque fica por conta de Robert De Niro e Michael Douglas. Os dois que disputaram a namoradinha da infância, que o personagem de De Niro casou, e parecem ter o mesmo gosto. Enquanto Paddy olha por trás do vidro, quase escondido, Billy está na frente, com uma expressão totalmente extasiada.
É interessante perceber que nessa cena, além do desenho do que acontecerá no filme, com algumas possibilidades, podemos ver um pouco mais da personalidade dos dois. Paddy é o carrancudo, não queria estar ali, quer continuar de pijama em sua casa, chorando a morte da esposa. Eles tinham acabado de discutir, então, ele está de fora, não quer dar o braço a torcer. Mas, a voz também o atraiu, assim como a figura de Diana no palco. Então, ele vê tudo através do vidro, escondido, sem estar ainda por inteiro. Já Billy sempre foi mais expansivo, direto, intenso. Mesmo de casamento marcado, ele não consegue esconder a fascinação por ela. E ela também parece cantar para ele.
É uma cena emblemática, mas, existem outras bem cuidadas em todo o filme, demonstrando que não é mesmo algo feito de qualquer jeito. Há também um bom ritmo nas cenas, principalmente pelo talento dos atores, mas o texto ajuda. Nada é extremamente engraçado, não esperem rir demais. Porém, há um bom humor em cada situação. Começamos a nos envolver com o grupo e fazemos parte dele também.
Última Viagem a Vegas não é daqueles filmes que inovam, ele reutiliza tudo que já foi visto. Porém, reutiliza de uma maneira condizente, bem feita. Nos envolve e diverte, e este é o propósito principal do filme. Com o plus de ter um elenco afinado brincando em cena, fica ainda mais fácil gostar dele.
Última Viagem a Vegas (Last Vegas, 2013 / EUA)
Direção: Jon Turteltaub
Roteiro: Dan Fogelman
Com: Robert De Niro, Michael Douglas, Morgan Freeman, Kevin Kline, Mary Steenburgen, Romany Malco, Jerry Ferrara
Duração: 105 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Última Viagem a Vegas
2013-12-08T14:00:00-03:00
Amanda Aouad
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