![José Padilha - Robocop José Padilha - Robocop](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaUq-NEJz-pNwD6PHl78aGZaWVyvo3hAbgEA11tKccf0vGDItYd_vj5wy4NuTtnqoR_QAq58tZo0osTlMD7nIGf6Vp1g_YB5koX864oIJaDFECbGTf44hQb5r1ss9gsD9632b1tUJP08c1/s1600/jose-padilha-robocop.jpg)
Isabela Boscov fez uma matéria de oito páginas na Revista Veja enaltecendo o diretor, sua coragem e o resultado do filme. Realmente, é de se admirar o feito de Padilha em Hollywood. Ao contrário de Heitor Dhalia que fez um filme esquemático e frágil, o diretor de Tropa de Elite conseguiu impor seu estilo de uma maneira bastante interessante. Não apenas escolheu o filme, como impôs um diretor de fotografia desconhecido ao exterior e ainda levou o montador, que apesar de uma indicação ao Oscar e ter participado da equipe de Árvore da Vida, também não está instalado na indústria.
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Robocop não é um simples filme de ação, é um remake de um dos mais significativos filmes do final dos anos 80, dirigido por Paul Verhoeven. O diretor já tinha visto outro filme seu ser destruído em uma nova versão sem nenhum viés político. O remake de O Vingador do Futuro fica muito aquém do filme de 1990, se resumindo a uma ação pouco criativa.
O filme que José Padilha entrega ao mundo não é apenas um rascunho do seu antecessor, tem alma própria, com muitas pitadas do homem que vem questionando o papel da polícia, da política e da imprensa em seus filmes. O primeiro documentário de Padilha, Ônibus 174 já demonstrava isso. Entre outras coisas, ele questionou naquele episódio a função da mídia transmitindo ao vivo a operação e a decisão da polícia, sendo o erro do tiro do policial um ponto crítico na trama.
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Em Robocop, Padilha continua colocando na berlinda a polícia, a política e a imprensa. Utilizando-se do argumento do homem máquina, ele constrói seu próprio mito e fala das escolhas norte-americanas. Mostra o imperialismo, mostra um âncora televisivo manipulador e sensacionalista, mostra os bastidores políticos e econômicos de escolhas frágeis. Mas, mostra também a luta de um homem dentro de uma máquina.
Alex Murphy aqui não é um robô, mas um homem dentro de um corpo mecânico sofrendo por sua condição. Isso incomodou a muitos fãs do original. Assim como o fato de um brasileiro expor os Estados Unidos pode não ter sido bem visto por sua população tão ufanista. O fato é que a crítica em geral tem sido pouco receptiva, no site Rotten Tomatoes a média da crítica está 49% e do público 66%. Já no IMDB está com 67%. Mas, isso não chega a ser uma rejeição total.
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De qualquer maneira, o filme segue disputando boas posições no ranking das bilheterias, tendo permanecido em terceiro, atrás de Uma Aventura Lego e Sobre Ontem à Noite, outro remake. Mas, a expectativa dos distribuidores é de que o filme vá melhor no mercado internacional. Pelo menos no Brasil, ele tem boas chances. Afinal, o diretor, o diretor de fotografia e montador são brasileiros e não é todo dia que vemos blockbusters Hollywoodianos assim tão próximos da nossa realidade.