Rodência e o Dente da Princesa
Depois do fraco Um Time Show de Bola, a Argentina lança nos cinemas brasileiros mais uma animação. Mais infantil que o anterior, é verdade, porém, com um roteiro melhor trabalhado e uma composição técnica interessante.
A trama se passa no reino encantado de Rodência onde o jovem aprendiz de magos Edam tem a missão de salvar a sua terra do malvado Rotex que lidera um exército de ratazanas contra o castelo. Em sua aventura, Edam contará com a ajuda de sua melhor amiga, Brie e dois cavaleiros atrapalhados. A missão é conseguir chegar ao mundo dos humanos e trocar o tesouro de Rodência pelo dente da princesa.
A animação é extremamente infantil, com vários clichês e personagens tipos. Mas, traz um esforço criativo interessante em sua mistura de lendas e fantasia. A ideia do dente, por exemplo, nos remete logo à Fada do Dente, onde a garotinha coloca o dente de leite caído embaixo do travesseiro em troca de uma moeda. O dente se torna um artefato mágico poderoso em Rodência, onde entra a fantasia.
Edam é um aprendiz, o mestre é um mago velho, quase senil que protagoniza cenas de muita atrapalhação, ao mesmo tempo em que é extremamente poderoso. Essas insistentes gags do roteiro, podem incomodar o público adulto, que tem ainda muita atrapalhação com o cavaleiro gordinho e todo o mistério em torno da princesa local, que nos parece óbvia desde o princípio.
Óbvio também é o mistério que envolve o vilão Rotex, mas mesmo construindo um ser extremamente maniqueísta, há momentos interessantes, como quando há uma certa inspiração em Star Wars. A questão também do poder, da utilização dele e das escolhas que fazemos com o coração, podem parecer bastante clichês, mas ainda tem sua função. Ainda mais em um filme infantil.
A animação em 3D também busca o aprimoramento da técnica e consegue cumprir um papel. É possível observar pequenas falhas na configuração do cenário, principalmente no chão que por vezes parece transparente e em outros momentos parece deslocado do objeto em cima dele. Ainda assim, tem um bom visual e a projeção 3D possui diversas camadas de profundidade, além de objetos saltados para fora da tela que as crianças se divertem.
Ainda que com resoluções óbvias e plots extremamente infantis, Rodência e o Dente da Princesa consegue apresentar uma história coerente, com começo, meio e fim, personagens bem desenvolvidos e algumas camadas. Não se torna um filme cansativo ou sem sentido. No final das contas, temos uma animação divertida para os pequenos.
Rodência e o Dente da Princesa (Rodencia y el Diente de la Princesa, 2012 / Argentina)
Direção: David Bisbano
Roteiro: David Bisbano, Raquel Faraoni
Duração: 87 min.
A trama se passa no reino encantado de Rodência onde o jovem aprendiz de magos Edam tem a missão de salvar a sua terra do malvado Rotex que lidera um exército de ratazanas contra o castelo. Em sua aventura, Edam contará com a ajuda de sua melhor amiga, Brie e dois cavaleiros atrapalhados. A missão é conseguir chegar ao mundo dos humanos e trocar o tesouro de Rodência pelo dente da princesa.
A animação é extremamente infantil, com vários clichês e personagens tipos. Mas, traz um esforço criativo interessante em sua mistura de lendas e fantasia. A ideia do dente, por exemplo, nos remete logo à Fada do Dente, onde a garotinha coloca o dente de leite caído embaixo do travesseiro em troca de uma moeda. O dente se torna um artefato mágico poderoso em Rodência, onde entra a fantasia.
Edam é um aprendiz, o mestre é um mago velho, quase senil que protagoniza cenas de muita atrapalhação, ao mesmo tempo em que é extremamente poderoso. Essas insistentes gags do roteiro, podem incomodar o público adulto, que tem ainda muita atrapalhação com o cavaleiro gordinho e todo o mistério em torno da princesa local, que nos parece óbvia desde o princípio.
Óbvio também é o mistério que envolve o vilão Rotex, mas mesmo construindo um ser extremamente maniqueísta, há momentos interessantes, como quando há uma certa inspiração em Star Wars. A questão também do poder, da utilização dele e das escolhas que fazemos com o coração, podem parecer bastante clichês, mas ainda tem sua função. Ainda mais em um filme infantil.
A animação em 3D também busca o aprimoramento da técnica e consegue cumprir um papel. É possível observar pequenas falhas na configuração do cenário, principalmente no chão que por vezes parece transparente e em outros momentos parece deslocado do objeto em cima dele. Ainda assim, tem um bom visual e a projeção 3D possui diversas camadas de profundidade, além de objetos saltados para fora da tela que as crianças se divertem.
Ainda que com resoluções óbvias e plots extremamente infantis, Rodência e o Dente da Princesa consegue apresentar uma história coerente, com começo, meio e fim, personagens bem desenvolvidos e algumas camadas. Não se torna um filme cansativo ou sem sentido. No final das contas, temos uma animação divertida para os pequenos.
Rodência e o Dente da Princesa (Rodencia y el Diente de la Princesa, 2012 / Argentina)
Direção: David Bisbano
Roteiro: David Bisbano, Raquel Faraoni
Duração: 87 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Rodência e o Dente da Princesa
2014-02-19T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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