
Se tem um ponto positivo na série Busca Implacável é que suas continuações possuem criatividade. Luc Besson e Robert Mark Kamen não repetem plot, caminho mais fácil para as continuações em geral, construindo aventuras independentes que fazem a história avançar. Neste terceiro, a trama se aproxima muito de O Fugitivo, série clássica dos anos 60 que virou filme com Harrison Ford. A essência do personagem, no entanto, continua a mesma. Um homem que parece até uma máquina de tão profissional, esperto e, por que não, sortudo. E, claro, uma grande dose de exageros.

São diversas cenas de adrenalina alta, desde a abertura com um prólogo bastante tenso. Após uma pausa para apresentação da situação e pistas, voltamos para a ação com a fuga dele e sua busca por descobrir a verdade. A cena em que ele fala no telefone para a filha "Não sei por que, não sei quem, mas eu vou descobrir" virou quase uma marca do personagem. E seguimos acreditando que ele é capaz de fazer todos aqueles malabarismos, por mais absurdos que pareçam.

As cenas de perseguição são boas, ainda que sem maior criatividade. O filme é dinâmico. E mesmo que o roteiro traga construções absurdas, clichês e mesmo uma virada previsível, acaba cumprindo sua função, envolvendo e divertindo a plateia. O problema não é a estrutura do filme, mas a insistência em insistir naquele universo como se a vida de Bryan Mills fosse uma eterna roleta russa. É preciso saber abandonar também.
Enquanto o filme de 2009 foi uma boa surpresa para o gênero e a continuação de 2012 é uma espécie de sobrevida menos empolgante, Busca Implacável 3 traz emoções distintas. Se por um lado, parece um filme melhor resolvido que o segundo, seu argumento é forçado demais diante de tudo que já tínhamos visto destes personagens. Vamos torcer para ficar por aqui.
Busca Implacável 3 (Taken 3, 2014 / EUA)
Direção: Olivier Megaton
Roteiro: Luc Besson, Robert Mark Kamen
Com: Liam Neeson, Forest Whitaker, Maggie Grace, Famke Janssen, Dougray Scott
Duração: 109 min.